T2 EP 7: Sim e lutar por esse amor.

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  Alice estava com sua mãe no carro, Sam estava lhe levando a escola e pelo caminho a garota fazia uma atividade que tinha se esquecido. Sam dirigia um pouco mais lento que o normal, para ajudar a filha que usava o painel do carro como mesa.

  Assim que finalizou e fechou o caderno, Alice começou a guardar ele e seu estojo na mochila, não percebendo que um papel bem importante tinha caído. Sam viu o papel vermelho no chão e quando o sinal fechou o pegou, apesar de não ler tudo, já conseguia saber do que se tratava, pois tinham alguns corações e a letra estava divina. Ela deu um sorriso bobo e estendeu o papel pra Alice, que pegou e guardou em silêncio, um pouco envergonhada de sua mãe ter lido. Ela foi o resto do caminho quieta, enquanto sua mãe assobiava uma canção.

  Ao parar em frente ao prédio escolar, Sam destravou as portas e Alice desceu, mas antes que se afastasse do veículo sua mãe a chamou com um "psiu".

—"Ei, cadê meu beijo de tchal?" — Sam perguntou inclinando o corpo e após receber um beijo rápido na bochecha o retribuiu. —"Se cuida, viu? E seja lá pra quem for aquele bilhete... tô torcendo por você." — encorajou, dando uma piscadela em seguida.

  Corada, Alice riu e acenou antes de entrar na escola. Seu coração estava a mil. Se apaixonar pela "rival" parecia complicado, mas era mais simples de explicar do que adolescentes que criam hierarquia como em filmes idiotas. Ela caminhava tranquila pelos corredores até que avistou o armário de Rosalina. Sem perder tempo abriu sua mochila e tirou o bilhete. Antes de ir colocar naquele armário, fez questão de olhar pros lados, fingir estar apenas existindo, até finalmente passar o pequeno papel pela fenda lateral do armário e sair dali.

  Ao entrar em sua sala foi direto pro seu lugar, onde tinha Hugo ao seu lado, Tico e Milles na frente dos dois. O lugar não era perto das primeiras fileiras, mas também não era fundão. Se alguém perguntasse, diria que era apenas questão de equilíbrio.

[...]

  Naquele bilhete, Alice, ou melhor, "admirador(a) com boas intenções", nome que ela assinou, estava pedindo para Rosalina ficar na sala quando o sinal tocasse. A pessoa que ficasse ali com ela era a que escreveu o bilhete. Hugo era o único que sabia desse plano e levou Milles e Tico pra fora antes que pudessem chamar Alice, só pra garantir.

  Não demorou muito para que todos os alunos saíssem da sala, e assim restando apenas Rosalina e Alice, essa estava tentando se controlar e parar de tremer. Rosalina olhava pra ela, mas não levantou e muito menos disse algo. Apenas pegou o bilhete e o encarou, ficando quieta em seu acento.

  Depois de quase cinco minutos, finalmente levantou e foi até Alice ficando em sua frente.

—"Você fez isso pra brincar comigo, não fez, Alice? Poxa eu sei que somos rivais e que nos odiamos mas precisava?"

—"O que? Eu nunca faria algo assim pra te zoar... a verdade é que eu não aguento mais fingir que te odeio." — se levantou segurando a mão da garota em sua frente. —"Sabe o quanto eu sofri até ter coragem de escrever isso?"

—"Se for verdade, me diga... por que... por que demorou tanto? Poxa estamos nessa briga toda a mais de um ano... por que você de repente se apaixonaria por mim?"

—"Eu tentei negar pra mim mesma, sei que sua família é conservadora... somos duas garotas e eu tinha medo de você pensar como eles e pior... quebrar meu coração. Não faz ideia do quanto eu sofria toda vez que tinha que fingir te odiar... eu chorei depois que saímos no tapa e até hoje não me perdoei por bater na garota que eu amo..."

  Rosalina estava com um aperto no peito. De um lado, seus pais que tinham nela todas as esperanças de que se torna-se uma dama e se casasse com um cavalheiro, e do outro uma garota incrível que abriu seu coração revelando que a ama. Aquele sentimento era recíproco, mas Rosalina ainda não queria deixar de ser a princesa do papai, e ser a "ovelha negra" da família. Ela fechou os olhos com força, apenas continuando a ouvir.

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