Capítulo 5

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Cebolinha saiu da sala de aula, o barulho da escola diminuindo gradualmente. Encostou-se na parede em frente ao portão, respirando fundo. Sentia uma mistura de cansaço e inquietação, como se o dia já tivesse drenado toda a sua energia. Pegou o celular e viu uma nova mensagem de sua mãe.

_"Cebolinha, não se esqueça de que precisa buscar sua irmã na casa da avó e arrumar o quarto. Sempre tenho que te lembrar de tudo! Você nunca ajuda em casa, não sei mais o que fazer com você. Espero que não atrase de novo."_

Ele bufou, passando a mão pelos cabelos e fechando os olhos por um instante. Era sempre a mesma história. Não importava o que fizesse, parecia que nunca era o suficiente. A exaustão mental começou a pesar ainda mais. Só de pensar em voltar para casa e lidar com tudo de novo, a vontade desaparecia por completo.

Cebolinha olhou para o portão e viu Do Contra saindo, como sempre, com sua calma característica. O contraste entre o jeito tranquilo de Do Contra e o furacão interior de Cebolinha foi marcante. Por um momento, considerou simplesmente ir embora sozinho, mas talvez fosse uma boa ideia desviar um pouco da rotina e passar um tempo com alguém que não o cobrava por tudo.

Sem pensar muito, ele se afastou da parede e caminhou até Do Contra.

— Ei, DC! — chamou, atraindo a atenção do outro. — Que tal irmos até a praça tomar um sorvete ou algo assim, só para relaxar um pouco?

Do Contra levantou uma sobrancelha, surpreso. Não era comum Cebolinha chamá-lo para sair, especialmente com um tom tão desanimado.

— Você? Quer relaxar? — provocou, com um leve sorriso. — Tá sentindo que o mundo vai acabar ou o quê?

Cebolinha deu de ombros, tentando parecer mais casual do que realmente estava.

— Só achei que seria uma boa ideia. Então, vai topar ou não?

Do Contra cruzou os braços, avaliando Cebolinha por um momento. Ele podia ver que havia algo a mais por trás daquele convite, mas decidiu não pressionar.

— Beleza, vamos lá então. Eu não ia fazer nada de interessante mesmo.

Os dois começaram a caminhar em direção à praça, e o clima ficou mais leve. Cebolinha sentia, aos poucos, a pressão diminuir. Talvez sair um pouco da rotina e esquecer das cobranças fosse exatamente o que ele precisava.

《《  《》  》》

Na praça, Cebolinha e Do Contra estavam em frente a um lago. Cebolinha estava tomando seu sorvete enquanto conversava coisas aleatórias com Do Contra, que deslizava a mão sobre a água. Cebolinha se sentia mais relaxado ali, uma sensação que não sentia há muito tempo.

Do Contra, sendo observador, percebeu que Cebolinha estava bem diferente de como estava pela manhã. Ele parecia desgastado mentalmente e fisicamente, mas agora estava mais tranquilo.






"Será que ele estava realmente querendo relaxar?" pensou Do Contra.






— O que está pensando, DC? — perguntou Cebolinha.

— Hm!? Eu estava concentrado na água. Gosto do jeito que ela é... — respondeu, sorrindo.

Cebolinha observou Do Contra, que estava bem próximo à água. Sentiu a vontade de empurrá-lo para dentro, mas se conteve, pensando que ele poderia não levar a brincadeira bem. No entanto, Do Contra não era de se incomodar facilmente e até gostava de uma provocação.

— Cebolinha... — chamou Do Contra calmamente. — Por que me chamou para sair?

— É o quê? — respondeu Cebolinha, surpreso com a pergunta.

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