Império do Crime

05: Jantar em Família.

LUNA MARTINS:

O sol da tarde iluminava suavemente o quarto, e o silêncio só era interrompido pelo som distante das ondas batendo contra a costa. Eu estava deitada ao lado de Matteo, o lençol macio nos envolvendo, e a sensação de conforto e segurança me fazia querer prolongar aquele momento. Mas hoje era um dia especial. Iríamos jantar com Dom e Chiara, os pais de Matteo, que para mim eram como uma família de verdade, especialmente Dom, a quem eu considerava um tio de consideração.

— É melhor nos levantarmos, — Matteo murmurou, passando a mão suavemente pelo meu braço. — Faz tempo que você não vê meus pais, eles vão ficar felizes em te encontrar.

— Eu também estou com saudades deles, especialmente do Dom. Faz tanto tempo desde que nos vimos pela última vez, — respondi, virando-me para olhar nos olhos dele. Matteo sorriu, um sorriso caloroso e acolhedor que sempre me fazia sentir em casa, independentemente de onde estivéssemos.

Depois de um momento de preguiça, finalmente nos levantamos. Matteo foi direto para o banheiro, enquanto eu fui até o closet para escolher uma roupa apropriada para o jantar. A mansão de seus pais era grandiosa, mas escondida do mundo, em um lugar onde a privacidade era absoluta, e eu sabia que a ocasião exigia algo especial.

— O que acha desse vestido? — perguntei, segurando um longo vestido preto com detalhes em renda, que era ao mesmo tempo elegante e discreto.

— Perfeito, — Matteo respondeu do banheiro, a voz abafada pelo barulho da água do chuveiro. — Vai impressionar.

Depois de me vestir, comecei a arrumar o cabelo, deixando-o solto e levemente ondulado, exatamente como Matteo gostava. Enquanto fazia isso, lembrei-me de como Dom sempre tinha um jeito especial de me tratar, como se eu fosse realmente parte da família. Chiara, por outro lado, sempre me acolheu como uma filha, com um carinho que poucas pessoas demonstravam no mundo em que vivíamos.

— Estou pronto, — Matteo apareceu na porta, já vestido em um terno bem cortado. Seus olhos percorreram minha figura e um sorriso de aprovação surgiu em seus lábios. — Você está deslumbrante.

— E você também não está nada mal, — brinquei, ajustando o nó de sua gravata e depositando um beijo leve em seus lábios.

Descemos para o saguão da mansão, onde o carro já nos esperava para nos levar ao jantar. O caminho até a casa dos pais de Matteo foi tranquilo, as ruas de Palermo estavam movimentadas, mas o motorista sabia exatamente como evitar o tráfego, seguindo por rotas que nos levavam rapidamente ao destino.

Ao chegarmos, as grandes portas de madeira da mansão se abriram lentamente, revelando a imponência do lugar. O jardim era perfeitamente cuidado, as flores desabrochavam, enchendo o ar com seu perfume doce, e as luzes suaves criavam uma atmosfera quase mágica.

Dom estava na entrada, nos esperando com um sorriso no rosto. Ele era um homem imponente, com cabelos grisalhos bem penteados e olhos que, embora sempre vigilantes, expressavam um afeto genuíno.

— Finalmente, vocês chegaram, — disse Dom, abraçando Matteo primeiro e depois me puxando para um abraço apertado. — Estava ansioso para rever vocês.

— Eu também estava com saudades, tio, — respondi, sentindo o calor de sua recepção.

Chiara apareceu logo em seguida, elegante como sempre, com um sorriso caloroso.

— Minha querida, como você está linda, — disse ela, puxando-me para um abraço. — Estávamos esperando por esse jantar há semanas.

— Estou muito feliz por estar aqui, tia, — respondi, sentindo o carinho de Chiara.