Capítulo 16

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Quando Cebolinha finalmente percebeu Nimbus parado ali, observando, ele congelou. Seu coração disparou, o medo de ser descoberto e julgado pelo irmão de Do Contra tomou conta dele. Ele conhecia Nimbus, sabia que ele era amigável, mas... e se ele dissesse algo que tornasse tudo mais difícil? O suor escorreu por sua testa enquanto ele trocava olhares com Do Contra, que, ao contrário dele, estava calmo, como sempre.

Do Contra deu um leve sorriso para o irmão, relaxado. Sabia que Nimbus não teria nenhum problema com aquilo, mas mesmo assim, decidiu abrir a boca para tentar explicar. No entanto, Nimbus foi mais rápido.

— Vocês tão juntos? Como isso rolou? — Nimbus perguntou, andando na direção deles com um brilho de curiosidade nos olhos.

Cebolinha mal conseguia respirar, ainda mais quando Nimbus continuou com as perguntas, sua mente girando.

— Você é bi? Gay? — Nimbus continuava, olhando diretamente para Do Contra. — Não sabia que você... tipo... curtia meninos e tal. Só tô tentando entender.

Do Contra respirou fundo e levantou a mão, pedindo para o irmão se acalmar.

— Calma aí, Nimbus. Não precisa pirar. — Ele disse, com a voz serena. — Eu gosto do Cebola, e tô namorando ele, simples assim. Só isso que importa, tá?

Nimbus parou por um segundo, deixando a confusão se transformar em um sorriso gigante.

— Nossa Mano, eu tô muito feliz por vocês! Sério, Eu sempre soube que você ia achar alguém legal. E Vocês dois juntos são fofos cara♡

Cebolinha relaxou um pouco, mas ainda sentia o peso da situação. Nimbus era amigável e estava tranquilo, mas o medo de ser julgado ainda pairava sobre ele. Do Contra, no entanto, estava seguro do que sentia, e isso lhe dava coragem.


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No dia seguinte, Cebolinha e Do Contra chegaram juntos na escola, como se aquele momento da noite anterior tivesse trazido uma nova confiança. Ao chegarem, perceberam a turma já reunida no pátio, todos jogando suas mochilas no chão e rindo. Eles se aproximaram, curiosos para saber do que falavam.

— Cara, eu bebi demais ontem! Nem lembro direito como cheguei em casa — Cascão comentou, com um riso desleixado.

— Eu passei mal, vomitei horrores! — Titi completou, segurando a barriga em uma expressão de dor fingida.

— Nem me fala, eu quase nem consegui sair da cama hoje de manhã. — Franjinha falou, com um sorriso cansado.

— Quero repetir essa dose denovo — Denise exclamou, com um brilho de satisfação nos olhos.

No meio da conversa, Carla apareceu e se aproximou de Do Contra com um sorriso sugestivo, puxando o braço dele com uma intimidade que fez Cebolinha se sentir um pouco desconfortável.

— E aí, Do Contra? A festa foi boa, né? Ainda bem que eu te convenci a beber. Se não fosse por mim, aposto que você nem teria se divertido tanto — Carla comentou, dando um sorriso provocativo, como se tivesse algum tipo de controle sobre ele.

Do Contra apenas sorriu sem muito interesse, sem dar corda para o que ela estava tentando insinuar, enquanto Cebolinha observava a situação com um aperto no peito, tentando não se deixar afetar.

— Nossa, eu nem sei como cheguei em casa! — Carla continuou, agora se encostando mais no Do Contra. — Mas você cuidou bem de mim, né? Se não fosse você... eu teria me perdido por aí.

Ela olhou diretamente para Do Contra, que finalmente pareceu desconfortável. Carla estava jogando charme de um jeito que só ele notava, mas quando ela soltou a frase seguinte, todos na rodinha ficaram em silêncio.

— Você não fez nada comigo, né, Do Contra? Tipo... enquanto eu tava bêbada?

Aquela pergunta atravessou o ar como uma faca. Todos olharam para Do Contra, que arregalou os olhos, espantado com o absurdo. Cebolinha ficou pálido, o coração disparado novamente.

— Claro que não! — Do Contra se defendeu, sem acreditar que ela tinha dito aquilo. — Eu nunca tocaria em alguém que não quisesse, muito menos alguém bêbado e sem consciência! Você tá maluca, Carla?

Os olhares da turma ficaram pesados, alguns confusos, outros com desconfiança. Carla deu um sorriso sem graça, tentando desviar a tensão, mas o dano já estava feito. Do Contra estava sério, e Cebolinha, que até então não havia dito nada, finalmente percebeu o quão difícil seria manter sua paz com Carla por perto.

O professor chegou logo em seguida, pedindo para todos entrarem na sala. Enquanto caminhavam, Cebolinha olhou de relance para Carla e notou que ela não desviava os olhos de Do Contra. E foi ali que ele percebeu. Por mais que tivesse conquistado o que queria com Do Contra, não seria fácil ter paz, sabendo que Carla ainda estava por perto, esperando uma chance.












Obrigado por lê ^^

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