P.O.V. S/N
Quatro meses se passaram desde o nascimento de Rhaena, e, incrivelmente, a relação entre Rhaenyra e eu se tornara mais próxima, mais firme, como se tivéssemos feito um pacto silencioso de sempre estar uma para a outra. Desde aquele dia, quando a segurei pela primeira vez, minha afeição pela pequena Rhaena cresceu a cada instante, e estar perto dela também significava estar perto de Rhaenyra. Era um vínculo diferente de tudo o que eu já havia sentido, algo que me preenchia de forma tão intensa que às vezes eu me pegava pensando no quão importante isso se tornara para mim.
Naquele dia em especial, Rhaenyra me procurou com uma expressão quase travessa, um sorriso que indicava que ela tinha uma desculpa bem específica para me ver.
— S/N, preciso de sua ajuda com Syrax — ela começou, tentando esconder a expressão travessa com uma máscara de seriedade. — Parece que ela anda inquieta, e você sempre a acalma.
— É mesmo? Achei que Syrax só obedecesse a você, Rhaenyra — respondi, arqueando uma sobrancelha com um sorriso contido. Era uma desculpa descarada, mas, por alguma razão, me deixava ansiosa. Eu sabia o que aquelas pequenas desculpas de Rhaenyra significavam.
— Talvez seja isso... mas... acho que a presença de alguém que também tem o dom de se conectar com dragões a ajuda a se acalmar. — Ela sorriu, o brilho nos olhos dela deixando claro que era mais um pretexto para passarmos mais tempo juntas.
Seguimos para os estábulos onde Syrax estava. Quando chegamos, a dragão de escamas douradas ergueu a cabeça, reconhecendo minha presença. Eu sabia que dragões podiam ser temperamentais, mas Syrax parecia aceitar minha aproximação, como se soubesse que eu estava ali para ajudar.
Rhaenyra se aproximou de mim, seus olhos tão intensos que meu coração pareceu disparar ao perceber a proximidade. Ela se inclinou levemente, e eu senti o calor de seu corpo, seus dedos roçando meu braço enquanto tentava guiar minha mão para Syrax. O toque dela, mesmo sendo sutil, parecia carregar uma carga elétrica que me fazia tremer.
— Ela gosta de você — Rhaenyra murmurou, a voz baixa e suave, os lábios tão perto que eu podia sentir sua respiração.
— Ou talvez ela goste mais de você, e só me tolera porque você está aqui — brinquei, tentando quebrar a tensão que estava se formando no ar, mas minha voz saiu um pouco mais rouca do que eu gostaria.
Rhaenyra riu, uma risada suave, e seus olhos encontraram os meus. Era um olhar que me deixava sem ar, que carregava uma intensidade e uma saudade que eu sabia que ela tentava esconder. E ali, naquele instante, quase me esqueci de tudo ao nosso redor. A proximidade dela fazia com que todos os meus sentidos focassem nela; o cheiro de suas roupas, o calor de sua pele a poucos centímetros de mim.
Houve um momento de silêncio, e, ao me virar, percebi que ela ainda me olhava, os olhos escuros e cheios de algo que eu não conseguia decifrar completamente, mas que me deixava vulnerável. Meu coração batia rápido, e antes que eu pudesse processar, Rhaenyra segurou minha mão, seus dedos entrelaçando-se aos meus com uma suavidade inesperada.
— Sabe... — ela começou, hesitante, sua voz suave quase como um sussurro. — Esses últimos meses... eu percebi o quanto você é importante para mim. E para Rhaena também.
Minha respiração falhou por um instante, a confissão dela me pegando de surpresa. O toque das mãos dela parecia aquecer minha pele, me prendendo naquele momento, onde a sensação de que tudo estava bem se tornava insuportavelmente intensa. Eu me aproximei um pouco mais, quase sem pensar, atraída pela profundidade no olhar de Rhaenyra, pela vulnerabilidade que ela deixava escapar em raros momentos como aquele.
— Eu também... — sussurrei, hesitante, temendo expor demais o que sentia. Mas era impossível negar o que minha presença ao lado dela significava para mim.
Syrax pareceu emitir um som baixo, como se percebesse a tensão que nos envolvia, mas eu mal registrei isso. Rhaenyra ainda segurava minha mão, e o sorriso dela parecia iluminar a sala inteira.
Ela se inclinou mais uma vez, e naquele momento senti que, mesmo sem palavras, Rhaenyra e eu entendíamos que havia algo entre nós que transcendia qualquer desculpa. Eu podia ver em seu olhar que ela sentia o mesmo, mas nenhum de nós parecia disposto a quebrar o encanto com palavras. O silêncio, a tensão, e a leveza de seu toque diziam mais do que qualquer coisa que pudéssemos dizer. E, ali, pela primeira vez, percebi que o futuro poderia nos reservar algo mais do que meras desculpas e encontros casuais.
P.O.V. Rhaenyra
Eu não conseguia mais me conter. Depois de meses cercando esse desejo, de me aproximar por desculpas frágeis e conversas indiretas, percebi que estar ao lado de S/N não seria suficiente enquanto essa chama queimava em mim. Cada momento ao lado dela tornava a atração mais intensa, e agora, com ela tão perto, eu não conseguiria resistir.
Com um suspiro profundo, soltei sua mão e me aproximei ainda mais, cada movimento carregado de uma decisão firme. Minha mão tocou seu rosto, sentindo o calor e a suavidade de sua pele, enquanto meu olhar se aprofundava no dela, capturando cada detalhe de sua expressão. Eu precisava ver se ela sentia o mesmo.
Ela não recuou. Ao contrário, ela parecia esperar, seus olhos fixos nos meus, sua respiração mais rápida, como se ela soubesse exatamente o que viria a seguir.
— Eu não posso mais... — murmurei, incapaz de terminar a frase, tomada pela urgência e pelo desejo que me consumiam.
Com um movimento suave, aproximei-me até nossos lábios se encontrarem. O beijo foi primeiro gentil, hesitante, como se fosse um teste para aquilo que ambos queríamos há tanto tempo. Mas rapidamente se intensificou, e senti uma onda de eletricidade atravessar meu corpo. Eu a puxei mais para perto, aprofundando o beijo, saboreando cada segundo.
Senti suas mãos subirem pelas minhas costas, seus dedos tocando a base do meu pescoço, e uma onda de calor percorreu meu corpo. Não havia mais desculpas, apenas o momento, e eu estava completamente entregue a ela. As mãos dela eram firmes, seguras, e eu me deixei envolver, sentindo-me viva de uma forma que há muito não experimentava.
Sem quebrar o beijo, minhas mãos deslizaram para sua cintura, apertando-a com um toque que dizia tudo o que palavras não podiam expressar. Eu queria explorar cada pedaço de sua pele, perder-me completamente nesse momento que parecia suspenso no tempo. Senti sua respiração ofegante contra meus lábios, e o som suave de seu suspiro fez meu coração bater ainda mais forte.
Ainda de olhos fechados, puxei-a mais uma vez, aprofundando o beijo, e desci as mãos lentamente pelas suas costas. Era uma intensidade quase insuportável, mas não havia nada que eu pudesse fazer além de seguir em frente, completamente rendida ao desejo que S/N havia despertado em mim.
Finalmente, com um último suspiro, rompi o beijo, mas não me afastei. Apoiando minha testa contra a dela, minha respiração ofegante se misturava com a sua, e minha voz saiu em um sussurro rouco:
— S/N... Eu... Eu não consigo mais fingir.
O desejo era incontrolável. Cada centímetro de mim clamava por ela, e eu mal conseguia conter a urgência que se acumulava em meu peito. Sem mais hesitação, deixei que minhas mãos descessem por seu corpo, sentindo cada curva, cada linha que me deixava em um estado quase febril. Meus dedos se aproximavam do limite de sua roupa, e eu estava prestes a fazer exatamente o que vinha desejando por tanto tempo.
Mas, num movimento ágil, S/N girou, empurrando-me contra a parede com uma intensidade que me pegou de surpresa. Meu olhar encontrou o dela, e uma chama ousada e determinada cintilava em seus olhos, deixando claro que, dessa vez, ela é quem estava no controle.
Ela se aproximou, mantendo-me contra a parede, seu rosto tão próximo ao meu que podia sentir a intensidade de sua respiração, quente e urgente. Senti seu corpo pressionado contra o meu, e cada segundo aumentava o calor entre nós. Havia uma confiança em seu olhar que me fez perder o fôlego.
— Eu que estou no comando agora, Rhaenyra — murmurou, a voz dela baixa e cheia de uma segurança que me deixou em transe.
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Harth of the Dragon │Rhaenyra Targaryen and You!
FanfictionS/N Hightower, irmã de Alicent, sempre foi diferente da ambiciosa rainha que se alinha com os Verdes. Desde jovem, S/N buscava equilíbrio e justiça, distante dos jogos de poder de sua família. Ao longo dos anos, seus laços com Rhaenyra Targaryen cre...