Após Leonardo ser assassinado em sua própria casa pelo seu filho Jhonny, Teresa Garcia é chamada para solucionar o caso, mas sua investigação toma outro rumo quando ela descobre segredos perturbadores sobre a família Ferreira. O que era para ser um...
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9 de novembro de 1956
Aquele momento perturbador no qual o ódio domina seu corpo por inteiro, suas mãos tremem e você não sabe mais se o que sente é ódio, mágoa, vingança ou tudo junto.
Aquele momento no qual seu ódio te consome por inteiro e a única coisa que quer fazer é jogá-lo para fora o mais rápido possível antes que ele exploda em uma dimensão de amargura e tragédia.
Patético pensar assim, já que eu sou apenas um menino idiota e malcriado vivendo nessa maldição de família do caralho.
André veio aqui hoje. Ah é, vocês não sabem quem diabos é André. Bom, eu também não sabia, até ver ele saindo todo suado do quarto da minha mãe.
Não é querendo defender aquela vadia barata, eu sei que ela precisa pagar as contas, mas porra, trazer esses amantes de merda pra cá, pra casa? Vai se foder.
Eu estive pensando o que aconteceria se o meu pai descobrisse tudo isso. Bom, nem precisei pensar demais. Ele encontrou as roupas íntimas que o burro do André esqueceu aqui.
Sabe como a minha mãe está agora? Sangrando. Ele espancou ela com um pedaço de cabo de vassoura, a mesma vassoura que ele tentou quebrar na cabeça do Pedrinho outro dia.
Sabe qual é a merda de tudo isso? Sempre que a vadia da Amanda apanha, ela vem descontar tudo em mim.
Vai tomar no cu.
Depois ela vem toda arrependida falando: "Ah, filho, perdoa a mamãe, você sabe que a mamãe é a vítima aqui, não sabe?"
A única coisa que eu sei é que eu quero fugir dessa merda de casa.
3 de dezembro de 1956
Jhonny Boy aqui. Oh, o Natal, uma data que todos dizem ser muito importante e se reúnem para comemorar sei lá o quê.
Pelo menos na maioria das famílias é assim. Muita comida, muita fartura e geralmente acaba em uma briga clássica de dois membros que não se suportam.
Menos na minha família. Eu nunca tive um Natal, provavelmente nunca vou ter.
Mas o que eu tenho pra falar aqui é algo grandemente mais divertido: meu pai guarda um revólver no quarto dele.
Ele chama de "resolver" porque é um covarde que não sabe resolver as coisas de forma pacífica, então prefere ameaçar os outros ao seu redor para conseguir o que quer.
Eu estou tentando aprender a usar. Particularmente, me parece muito legal e uma ótima ideia para curar o tédio.
1 de janeiro de 1957
Jhonny Boy aqui. Eu invoquei um demônio.
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