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** Min Yoongi**

Ainda sinto a adrenalina correndo nas veias enquanto caminho pelo beco escuro atrás do bar. As sirenes da polícia ecoam à distância, mas já estou longe o suficiente para não ser pego na confusão. Não posso me dar ao luxo de ser visto, não agora, não depois de tudo o que aconteceu.

Respiro fundo, tentando acalmar meu coração que ainda bate em um ritmo frenético. O som dos meus passos ecoa pelo beco, cada passo uma lembrança do que acabou de acontecer. Ele escapou, por pouco, mas ainda assim escapou. O desgraçado é rápido, mas eu sou mais persistente. Isso não acaba aqui.

As luzes fracas do beco iluminam parcialmente meu caminho, mas não o suficiente para revelar todas as sombras. Eu sei que preciso voltar ao ponto de encontro, reavaliar tudo com Namjoon e os outros. Este não é o tipo de operação que se termina sem capturar o alvo. Fico pensando na garota que estava no lugar errado, na hora errada, e me pergunto se ela vai se recuperar. Na minha linha de trabalho, a inocência é uma moeda rara, e vê-la quase se perder sempre mexe comigo.

Olho ao redor, certificando-me de que ninguém está me seguindo. A perseguição foi intensa, e por um segundo, pensei que tinha ele na minha mira. Mas, como um rato, ele encontrou uma saída. Sempre há uma saída. Mas também sempre há outra oportunidade. Sei que ele vai aparecer de novo. Eles sempre aparecem.

Penso na garota que vi no corredor, os olhos arregalados de medo quando percebeu o que estava acontecendo. Ela não deveria estar ali. Ninguém deveria ver o que ela viu. Eu me pergunto se ela está bem, se conseguiu sair daquela situação ilesa. Não era o plano envolver terceiros, e agora temos um problema adicional nas mãos.

Eu aperto o passo, o frio da madrugada começando a morder a pele. Namjoon deve estar esperando minha atualização, e embora o resultado não tenha sido o que esperávamos, sei que essa é apenas uma batalha em uma guerra que está longe de terminar.

— Da próxima vez, não vai ter escapatória — murmuro para mim mesmo, sentindo a determinação endurecer em minhas veias. Eu nunca erro duas vezes, e ele vai aprender isso da maneira mais difícil.

Meu celular toca, o som vibrando em meio ao silêncio pesado do beco. Vejo o nome de Namjoon na tela e atendo, já sabendo que a conversa não vai ser boa.

— Porra, Yoongi, o que aconteceu? — ele dispara, a frustração evidente na voz.

Respiro fundo, tentando controlar a raiva que ainda queima por dentro. O desgraçado escapou mais uma vez, e a sensação de fracasso pesa nos meus ombros.

— Eu o perdi novamente — admito, minha voz baixa, mas firme. — O filho da puta conseguiu escapar.

Há uma pausa do outro lado da linha, e sei que Namjoon está processando o que eu disse, tentando encontrar alguma lógica nesse caos. Mas antes que ele possa responder, continuo.

— Mas tivemos um problema no caminho... — minha voz diminui um pouco, relutante em compartilhar a parte que me incomoda mais do que a fuga. — Houve uma testemunha.

Silêncio. Posso quase sentir Namjoon segurando a respiração, a tensão do outro lado da linha.

— Ela te viu? Será um problema para você? — ele pergunta, direto ao ponto, sua voz agora calma, mas carregada de seriedade.

Eu fecho os olhos por um momento, revivendo o que aconteceu. A jovem no corredor, com olhos arregalados de medo. Ela me viu, mas com a escuridão e o caos, é improvável que tenha conseguido ver meu rosto claramente.

— Não tenho certeza — respondo finalmente. — O corredor estava escuro, e tudo aconteceu rápido. Ela estava mais focada no cara que atacou a garota. Mas... pode ser.

Set Me FreeOnde histórias criam vida. Descubra agora