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**Min Yoongi**

Saí do chalé para dar uma volta ao redor da propriedade, a mente fervilhando com preocupações. O peso da responsabilidade sobre meus ombros é quase insuportável. Safira está sob minha proteção, e a última coisa que quero é falhar com ela. A sensação de que o perigo está mais próximo do que posso imaginar me faz agir.

Caminho devagar, observando cada detalhe ao meu redor. A natureza é silenciosa aqui, mas essa tranquilidade é enganosa. Preciso me certificar de que não há possíveis rotas de fuga que eu possa ter perdido, assim como armadilhas que poderiam ser mortais. Olho para o terreno acidentado, as árvores altas e as sombras que elas criam. Elas oferecem um bom esconderijo, mas também podem servir como locais para emboscadas. Eu me concentro, buscando qualquer sinal de movimento que indique que não estou sozinho.

Enquanto inspeciono o perímetro, a imagem de Safira surge na minha mente. Seu olhar de dúvida e medo, a vulnerabilidade em sua voz enquanto questionava minha proteção. Meus pensamentos se voltam para as últimas horas. O que fiz para chegar a esse ponto? Como Safira e eu acabamos envolvidos nessa situação perigosa? A verdade é que não tenho todas as respostas, mas uma coisa é certa: estou determinado a protegê-la.

A imagem de dela não saia da minha cabeça. Aqueles olhos, tão vivos e desafiadores, me atraíam de uma forma que eu não conseguia ignorar. Era uma lembrança que havia permanecido adormecida, quase esquecida, mas agora estava de volta, pulsando com uma força renovada.

Mesmo quando ela era apenas uma criança, sua postura e atitude já demonstravam uma coragem que me fascinava. Havia algo nela que me fazia lembrar de mim mesmo em sua idade, a mesma determinação, a mesma centelha nos olhos. Mas agora, diante de mim, ela era uma mulher — uma mulher que, apesar de jovem demais, carregava um peso que eu nunca deveria ter que proteger.

Se não fosse por aquele incidente, talvez nunca tivéssemos nos encontrado. A lembrança dela teria permanecido adormecida, um eco distante de um passado que eu não queria reviver. Mas agora, com ela tão perto, a realidade era diferente. O peso do que aconteceu naquela noite pesava em meus ombros, e eu não podia deixar que o que começou como um acaso se transformasse em algo mais.

Depois de fazer uma volta cuidadosa ao redor do chalé, voltei para dentro, assim que abri a porta, um leve aroma de café fresco invadiu minhas narinas e encontrei Safira sentada à mesa, os olhos fixos em uma xícara, como se estivesse mergulhada em pensamentos.

— Oi — disse, tentando manter a voz leve, embora o peso do mundo estivesse claramente em meus ombros.

Ela levantou o olhar, e o instante em que nossos olhos se encontraram enviou uma onda de emoções por todo o meu corpo. Havia algo na maneira como ela olhava para mim que me fazia sentir um turbilhão de sentimentos que eu não estava pronto para enfrentar.

— Oi — ela respondeu, a voz suave, mas havia uma nota de preocupação. — Onde você estava?

— Dando uma volta — expliquei, tentando parecer despreocupado. — Só queria me certificar de que tudo estava seguro por aqui.

Ela assentiu, mas eu percebi que seu olhar estava carregado de perguntas não ditas. O ar entre nós estava tenso, e eu sabia que ela queria saber mais. Queria entender por que estava presa nessa situação, e o peso de suas dúvidas me atingia.

— E está seguro? — Safira questionou, deixando transparecer um fio de esperança em sua voz.

— Por enquanto, sim — respondi, tentando tranquilizá-la. Mas a verdade era que eu não podia garantir nada. O perigo poderia estar mais próximo do que pensávamos, e eu precisava ser cuidadoso com cada palavra que dizia.

Set Me FreeOnde histórias criam vida. Descubra agora