22.

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Depois de tanto tempo entregues uma à outra, estávamos exaustas, respirando pesadamente enquanto o silêncio do quarto parecia acolher o nosso cansaço. As velas quase apagadas ainda lançavam uma luz suave que dançava nas paredes, e tudo ao redor parecia em paz. Com um sorriso satisfeito, puxei S/N para mais perto de mim, nossos corpos entrelaçados como se não houvesse mais separação.

Ela me olhou, ainda com aquele brilho nos olhos que me fazia sentir uma felicidade quase ingênua. Era como se, ao lado dela, todas as responsabilidades e fardos desaparecessem, deixando apenas o sentimento puro do amor que compartilhávamos.

— Você sabe... — murmurei, acariciando seu rosto suavemente, meu polegar traçando o contorno de seus lábios. — Eu sempre achei que não poderia amar alguém dessa maneira. Mas você... você é como uma chama que me devora e me completa ao mesmo tempo.

Ela sorriu, e havia algo tão genuíno e terno naquele sorriso que fez meu coração quase doer de tanto amor.

— E eu sempre soube que meu coração pertencia a você, Rhaenyra — respondeu ela, a voz baixa, quase um sussurro. — Mesmo antes de tudo isso, antes de sermos... nós, eu já sentia que você era minha casa.

As palavras dela me fizeram apertá-la contra mim, como se quisesse guardá-la para sempre. — Você é tudo o que eu preciso, S/N, e nunca vou deixar nada nos separar — prometi, minha voz cheia de emoção. — Eu jurei te proteger, mas agora... agora quero construir uma vida com você, quero compartilhar tudo com você. Somos uma só, agora e para sempre.

Ela sorriu novamente, e pude ver um brilho de lágrimas em seus olhos, algo que espelhava a profundidade do que sentíamos.

— Eu te amo, Rhaenyra, — sussurrou ela, aconchegando-se mais ao meu lado. — Não importa o que o futuro traga, eu vou estar aqui, com você, sempre.

Nos abraçamos, deixando que o silêncio e o calor dos nossos corpos falassem por nós. Finalmente, enquanto a noite envolvia o quarto, deixamos que o sono viesse, seguras e em paz nos braços uma da outra, sabendo que o futuro seria nosso.

POV SN.

Meses haviam se passado desde que me tornei oficialmente a esposa de Rhaenyra, e, enquanto as responsabilidades como consorte da Rainha e conselheira de confiança aumentavam, eu me sentia cada vez mais à vontade na posição que ocupava ao seu lado. Era gratificante poder participar das decisões do reino e ver que as ideias que eu propunha eram consideradas — e, muitas vezes, acatadas. Com o tempo, o conselho até aprendera a ouvir e respeitar minhas opiniões, mesmo que alguns ainda escondessem olhares de desdém.

Naquela manhã, estávamos discutindo planos para fortalecer a economia dos pequenos vilarejos em Westeros, garantindo que não houvesse fome ou escassez com a aproximação do inverno. Enquanto eu falava sobre medidas de armazenamento e distribuição de mantimentos, um dos conselheiros — um homem de cabelos grisalhos e olhar arrogante — me interrompeu com um tom de voz carregado de desprezo.

— Francamente, é absurdo que a Rainha tenha uma mulher ao seu lado como consorte e ninguém ousa questionar isso — ele disse, sua voz impregnada de reprovação. — Se fosse minha mulher, ela andaria por aí cheia de marcas, pra que todos soubessem exatamente de quem ela pertence.

Um silêncio pesado pairou na sala, e eu senti o sangue gelar ao ouvir aquelas palavras. Meu primeiro impulso foi respondê-lo, mas, antes que eu pudesse sequer abrir a boca, Rhaenyra já havia se levantado de seu assento. Sua expressão era uma máscara de fúria contida, e a intensidade do olhar dela fez todos na sala se encolherem.

— Que tipo de homem ousa falar assim com a minha esposa, dentro do meu conselho? — Rhaenyra começou, a voz baixa e cortante. — Você parece ter esquecido que não há espaço para desrespeito à Rainha e sua consorte.

Harth of the Dragon │Rhaenyra Targaryen and You!Onde histórias criam vida. Descubra agora