Capítulo 9: O Lado Oculto do Coração
Han passou o resto do dia distante, tentando evitar pensar na cena que presenciou mais cedo. Mas a imagem de Minho rindo com seu amigo não saía de sua cabeça. O ciúme apertava seu peito, misturado com a insegurança que ele tentava ao máximo esconder.
Sentado em uma das grandes janelas do castelo, Han observava o horizonte. O pôr do sol tingia o céu de tons alaranjados e, por um breve momento, ele se permitiu fechar os olhos, esperando que os pensamentos sumissem. Mas tudo o que conseguia era lembrar de Minho com aquele garoto, e isso o atormentava cada vez mais.
De repente, ouviu passos atrás de si. Ele não precisava se virar para saber quem era; o ar ao redor parecia mudar quando Minho estava por perto.
"Han?" Minho chamou com a voz suave. "Você está bem?"
Han não respondeu de imediato. Ele queria ignorar a pergunta, mas o jeito preocupado de Minho o fez se sentir culpado. "Estou bem," mentiu Han, mantendo os olhos fixos no horizonte.
Minho se aproximou, parando ao lado dele. "Sabe, você não parecia bem mais cedo. Eu senti que algo te incomodou quando meu amigo chegou." A sinceridade na voz de Minho quase quebrou as barreiras que Han estava tentando construir.
Han se encolheu um pouco, ainda lutando contra o nó na garganta. Ele não queria parecer infantil ou carente, mas a dor do ciúme estava pesando mais do que ele esperava. "É que... eu só fiquei pensando, sabe?" Ele finalmente respondeu, escolhendo as palavras com cuidado.
"Pensando em quê?" Minho perguntou, agora mais curioso, inclinando-se para tentar ver o rosto de Han.
Han soltou um suspiro pesado. "Eu vi vocês juntos... e eu não sei, talvez seja bobagem da minha parte, mas me senti... deixado de lado," ele admitiu, sua voz mais baixa do que o habitual. "Eu sei que ele é seu amigo, mas parecia que eu não importava naquele momento."
Minho ficou em silêncio por um segundo, absorvendo as palavras de Han. Então, colocou uma mão gentil no ombro dele. "Han, você nunca foi e nunca será deixado de lado. Meu amigo e eu temos uma história antiga, mas isso não muda o que estamos construindo, o que temos."
Essas palavras, em vez de acalmarem Han, só fizeram o turbilhão de emoções dentro dele se intensificar. Ele virou a cabeça para finalmente encarar Minho, sua expressão marcada pela dor e raiva. "E o que exatamente nós temos, Minho?" Ele perguntou, e logo sua voz se elevou. "O QUE NÓS TEMOS? EU NÃO SOU NADA PARA VOCÊ, NÉ? EU NÃO SIGNIFICO NADA?"
Minho abriu a boca para responder, mas antes que pudesse dizer qualquer coisa, Han o empurrou com força, derrubando-o no chão. Lágrimas já escorriam pelo rosto de Han, e sua voz tremia, cheia de emoção. "Eu achei que... nós poderíamos ser mais do que apenas amigos."
O quarto ficou em silêncio, com apenas os soluços de Han preenchendo o espaço entre eles. Minho, ainda atordoado pelo empurrão e pelas palavras de Han, levantou-se devagar. O choque em seus olhos era evidente, mas também havia algo mais ali—arrependimento.
"Han, eu... eu não sabia que você se sentia assim," Minho começou, sua voz baixa e hesitante. "Eu não queria que você pensasse que não importa para mim. Você importa mais do que qualquer pessoa."
Han continuava a chorar, os braços ao redor de seu próprio corpo, como se tentasse se proteger da dor que estava sentindo. "Então por que você age como se eu fosse só mais um na sua vida? Eu... eu não aguento mais me sentir assim," ele murmurou, sua voz abafada pelas lágrimas.
Minho deu um passo em direção a ele, mas hesitou, com medo de fazer algo errado. "Eu nunca quis te machucar, Han. Eu realmente não queria. Você tem que acreditar em mim. Eu só... eu não sabia como lidar com o que estava sentindo por você."
As palavras de Minho fizeram Han parar por um momento, mas a dor ainda era forte. Ele olhou para Minho, os olhos vermelhos e cheios de mágoa. "Então, você sente alguma coisa por mim?" Ele perguntou, quase com medo da resposta.
Minho respirou fundo, como se estivesse tentando reunir coragem. "Sim," ele respondeu, finalmente olhando Han nos olhos. "Eu sinto. Sinto muito mais do que posso explicar. E sinto muito por não ter mostrado isso antes."
O silêncio que se seguiu foi pesado, cheio de emoções não ditas e confissões não feitas. Han não sabia o que dizer. Parte dele queria abraçar Minho, mas outra parte ainda estava ferida demais para deixar isso acontecer.
Minho, percebendo a luta interna de Han, deu mais um passo à frente, desta vez mais decidido. Ele estendeu a mão, hesitante, tocando de leve o ombro de Han. "Eu estou aqui, Han. Eu não vou a lugar nenhum. E se você me der a chance, eu vou provar isso para você."
Han não respondeu de imediato, mas o toque de Minho parecia trazer uma pequena centelha de conforto. As lágrimas ainda rolavam por seu rosto, mas algo dentro dele estava começando a se acalmar, mesmo que lentamente.
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A Disputa do Amor Coroado (misung)
AdventureNeste conto épico, Han se vê dividido entre o peso da coroa e o desejo de um amor verdadeiro. Enquanto o reino se agita com intrigas políticas e confrontos iminentes, a beleza enigmática do filho da rainha Eun-ji atrai Han para um mundo onde sentime...