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P.O.V. Rhaenyra Targaryen

Meus aposentos estavam mergulhados em silêncio, quebrado apenas pelo som suave do vento soprando contra as janelas de Pedra do Dragão. O luar invadia o ambiente, projetando sombras suaves sobre as paredes de pedra. Eu me sentei à beira da cama, tentando acalmar minha mente, mas parecia impossível.

Desde que voltei do voo com S/N, minha mente havia se tornado um turbilhão de pensamentos confusos. Não era a primeira vez que isso acontecia, claro. Mas hoje... hoje quase aconteceu. Eu quase a beijei. Meu corpo ainda estava tomado por uma tensão que me deixava nervosa, como se o menor estímulo pudesse me fazer perder o controle novamente.

Deitei-me na cama, encarando o teto, mas os pensamentos continuavam a me atormentar. Não importava o quanto tentasse afastá-los, a imagem dela estava sempre lá, me perseguindo. Seus olhos, seu sorriso tímido, e a forma como ela montava Vermithor, como se fosse uma extensão do seu próprio corpo.

Suspirei, virando de lado, mas isso só piorou as coisas. Minha mente começou a vagar ainda mais, e sem perceber, me peguei pensando nela de maneiras que não deveria. No toque de suas mãos em minha cintura, na proximidade de seus lábios... O calor que emanava dela. Cada vez que me lembrava da maneira como sua respiração misturava-se à minha, algo dentro de mim se agitava de forma perigosa.

Eu me remexi, inquieta, tentando empurrar essas imagens para longe. Mas era inútil. Cada detalhe de S/N parecia se gravar em minha mente. E, antes que eu me desse conta, meus pensamentos tomaram um rumo ainda mais impróprio.

Pelos Sete Infernos...

Meus pensamentos voltaram ao momento em que ela havia descido de Vermithor. Seu corpo rígido, os músculos tensos de controlar o dragão. Seus cabelos desgrenhados pelo vento, uma mistura de força e suavidade. Eu me peguei pensando na forma como ela caminhava, cada movimento firme e gracioso. E então... meus olhos mentais desceram ainda mais.

A bunda dela. Grande, firme, forte. Deus, por que eu estava pensando nisso? Fechei os olhos, sentindo o calor subir por meu corpo, uma sensação estranha de desejo misturada com culpa. Eu não deveria estar pensando nisso, não deveria estar me deixando levar por essas fantasias. Mas era quase impossível resistir.

Cada vez que eu me lembrava da maneira como seus quadris se moviam, do contorno de seu corpo... aquilo me tomava por completo. Meus dedos inconscientemente apertaram o lençol da cama, e eu soltei um gemido frustrado, me xingando por estar presa a esses pensamentos.

"Pelos Sete Infernos... o que há de errado comigo?" murmurei para mim mesma, me sentando abruptamente na cama. O peito subia e descia rapidamente, como se eu estivesse em meio a uma luta. Mas a verdade é que eu estava. Uma batalha interna, entre o que eu sabia ser certo e o que meu corpo ansiava.

Eu precisava parar com isso. Precisava me lembrar da guerra, da responsabilidade que tinha sobre os meus ombros. Mas, ao mesmo tempo, não conseguia ignorar o fato de que, a cada dia que passava, S/N me afetava de uma maneira que eu não podia controlar.

P.O.V. S/N Hightower

Já estava tarde quando me encontrei com Luke nos meus aposentos. As últimas horas haviam sido uma bagunça na minha mente. O voo com Vermithor, a tensão crescente com Rhaenyra... e o quase beijo. Era como se tudo estivesse desmoronando, e eu não tinha ideia de como lidar com isso. Luke, sendo meu confidente e amigo, era a única pessoa que poderia ouvir o que eu tinha a dizer. Mesmo assim, contar a verdade para ele me deixava ansiosa.

Luke estava sentado em uma cadeira perto da lareira, parecendo mais relaxado do que eu me sentia. Ele me olhou com curiosidade, percebendo que eu estava inquieta, andando de um lado para o outro do quarto.

"S/N, o que está acontecendo? Você está agindo de forma estranha desde que voltou do voo com Vermithor," ele disse, inclinando-se para frente, preocupado.

Eu parei de andar e respirei fundo, tentando reunir coragem para contar. Não sabia como ele reagiria, mas precisava tirar isso do peito.

"Luke, tem algo que eu preciso te contar... sobre o que aconteceu hoje," comecei, sentindo o nervosismo crescer. "Eu... quase beijei sua mãe."

As palavras saíram mais rápidas do que eu queria, e por um momento, o silêncio tomou conta da sala. Luke piscou algumas vezes, como se estivesse processando o que eu havia acabado de dizer. Esperei uma reação ruim, talvez raiva ou choque, mas, para minha surpresa, ele apenas sorriu.

"É sério?" ele perguntou, sem qualquer sinal de reprovação. Na verdade, ele parecia... empolgado?

Eu franzi a testa, confusa com a reação dele. "Você não está bravo?"

"Por que eu estaria bravo?" Ele deu de ombros, ainda sorrindo. "Na verdade, acho ótimo."

Agora eu estava realmente perplexa. "Ótimo? Luke, eu quase beijei sua mãe! A rainha! Isso não é normal, e além disso... ela é casada com Daemon. Sem mencionar o fato de que... bem, eu sou uma mulher."

Ele riu, como se eu tivesse dito a coisa mais ridícula do mundo. "E daí? Isso não me incomoda nem um pouco. Eu já te disse que preferia que você estivesse com ela do que com Daemon. E quanto a você ser uma mulher... quem se importa?"

Eu me sentei na beirada da cama, sem acreditar no que estava ouvindo. "Luke, isso é impossível. Ela... é a rainha, sua mãe, e está casada com um homem. Além disso, nunca daria certo. As pessoas jamais aceitariam."

Luke balançou a cabeça, como se estivesse tentando me fazer ver o óbvio. "S/N, minha mãe não é qualquer mulher. Ela sempre fez o que acreditava ser certo, independente do que os outros pensavam. E, pelo que você está me dizendo, ela sente alguma coisa por você também, ou não teria chegado tão perto de te beijar."

Eu fiquei em silêncio por um momento, processando suas palavras. Ele parecia tão calmo, tão confiante. "Mas... e se eu estiver errada? E se for só coisa da minha cabeça?"

Luke me olhou com um sorriso tranquilizador. "Você não está errada, S/N. Eu conheço minha mãe, e se ela chegou tão perto de você, é porque tem algo ali. Talvez seja complicado, mas se você realmente quer isso, eu vou te apoiar. E farei o que for preciso para ajudar."

Eu o encarei, tentando entender como ele podia ser tão compreensivo. Não esperava que Luke fosse me apoiar dessa forma, e isso me trouxe um alívio imenso, mas também uma nova onda de medo. "Luke, mesmo que eu queira, é perigoso. E não estou falando só por causa de Daemon. Uma relação entre duas mulheres... não é algo que as pessoas simplesmente aceitam."

"Quem se importa com o que os outros acham?" ele disse, levantando-se e se aproximando de mim. "Você é a pessoa que ela confia e valoriza. E, se isso for o que vocês duas querem, o resto vai se ajeitar."

Eu suspirei, ainda incerta. "Não é tão simples assim. Ela é a rainha. As pessoas esperam certas coisas dela, e eu... sou só a irmã de Alicent. E, além de tudo, sou uma mulher."

Luke olhou para mim com determinação. "Minha mãe é mais forte do que isso, e você também. Além disso, a questão não é o que os outros pensam. É o que vocês duas sentem. E, se for verdade, por que não lutar por isso?"

Eu não sabia o que responder. Tudo parecia uma confusão, mas a forma como Luke falava, sua confiança em mim e em sua mãe, me fazia questionar se aquilo realmente era impossível.

Harth of the Dragon │Rhaenyra Targaryen and You!Onde histórias criam vida. Descubra agora