Harth of the Dragon │Rhaenyra Targaryen and You!

4.

P.O.V S/N Hightower

O vento cortava meu rosto enquanto Vermithor subia pelos céus, e, apesar da dor constante do corte em meu braço e da ausência de uma sela, não consegui evitar um breve sorriso. Eu estava montada em um dragão. E não em qualquer dragão — em Vermithor, o segundo maior de todo o reino. Por um breve instante, todo o medo e ansiedade que eu carregava foram substituídos por uma sensação de liberdade que eu nunca havia experimentado.

A princípio, o voo era instável. Eu me sentia frágil nas costas do imenso dragão, cada batida de suas asas me forçava a segurar mais forte nas escamas ásperas e quentes. O cheiro de enxofre preenchia o ar, e o calor que emanava dele era quase sufocante, mas eu não recuava. Meu coração batia freneticamente enquanto a força colossal de Vermithor me envolvia, tornando o céu mais vasto e perigoso.

Eu podia ouvir o rugido do vento, misturado ao som das asas de Vermithor batendo poderosamente ao nosso redor. Era como se estivéssemos rompendo a própria barreira entre o possível e o impossível. Embaixo de nós, as rochas e o mar se tornavam pequenos pontos, distantes e irrelevantes. Eu estava no controle de uma criatura que, até poucas horas atrás, eu jamais poderia imaginar que um dia aceitaria uma Hightower.

Minha mente ainda girava com o que havia acontecido. A aceitação de Vermithor havia sido tão inesperada quanto a sensação que agora me dominava: poder. Pela primeira vez em muito tempo, eu sentia que poderia realmente contribuir para a guerra, que poderia fazer a diferença.

Cada vez que Vermithor subia e mergulhava no ar, meu corpo se ajustava, instintivamente tentando acompanhar seus movimentos. Não havia sela, não havia segurança. Apenas eu e ele, confiando um no outro. Eu sabia que, se cometesse um erro, uma queda daquele tamanho seria fatal. Mesmo assim, havia algo profundamente libertador naquela sensação de estar à mercê de uma força tão antiga e poderosa.

"É real," sussurrei para mim mesma, ainda tentando processar o que estava acontecendo. "Eu consegui."

Vermithor parecia ouvir meus pensamentos, porque, nesse momento, ele soltou um rugido profundo que ecoou pelo céu. O som era imponente, reverberando até o chão abaixo de nós. Senti um calafrio percorrer minha espinha — uma mistura de medo e reverência. Aquele dragão, com todo o seu poder destrutivo, estava sob meu comando agora.

Mesmo com o corte no braço latejando, a dor era ofuscada pela adrenalina. Senti o sangue escorrendo, mas aquilo não importava. Estava em uma nova fase da minha vida, e aquela ferida era uma lembrança insignificante do que eu havia conquistado.

Abaixo de nós, vi o brilho das tochas de Pedra do Dragão, as torres e muralhas do castelo parecendo pequenas. Era quase irônico como tudo parecia insignificante visto de cima, como se os problemas da guerra e das intrigas não pudessem nos alcançar ali.

Olhei para o lado e vi Lucerys, voando em Arrax. Ele me observava de perto, como se estivesse preparado para intervir se algo desse errado. Sua presença, por mais jovem que fosse, me trazia uma certa calma. Ele acreditava em mim desde o início, e, agora, estávamos aqui, voando juntos, como se isso fosse parte de um plano maior.

Decidi testar minha conexão com Vermithor. Com a mão livre, toquei suas escamas mais uma vez e sussurrei baixinho, como uma prece: "Haeves." Era uma palavra simples em Valiriano, significando "abaixar". Eu não sabia se ele me ouviria, muito menos se obedeceria, mas precisava tentar.

Para minha surpresa, Vermithor respondeu. Lentamente, ele começou a descer, suas asas gigantescas batendo menos freneticamente enquanto nos levava de volta em direção ao solo. Eu me segurei ainda mais forte, mas a sensação de controle sobre aquela criatura imensa me deu uma confiança renovada.