Beyond The Break

111 16 162
                                        



" Por que tudo que eu quero, é algo que sei que não posso ter"




Eu pisquei, apenas algumas vezes raciocinando o nome antes que uma figura alta, de cabelos curtos e cacheados, olhos azuis diamante e clara falta de noção , surgisse com passos rápidos adentrando o escritório.

Rude, sempre rude.

Hannibal não demonstrou nada enquanto abria espaço para que os outros dois entrassem, embora o único que tenha feito fosse um homem pouco mais baixo que eu, de cabelos grisalhos, olhos escuros, e claramente envergonhado.

- Sinto muito Dr. Lecter, não vou fazer companhia á vocês - A voz de Jack soou, quase ansiosa - Confio que não deixará as coisas saírem do controle.

- Claro, Jack.

E então o lituano fechou a porta, caminhando devagar com olhos analíticos em minha direção. Holmes está parado em minha frente, me avaliando dos pés a cabeça.

- Sr. Holmes, Sr. Watson, creio que não fomos devidamente apresentados - O tom do psiquiatra é calmo, quase amigável - Sou Hannibal Lecter, um amigo íntimo de Will.

Amigo

Essa palavra me causou desconforto.

- Sim, sim, fiz meu dever de casa Dr. Lecter - A voz de Sherlock soou, com um quê de descaso- Nasceu na Lituânia, teve os pais mortos, irmã morta, se formou em medicina, foi cirurgião, abdicou das salas de cirurgia para se dedicar a psiquiatria, é um quase consultor do FBI, acompanha meu querido amigo Will para garantir que ele está apto ao trabalho. Estou correto?

Oh, embora o rosto de Hannibal permaneça impassível, eu posso ver um brilho de irritação em sua íris.

- Sherlock! Pelo amor de Deus - O tal Watson resmunga, passando as mãos pelo rosto nervosamente - Me desculpe por ele, por favor. Prazer em conhecê-lo, Dr. Lecter.

O homem estende a mão para Hannibal, que esboça um sorriso satisfeito aí pegá-la e cumprimentar rapidamente o baixinho.

- Will? Está tudo bem?

Mal percebo que estou mordendo o lábio até que o sangue toque minha língua, a irritação correndo em minhas veias.

- Dr. Lecter - O chamo, minha voz trêmula- Posso dizer um palavrão?

Sherlock inclina a cabeça, sobrancelhas arqueadas em diversão, eu o ignoro e mantenho os olhos em Hannibal, que me encara curioso, aquele ar adorável ao seu redor sempre que sou eu sua atenção.

- Will, acredito que não deva me pedir permissão para expor seus sentimentos e pensamentos da forma que melhor lhe convém.

Eu suspiro, dando passos lentos até ele, ignoro toda e qualquer vergonha por que eu simplesmente preciso da permissão dele. Este é seu espaço, seu domínio, não desrespeitaria seu sagrado em nenhuma circunstância.

- Hannibal, por favor - Minhas mãos voaram até seu rosto, da mesma forma que ele faz comigo quando estou a beira do colapso- Por favor, posso falar um palavrão?

Eu vejo e sinto sua aprovação, o sorriso brincando em seus lábios, orgulho nos olhos.

- Pode, Will.

É tudo que eu preciso, solto ele em segundos e me viro para Sherlock, que observa tudo com a diversão de uma criança. Meus passos são furioso em sua direção.

- Seu maldito filho da puta! - Minha voz ressoa, alta, irritada, ele sorri mais - Têm ideia do quão preocupado eu fiquei?! Seu mesquinho fodido,  você tem tempo pra postar no seu site estúpido e não tem tempo pra mandar a porra de uma mensagem? Um maldito e-mail seria suficiente!

FleshOnde histórias criam vida. Descubra agora