O mistério do Oceano - Jack Sparrow

15

Revisado
(__p.o.v - Calypso__)

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   Meus lábios formaram um sorriso suave, quase imperceptível, enquanto suas palavras ecoavam na noite. A jovem tinha espírito, e isso a tornava ainda mais perigosa. Aproximando-me um pouco mais, pude ver em seus olhos um brilho que me lembrava outra pessoa, alguém que, há muito tempo, também ousara desafiar o destino.

— Quem eu sou... — comecei, minha voz adquirindo um tom quase melancólico. — É uma pergunta com muitas respostas. Mas suponho que, para esta noite, basta saberes que não sou uma ameaça. Não ainda.

     Ela deu um passo para trás, suas sobrancelhas se arqueando levemente. Eu podia sentir o conflito em seu interior: a vontade de descobrir mais versos o instinto de autopreservação. Um jogo perigoso, e eu estava mais do que disposta a jogá-lo.

— O que você quer de mim? — indagou, agora com um toque de impaciência.

   Eu ri baixinho, uma risada que parecia carregar o peso de eras passadas.

— Talvez a questão seja o que tu queres de mim, menina. O destino, às vezes, tem maneiras curiosas de aproximar as pessoas certas, na hora certa.

  Ela não respondeu de imediato, mas seus olhos não me deixavam. Havia uma força ali, uma determinação que só cresceria com o tempo. Ela ainda era jovem, ainda era humana. Mas havia algo mais profundo, algo que ela ainda não havia descoberto, e eu estava ansiosa para ver como essa jornada se desdobraria.

— O destino — ela murmurou, quase para si mesma, antes de me encarar novamente. — Você fala como se soubesse o que está para acontecer.

     Eu me aproximei mais um passo, ficando quase ao seu lado. O mar continuava a murmurar seus segredos, mas ali, naquele momento, tudo parecia suspenso no ar, esperando o próximo movimento.

— Eu sei mais do que imaginas — respondi, minhas palavras um sussurro que parecia dançar entre nós. — Mas algumas coisas, minha cara, devem ser descobertas por conta própria.

    Seus olhos brilharam novamente, um misto de curiosidade e desconfiança. Ela sabia que eu estava escondendo algo, mas não sabia exatamente o quê.

— E o que devo descobrir?

     Eu sorri, sentindo o poder das palavras prestes a serem ditas, e então, me voltei para o horizonte, onde as estrelas começavam a aparecer, refletindo-se no mar escuro.

— Quem tu realmente és.

      Observei o brilho das estrelas no horizonte e senti o peso do momento. Ela ainda não compreendia, mas logo descobriria. O vento trouxe novamente o perfume do mar, misturando-se ao suspense que se formava entre nós.

— Quem eu realmente sou? — ela repetiu, como se mastigasse as palavras, tentando compreender seu significado.

— Sim, e a resposta não é simples — respondi, minha voz baixa e quase sussurrada. — O que está diante de ti é apenas uma fração do que habita em teu interior. Algo antigo, poderoso, que desperta aos poucos. O destino não pode ser evitado, menina.

     Ela franziu a testa, seus olhos fixos nos meus, como se tentasse encontrar alguma verdade escondida. Havia um lampejo de certeza e incerteza, mas também de curiosidade. Mesmo sem entender completamente, ela começava a sentir as correntes invisíveis do destino que a puxavam para o desconhecido.

— Por que eu? — perguntou, sua voz carregada de uma mistura de receio e determinação.

— Porque foste escolhida — declarei, encarando-a com seriedade. — Não por mim, mas pelas forças que regem o destino. E esse caminho, que começa agora, levará a descobertas que podem mudar tudo o que acreditas ser.

    Ela deu um passo para frente, processando minhas palavras. Eu podia ver a batalha interna que travava, o desejo de saber mais lutando contra o medo do desconhecido. Ela estava prestes a embarcar em uma jornada que mudaria tudo, e eu, como observadora — e talvez algo mais —, teria meu papel.

— Lembra-te, menina — finalizei, antes de me virar para partir —, o que está por vir será revelado no momento certo.

  E enquanto eu desaparecia na escuridão, suas últimas palavras ecoaram ao vento.

(E finalmente terminamos a continuação do bônus do capítulo 14.)

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