13: Teia do Poder.

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LUNA MARTINS:

Assim que entrei em casa, as palavras de Dylan ainda ressoavam na minha mente. Ele queria que eu estivesse na festa da cúpula amanhã. Não era um pedido; era uma ordem. Suspirei, exausta, e me joguei no sofá, tentando organizar meus pensamentos. Não demorou muito para que pegasse meu celular e discasse o número de Matteo. Precisava ouvir a voz dele, mesmo que fosse para falarmos em códigos.

A chamada completou, e logo a voz calorosa de Matteo preencheu a linha.

— Oi, amor... — falei suavemente, como se fosse uma ligação qualquer entre um casal comum.

— Oi, princesa. Como foi o dia? — ele respondeu, mas o tom da voz dele também carregava o peso de algo mais profundo.

— Ah, nada demais. — Respondi, ajeitando-me no sofá. — Apenas uma reunião de trabalho. Sabe, aquelas em que você precisa sorrir e fingir que está interessada, mas, no fundo, só quer sair dali. — Dei uma risadinha forçada.

Matteo captou a mensagem na hora. Ele sabia que "reunião de trabalho" significava algum encontro com a cúpula, e meu tom indicava o quanto aquilo me incomodava.

— Entendo, meu amor. E como foi o chefe? Ele ainda está... mantendo as coisas sob controle? — Matteo perguntou, usando o tom mais casual possível.

— Sim, ele continua mandando em tudo. — Respondi com uma risada suave. — Querendo ter certeza de que sou obediente. Como se eu fosse alguém que se deixa controlar, não é? — Completei, com um toque de sarcasmo.

— Eles nunca vão entender, princesa. — Matteo respondeu, uma pitada de orgulho na voz dele. — Você sempre foi indomável.

— E sempre serei. — Respondi, colocando uma camada extra de firmeza em minha voz. — Não sou o tipo de mulher que eles pensam que podem manipular tão facilmente.

Ficamos em silêncio por um momento, absorvendo as palavras disfarçadas de carinho. Eu queria contar tudo para Matteo, sobre a festa de amanhã, sobre o que estava passando na minha cabeça, mas era arriscado demais. Então continuei o jogo.

— Sinto falta de você. — Murmurei, deixando a voz soar baixa e provocante. — Falta dos seus toques, dos seus beijos... de tudo que você sabe fazer tão bem.

Matteo riu do outro lado da linha, captando a mensagem. "Toques e beijos" era o código que usávamos para me referir a minha busca por qualquer informação que pudesse ajudar a derrubar Dylan. Cada conversa com Matteo era uma oportunidade para planejar um futuro diferente.

— Também sinto sua falta, minha rainha. — Ele disse em um tom apaixonado. — Logo vamos poder estar juntos. E, quem sabe, fazer uma "viagem"? — A palavra "viagem" era o nosso código para o plano de fugir juntos.

— Eu gostaria disso... — Respondi, a voz saindo como um sussurro. — Uma viagem, só nós dois, longe daqui... onde ninguém pode nos encontrar.

Ele sabia o que significava, e o silêncio entre nós foi cheio de promessas e esperança.

— Amanhã será um dia importante, então? — Matteo perguntou de repente, disfarçando a preocupação com um tom casual.

— Ah, sim. Vai ter uma festa de gente importante. — Respondi, tentando manter o tom leve. — Você sabe, aqueles eventos onde todos fingem ser amigos e mostram o quanto são poderosos.

— Vai arrasar, como sempre. — Matteo incentivou, mas eu conseguia captar o toque de tensão na voz dele. — Você é a melhor nisso, meu amor. Ninguém pode te superar.

— Obrigada... — murmurei, deixando um sorriso escapar. — Vou representar você lá também, sabe? Mostrando para eles que eu sou bem mais do que imaginam.

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