Harth of the Dragon │Rhaenyra Targaryen and You!

6.

P.O.V. Rhaenyra Targaryen

O calor da discussão preenchia a sala, como se o próprio ar estivesse saturado com a tensão que crescia entre mim e Daemon. Eu sabia que essa briga viria mais cedo ou mais tarde. Desde que S/N reivindicou Vermithor, Daemon não parava de lançar olhares desconfiados e comentários envenenados sobre ela. E hoje, ele decidiu que era o momento de finalmente jogar tudo à mesa.

“Você está cega, Rhaenyra!” Daemon exclamou, a voz carregada de frustração e desprezo. Ele andava de um lado para o outro como um dragão prestes a cuspir fogo. “Ela sente desejo por você! Qualquer um com olhos pode ver isso.”

Senti meu estômago se revirar com aquelas palavras, mas continuei firme. Eu estava cansada. Cansada da guerra, das traições, das dúvidas incessantes, e, principalmente, cansada de Daemon se intrometendo em algo que ele sequer compreendia por completo. Fechei os olhos por um instante, tentando acalmar a fúria que começava a crescer dentro de mim, mas quando abri, meu olhar estava cravado no dele, e a minha paciência havia se esgotado.

"E daí, Daemon?" As palavras saíram da minha boca antes que eu pudesse controlá-las, mas eu não me arrependi. "E daí se ela estiver? E daí se eu ceder aos desejos dela?" Minha voz saiu firme, mas havia uma carga emocional que eu não podia mais esconder.

O silêncio que se seguiu foi pesado, carregado de surpresa. Daemon parou de andar, os olhos arregalados por um momento enquanto tentava processar o que eu acabara de dizer. Ele estava acostumado a me provocar, a tentar empurrar seus pontos de vista sobre mim, mas dessa vez eu havia virado o jogo de uma forma que ele não esperava.

"Você está brincando comigo?" Daemon finalmente murmurou, dando um passo na minha direção, os olhos estreitos, cheios de indignação. "Você está realmente considerando isso, Rhaenyra? Com ela? A irmã da sua inimiga, uma Hightower?"

Meu peito subia e descia rapidamente com a intensidade do momento. A verdade era que eu não estava brincando. Não mais. Todas as provocações de Daemon, suas insinuações sobre S/N, tudo isso apenas reforçava algo que eu tentava negar desde que ela apareceu em minha vida. Sim, havia algo ali, algo que crescia a cada olhar, a cada encontro. E eu não conseguia mais ignorar.

"Ela não é apenas 'a irmã da minha inimiga', Daemon," eu disse, cruzando os braços enquanto o encarava. "Ela é uma mulher que provou seu valor, uma pessoa que se arriscou mais do que muitos de nossos aliados. E, se você acha que eu não vejo o que está acontecendo entre nós, então você é mais cego do que eu."

Daemon riu, mas era um riso amargo, quase incrédulo. “Você está permitindo que seus sentimentos a enfraqueçam, Rhaenyra. Está colocando tudo a perder por causa de... de quê? Desejo? Afeto por uma mulher que sequer deveria estar no seu conselho?”

Eu o encarei com um misto de frustração e cansaço. Eu sabia que ele estava preocupado, que, em sua mente retorcida, ele acreditava que estava me protegendo. Mas eu também sabia que suas críticas não vinham apenas do desejo de me proteger — elas vinham de um lugar de ciúmes, de querer controlar cada aspecto do meu reinado, da minha vida.

"Você não entende," eu disse, minha voz mais baixa, mas ainda carregada de convicção. "Você nunca entendeu o que é estar dividida entre o dever e o desejo. O que eu sinto por S/N... seja o que for, não muda o que eu sou. Não muda minha determinação em reconquistar o trono, nem o que farei para vencer essa guerra."

Daemon me observou, o olhar escurecendo. Por um momento, achei que ele fosse explodir de raiva, mas ele apenas ficou ali, me estudando, como se estivesse tentando encontrar algo em mim que não conseguia entender. O silêncio que se seguiu foi mais cortante do que qualquer palavra que ele poderia ter dito.