LUNA MARTINS.
A manhã era clara, o céu límpido e sem nuvens. O calor do sol aquecia minha pele, e eu me sentia confortável, esquecendo por alguns instantes toda a confusão que havia deixado para trás. Com Matteo fora para resolver seus negócios, decidi aproveitar a tranquilidade da praia. Ajeitei minha toalha sobre a areia, passei óleo no corpo e me deitei, entregando-me ao prazer silencioso de pegar sol.
Por alguns minutos, parecia que a paz havia finalmente encontrado um lugar ao meu lado. A brisa suave, o som distante de pessoas jogando altinha e o leve burburinho das ondas do mar... Era o tipo de manhã que deveria ser perfeita.
Mas, como sempre, o destino tinha outros planos.
— Que coincidência te encontrar aqui, princesa.
A voz fria e debochada de Dylan me fez abrir os olhos com uma mistura de raiva e exaustão. Eu já deveria saber que esse homem era uma sombra que não me deixaria em paz.
Levantei a cabeça devagar, sem me preocupar em cobrir o corpo. Vi Dylan a alguns metros de mim, com aquele sorrisinho cínico estampado no rosto, acompanhado de quatro brutamontes vestidos de preto, todos de cara fechada.
— Caralho, você me segue agora? — rebati, mantendo a calma, mas não escondendo o desprezo na voz. — Não cansa de ser uma praga, não?
Dylan riu baixo, cruzando os braços enquanto me encarava.
— Seguir você? Eu nem preciso. Você é tão previsível que dá pra te encontrar em qualquer canto sem esforço. Além disso, com você de biquíni na praia, até parece que eu teria dificuldade de te achar.
— Quer que eu agradeça? — perguntei, arqueando a sobrancelha. — Não sou obrigada a ouvir piadinhas baratas de quem não faz nem o próprio trabalho direito.
Ele ignorou meu deboche, aproximando-se mais um pouco, seus capangas atrás, imponentes. Me sentei, olhando para ele sem desviar o olhar.
— Levanta. — Dylan ordenou, sem perder o sorriso.
— E se eu não quiser? — perguntei, esticando as pernas e me recostando de volta, como se ele não fosse nada mais que um incômodo insignificante.
Ele riu de novo, mas dessa vez havia algo mais ameaçador em seu tom.
— Você sabe que não tem escolha, querida. Levanta e vem comigo, ou eu faço questão de te levar de um jeito que você não vai gostar.
Revirei os olhos, bufando, e me levantei devagar. Não estava com paciência para discutir, e se havia algo que eu odiava mais do que ele, era o jogo dele. Ele sempre jogava sujo, e eu sabia que dessa vez não seria diferente.
Os capangas nos cercaram enquanto ele me levava até um carro preto, que estava estacionado um pouco afastado na rua. Sem muito alarde, me empurraram para dentro e fecharam a porta, sem nem me deixar pegar minhas coisas.
O carro avançou pelas ruas de Palermo, e eu permaneci em silêncio, embora minha mente estivesse a mil. Para onde ele estava me levando? E, mais importante, o que ele planejava dessa vez?
Depois de alguns minutos, chegamos a um prédio discreto, mas cheio de seguranças armados. Assim que desci do carro, pude perceber a seriedade do lugar. Homens e mulheres, todos vestidos de preto, com semblantes sérios e armas visíveis. Dylan estava mexendo em algo grande, e eu estava no meio disso.
— Bem-vinda ao meu quartel-general. — Ele disse com um sorriso sarcástico, enquanto me guiava pelo lugar. — Aposto que você nunca viu algo assim, não é?
— Já vi coisa melhor. — respondi, sem esconder o desprezo.
Ele não parecia se importar com meus comentários. Ao entrar em uma sala ampla, onde várias pessoas já estavam reunidas, Dylan tomou seu lugar à frente e começou a falar. Ele falava sobre a "missão do ouro", uma operação que envolvia algo grandioso e ilegal, como de costume. Eu ouvia tudo sem me importar, mas sabia que de alguma forma ele me colocaria no meio dessa história.
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Império do Crime
Fanfiction+18|| Luna Martins, herdeira de um império sombrio, passou anos longe do cenário que moldou sua juventude. Agora, como proprietária de diversas boates e vivendo uma vida de glamour e riqueza, ela parece ter tudo o que deseja. No entanto, por trás da...