Dois pontos de sentimentos

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𝘌𝘯𝘪𝘥

Me desperto mas continuo deitada na cama, tentando vencer o sono persistente. Meus olhos se abrem e fecham, ainda pesados com o cansaço da noite passada. Minha boca se abre em um bocejo extensivo, estou sentindo muita dificuldade para acordar de vez. Parece que a noite passada foi mais agitada do que eu imaginava.

Depois de tanto tentar, meus olhos finalmente se abrem e sou recebida por uma manhã ensolarada. Escuto os pássaros cantando perto da minha janela e vozes de pessoas gritando na rua.

O que as pessoas fazem na rua a essa hora da manhã? E COMO elas conseguem? Eu odeio acordar tão cedo.

Viro para o lado e olho as horas no despertador, que marcam 09:30h. Para muitas pessoas isso não deve ser cedo, mas pra mim é como se ainda fosse madrugada.

– Nossa, será que eu levei uma surra enquanto estava dormindo e não percebi? - pergunto para mim mesma enquanto esfrego os olhos. – Se Yoko estivesse aqui eu iria pedir pra que ela me tirasse da cama nos braços.

Sorrio pensando nessa cena, mas logo o sorriso desaparece quando lembro do que aconteceu na noite passada.

Pensar em Yoko também me fez lembrar de toda a situação de ontem, de como me comportei.

Me levanto da cama com os pensamentos confusos que voltaram e com um aperto no peito. Essas são as mesmas sensações que tive ontem quando me escondi da Wednesday.

A cada passo que dou me lembro da confusão e da mágoa que eu possa ter causado nela. Claro que a Yo tinha razão, eu agi feito uma idiota com alguém que nunca fez nada de ruim comigo.

Mas o que adianta se lamentar agora, Sinclair? Não vai mudar a idiotice que você fez.

Ando de um lado para o outro do meu quarto, olhando para o chão e pensando em mil coisas. Começo a dar passos mais rápidos e acabo batendo meu dedinho na quina da cama.

– AI, AI, AI, QUE MERDA! - grito enquanto sento na ponta da cama.

Preciso responder a Wednesday, ficar andando de um lado para o outro não vai resolver essa situação.

Pego meu celular e vou diretamente pra sua mensagem, aquela do qual eu não tinha respondido.

Respiro fundo e começo a digitar.

"oi wed, desculpa a demora pra te responder. será que a gente pode conversar agora?"

É muito escroto da minha parte querer conversar agora depois de tudo que fiz, mas não sei como consertar isso.

Minutos se passam e nada de sua resposta. Claro, ela está certa em não me responder.

Jogo meu celular e também me jogo de costas na cama, colocando meus braços cobrindo meus olhos. Me sinto aflita e ansiosa, porém sei que mereço isso. Ela não vai mesmo me responder.

De repente a campainha ressoa, fazendo com que eu me levante de onde estou.

Quem será a esse horário?

Me levanto devagar e saio do meu quarto ainda de pijama, até porque não deve ser alguém importante.

Saio do meu quarto quase me arrastando e com meus olhos semicerrados enquanto me aproximo da porta. Ao chegar lá, mexo na fechadura e a abro, pronta para descobrir quem era. Logo me deparo com um homem meio estranho virado de costas para a porta.

– Não quero comprar panela. - falo e vou fechando novamente a porta.

O homem logo se vira para mim e vejo que não é um vendedor ambulante, mas sim o Ajax.

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⏰ Última atualização: Oct 12 ⏰

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Quando a chuva cair novamente - WenclairOnde histórias criam vida. Descubra agora