The Taste Of Desire

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" Eu não estou pronto, meus olhos pesam agora"

Eu estava em casa, novamente, Sherlock não veio comigo - ele tagarelou alguma coisa sobre Jhon e tomar um ar - preciso pensar, e não vejo uma melhor forma de fazer isso do que montar outro de meus anzóis.
Estava tudo bem, eu estava com a cabeça vazia, mas então os ruídos de choro ressoaram e chamaram minha atenção.

Parecia um animal, porte pequeno, vinha da chaminé. Talvez ele estivesse preso? Que tipo de ser eu seria se não o ajudasse?
Os ruídos tornaram-se mais altos, não poderia ignorar nem que quisesse.
O martelo deixado ao lado da bancada torna a minha mão, eu preciso ajudar este animal.

Meus movimentos são leves, precisos, a força necessária para abrir os tijolos e libertar qualquer que fosse o animal ali.
Eu mal me importo com a falta de reação dos cachorros, como se não ouvissem os choramingos, sei que é real, eu não poderia imaginar esse tipo de som.

Batidas em minha porta tiram minhas concentração, minhas mãos estão cheias de poeira e fuligem negra, o martelo foi deixado de canto.
É inesperado para mim que seja Alana em minha porta, irritante na verdade - Já passam das dez da noite, por que ela está aqui?- Eu a deixo entrar, o silêncio entre nós parece pesado, nada confortante como era com Hannibal.

Não é difícil para mim, juntar as peças. Alana antes mal ficava sozinha comigo, agora parece aproveitar todas as oportunidades possíveis para interagirmos.
É irritante, ela sente que está me perdendo de alguma forma, por que sabe que eu neguei sua atenção e corri para a atenção de Hannibal na primeira oportunidade.

Alana poderia ser outra tentativa? Ela seria boa o suficiente?
Seria uma pena ter seu sangue em minhas mãos, apesar de seus olhos combinarem com o vermelho vivo.

- Que animal era?

Alana quebra o silêncio entre nós, desviando seus olhos do enorme buraco recém feito na chaminé e focando em mim.

- Pode ter sido um texugo...

Não havia nada ali, não quando eu quebrei.

- "Pode" ter sido?

Seu tom é desacreditado, e isso só prova que ela não poderia me entender.

- Ah, bom, na hora que eu fiz um buraco na chaminé - Só agora eu me virei, encontrando seus olhos claros, eles não são interessantes- Ele fugiu por cima.

- Bom, pelo menos fugiu.

O que ela quer aqui? Tarde da noite, sozinha, puxando assunto comigo...Oh Alana, você não vai querer criar algo comigo, você não sabe o terror que me acompanha.

- Por que saiu de casa?

Minta, Alana, disfarce suas intenções. Não me deixe saber o que você quer.

- Eu pensei em vir aqui...- Ela muda o peso de um pé para o outro, nervosa, sua pupila dilata - Fazer barulho e espantar os predadores da sua porta.

Não há predadores em minha porta, há apenas eu, e com certeza não sou algo seguro de se ter por perto.

- Mas parece que você tá fazendo muito barulho sozinho.

Eu me afasto, passos lentos, não sei se devo fazer isso, mas sei que se não fizer , a dúvida vai me corroer.

Se o que me atrai para Hannibal for apenas desejo contido, apenas pelo fato de ter me negado prazer por tanto tempo, então eu posso fazê-lo com Alana, mesmo que isso implique o fim de sua vida.
Alana não poderia ser tão importante quanto Hannibal.

- Você evitava ficar a sós comigo num local, desde que eu te conheci - Busco seus olhos, amenizo minha postura, Alana é como um cervo filhote, movimentos bruscos a assustam - Uh, você era sútil sobre isso.

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