6. Uma vez marginal, Sempre Marginal

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Uma Vez Marginal,Sempre Marginal

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   Sam estava em sua sala enquanto sua esposa estava na sala ao lado. Mon não estava se sentindo muito bem na noite anterior mas quis ir trabalhar mesmo assim, Sam estava sempre por perto atenta a qualquer sinal de mudança na saúde de mon. Já passou do horário de almoço mas a menor ainda não almoçou e percebendo isso Sam resolveu leva-lá pra sair. Ela se aproximou de Mon que estava fazendo algo na impressora e abraçou por trás com carinho.

-"Querida você ainda não almoçou, vem comigo vamos dar uma volta pra você respirar um pouco de ar puro" -Sam disse enquanto fazia carinho nos braços da esposa-

-"Amor eu tô bem, eu só não tô com muita fome agora"

-"Ótimo então vamos dar uma volta só pra você sair um pouco" -Sam segurou a mão da menor mas ela não se moveu-

-"Sam, eu já disse que tô bem você não precisa se preocupar ou atrapalhar seu expediente por minha causa" -mesmo querendo Mon não queria dar trabalho pra mais velha-

-"Mon você é a minha esposa eu só estou cuidando de você e isso nunca me atrapalharia.... por favor vem comigo" -beijou as mãos da mais baixa que acabou cedendo-

-"Não por muito tempo tá? Só uma voltinha rápida!" -deu um selinho na esposa-

-"Tá bem, vamos passear um pouco e depois vou te levar pra comer no nosso lugar favorito" -retribuiu com mais alguns selinhos-

-"Hmm Camarões do Rio?" -perguntou sorrindo por saber a resposta-

-"Ainda tem dúvidas monmon?" -elas riram e foram pro carro-

As duas logo chegaram ao local e foram pra suas mesas, sentaram lado a lado e estavam conversando até que Sam recebeu uma notificação no celular, era Nueng querendo encontrar com ela pra conversar um pouco, só pra se divertir. Enquanto Sam conversava no celular Mon sinalizou pra ela que iria ao banheiro e se retirou da mesa.

Apesar de estar bem melhor que na noite anterior Mon ainda sentia mal estar... Ela entrou no banheiro espaçoso e resolveu lavar o rosto pra ver se melhorava um pouco, já que estava sentindo um leve sono. Após secar as mãos e seu rosto com uma toalha de papel ela começou a passar mal e não conseguiu sair do banheiro pra ir chamar Sam, ela ficou tonta e pálida e sentia muita dor de cabeça.

Quando estava quase desmaiando, alguém a segurou e começou a ajudá-la a se sentar e ficar calma. Desesperada a pessoa que mon não conseguiu ver gritou por socorro e foi até Sam, levando a mulher pro banheiro pra ajudar. Era a delinquente Mirim que tanto aprontou e Sam obviamente ficou confusa e com raiva de ser puxada assim pela menina, raiva que foi substituída por preocupação pela esposa ao ver a sua situação.

-"Ei menina me solta tá malu-- MON, MON FALA COMIGO MEU AMOR"
-Sam estava gritando com a garota mas logo quando avistou Mon pálida correu até ela-

-"Eu entrei aqui e ela tava quase desmaiando" -Alice disse preocupada-

-"Obrigada por ajudá-la, obrigada mesmo" -Sam dizia enquanto se preparava pra levar Mon pro carro-

-"Você quer ajuda? Eu não sou muito forte mas posso ajudar!" -apesar de ter aprontado, Alice é uma boa pessoa e queria ajudar-

Logo com a ajuda da menina, Sam levou Mon pro banco de trás. Alice não tinha mais nada pra fazer nem preocupações então quis ajudar mais, ela foi no banco de trás segurando a moça enquanto Sam dirigia com pressa.

[...]

Com a Mon já medicada Sam começou a procurar Alice pelo hospital e assim que avistou a menina bebendo água a abraçou.

-"Muito obrigada mesmo, se você não tivesse visto minha esposa ali eu nem sei o que teria acontecido" -disse grata pelo que a menina fez por sua esposa-

-"Não precisa agradecer eu fiz a coisa certa... ah e meu nome é Alice muito prazer!" -sorriu simpática mas tinha receio de conversar com a moça-

-"Eu realmente quero saber o porquê ajudou minha esposa... mesmo depois de tudo..."  -sorriu e abraçou a menina novamente-  "Nós... podemos conversar um pouco? Eu estou realmente curiosa pra saber mais de você... eu prometo que não vou gritar com você e nem te fazer mal."

-"Ah... sim... tudo bem!" -disse enquanto Sam a guiava pra um lugar mais calmo do hospital-

Mon tinha tido um mal estar comun mas precisaria ficar em observação, ela estava dormindo então Sam aproveitou pra saber mais sobre a misteriosa menina. Alice não falou muito sobre sua vida pessoal porque não queria se abrir pra alguém "estranho" ainda mais depois dos conflitos com a mulher alta que estava em sua frente, ela só disse que não fica muito em casa e que gosta de sair. Sam sentiu algo novamente, era um tipo de empatia pela menina que ela não sabia de onde vinha. Sam percebeu que a jovem não é a delinquente que ela pensava... era uma menina doce e sorridente que tinha um lindo olhar. Elas estavam conversando até que A mais velha viu Mon se aproximar.

-"Querida o que está fazendo de pé? Você tava em observação" -Sam correu até sua esposa e sentou ela ao seu lado-

-"Eu tô bem amor só com um pouco de dor de cabeça... espera, é você? A menina misteriosa?" -mon perguntou reconhecendo aquele rosto-

-"Sim, meu nome é Alice muito prazer" -estendeu a mão que logo foi apertada por Mon-

-"Ela que te salvou querida, ela correu atrás de mim e me levou até você" -Sam avisou já que mon não conseguia ver os rostos delas direito naquele banheiro.

-"Mas... você não estava com aqueles delinquentes... você é uma dos trombadinhas... eu sei que não somos inimigas mas porque você ajudari--" -foi interrompida pela menina-

-"Eu apronto um pouco... não sou um  monstro... com licença" -se levantou mas quando ia se afastar Sam segurou sua mão-

-"Espera Alice... por favor fica mais um pouco" -Sam tentou convencer a menor-

-"Não... obrigada mas já fiz tudo o que tinha que fazer aqui... desejo melhoras pra sua esposa" -saiu do hospital deixando o casal ali-

Sam suspirou e conversou com Mon sobre Alice não ser a má pessoa que elas achavam que era, a mais nova se sentiu culpada, ela realmente não queria chatear Alice mas falou por impulso.

Afinal Alice era sempre vista com aqueles adolescentes, e mesmo que fosse uma boa pessoa, ainda prontava bastante por aí.

[...]

Alice foi pra praça que costumava passar as tardes, estava um clima agradável e ela aproveitava a brisa da tarde observando a vista. Os grafites da pista de skate realmente chamavam sua atenção. Apesar de saber que suas ações não foram as mais bonitas, Alice não era uma pessoa ruim, ela só encontrou na rua um refúgio e acabou se sentindo amada por companhias não tão direitas... Os amigos dela não eram monstros... eles só pichavam e faziam reuniões nas praças além de usar roupas legais, realmente o único crime era pichar, eram todos de bom coração e faziam até caridade... pelo menos era o que a adolescente pensava.

Alice não sabia porque mas se sentiu muito triste, ela só queria ajudar e foi julgada... realmente Rok tava certo... uma vez marginal sempre marginal... e talvez ninguém nunca a visse como a menina incrível que ela é. Ela não voltou pra casa, afinal... ninguém iria sentir falta dela lá, Alice estava decidida a não voltar mais e viver do seu jeito. Depois de chorar e pensar em sua vida difícil Alice repetiu seu hábito semanal, retirou a bandana de seu pulso e fez novos cortes tentando se distrair com essa dor ao invés de ficar com a que sentia em seu coração... a vontade de ser amada...

[...]

Indo pra casa já no carro pós hospital, as esposas Sam e Mon estavam quietas, realmente tinham muita coisa na mente. Sam queria entender porque se importava tanto com os sentimentos da garota enquanto Mon se sentia culpada e uma pessoa má por ter sido ingrata sem querer. O silêncio foi quebrado apenas pela chuva que começou a a cair forte no carro. Enquanto as duas voltaram pra casa Alice ficou na chuva, cada um pro seu lado com suas próprias dores e problemas... assim se foi mais um dia.

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Mais Uma Em Nossos CoraçõesOnde histórias criam vida. Descubra agora