O amanhecer começou nublado, com o ar fresco entrando pela janela, trazendo um conforto aconchegante ao quarto. Cebolinha, ainda meio sonolento, se esforçou para se sentar na cama. Ele piscou algumas vezes, tentando se situar, e então percebeu que estava no quarto do seu namorado. O reflexo na janela ao lado mostrava seu rosto com curativos. Ele passou os dedos devagar sobre as bandagens.— Não foi um sonho… — murmurou para si mesmo, quase inaudível.
A porta se abriu repentinamente, fazendo Cebolinha se sobressaltar. Era Do Contra que entrava no quarto.
— Já acordou. E aí, tá se sentindo melhor? — perguntou, sentando-se ao lado dele.
— Tô bem… não foi nada grave pra ficar assim, DC.
Do Contra arqueou as sobrancelhas, visivelmente irritado.
— “Nada grave”? — ele repetiu, com um toque de incredulidade. — Cê tava com hematomas no rosto, cortes, arranhões.
Cebolinha desviou o olhar para a janela, deixando o silêncio preencher o ar por alguns segundos, antes de se lembrar de algo.
— DC, sua mãe… a senhora Keiko. Ela já…?
Do Contra não o deixou terminar:
— Quer dizer, sua sogra? — disse com um sorriso travesso.
Cebolinha esboçou um sorriso de volta.
— Sim, ela tá aqui ainda?
— Não, ela saiu cedo pro trabalho. Por que?
— Queria agradecer por ontem… Ela me ajudou tanto, é o mínimo.
— Relaxa, mais tarde cê pode falar com ela. — Do Contra se inclinou para frente, tentando beijá-lo, mas Cebolinha virou o rosto, envergonhado.
— Que foi? — Do Contra franziu o cenho, confuso.
— Eu acabei de acordar… nem escovei os dentes ainda, DC… — respondeu Cebolinha, corando.
— Aff..— Do Contra bufou, se levantando. — Quando se arrumar, desce pra comer, mas não demora.
Ele jogou uma pomada na cama, perto de Cebolinha.
— Não esquece de passar isso no rosto, três vezes no dia, vai ajudar bastante.— disse, antes de sair do quarto e fechar a porta.
《《 《》 》》
No banheiro, Cebolinha escovou os dentes, como de costume. Ele estava prestes a lavar o rosto, mas hesitou ao ver os curativos. Devagar, começou a retirar um deles. O hematoma abaixo era feio, mas não tão dolorido.
— Só umas cicatrizes leves… não vai aparecer tanto de longe — ele murmurou, pensativo.
Com um suspiro, ele decidiu tirar os outros, revelando pequenos hematomas e marcas que não eram tão visíveis.
《《 《》 》》
Mais tarde, Cebolinha estava deitado no colo de Do Contra no sofá da sala, aproveitando o cafuné que recebia. O momento estava perfeito, tranquilo, até que a campainha tocou. Nimbus não estava em casa, então Do Contra se levantou para atender.
— Vou ver quem é — disse, já indo em direção à porta.
Quando abriu, sua expressão mudou instantaneamente, ficando fria ao ver quem estava ali.
— O que você quer, Carla? — perguntou, em um tom seco.
Carla deu um meio sorriso, claramente desconfortável.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Entre Laços e Desafios
RandomEm um mundo onde cada escolha pode mudar o rumo de uma amizade, **Cebolinha** e **Do Contra** enfrentam desafios que vão além das habituais rivalidades da infância. Agora, adolescentes, eles se veem obrigados a trabalhar juntos em um projeto escolar...