(EM ANDAMENTO) 1958, Seul, Coreia do Sul. A jovem Hyo-jin sonhava em assistir a um concerto de música clássica. Ela só não imaginava que a música seria um instrumento do destino. Aquele momento não só mudaria sua vida, mas também a conduziria a desc...
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Boa leitura! . . . . . . . . . .
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Mais um dia frio e chuvoso assolava o final de tarde dos habitantes de Seul, sem dúvida, fazia muito tempo que não chovia tantos dias seguidos na nossa capital. Corri fechar uma das janelas do meu estabelecimento e senti uma fisgada na perna, a fechei, e respirei fundo até a dor aliviar.
Recolhi os pratos da mesa enquanto sem querer ouvia a conversa das minhas últimas clientes do dia, e pensei que o clima austrífero vinha da tristeza iminente do coração das minhas queridas meninas.
— Vó, vem aqui, por favor! — Yumi pediu estendendo o braço assim que passei ao lado da mesa delas.
Olhei para os olhos aflitos da garota, antes mesmo de me aproximar eu já sabia o que ela queria, assim como também sabia que eu não poderia dar a ela o que esperava.
Deixei os pratos sujos na mesa ao lado e me sentei com dificuldade na cadeira ao seu lado, enquanto limpava as mãos úmidas no meu avental.
— A senhora tem que falar para Sophie não ir embora! — ela exclamou de uma forma tão intensa que passou a sua angústia para mim. — Não tem cabimento ela se mudar só por causa daquele moleque ridículo!
Juntei as mãos no meu colo, ao mesmo tempo que pensei no que dizer. Sophie não me olhou nos olhos nem uma única vez naquele dia, mas mesmo assim eu sabia que a tristeza que carregava era tão profunda que não haviam palavras que pudessem lhe fazer mudar de ideia, não que essa fosse a minha intenção, pois não era.
— Eu já me decidi, eu vou embora! — Sophie estava cabisbaixa e as suas pálpebras bem inchadas. — Não tenho mais motivos para continuar aqui, e nem se trata apenas sobre o Jungkook ter... bom... eu não quero ficar morando com o meu pai e o Alex!
Até então, eu tinha tido poucas oportunidades de conversar a sós com Jeon Jungkook, já que ele sempre estava acompanhado da sua namorada. Mas ele não parecia ser do tipo de garoto que usa as mulheres, não com aquele olhar profundo de devoção que ele sempre lançava para a amada.
Eu acreditava que tinha algo errado, mas me mantive em silêncio.
— Já falei com os meus pais, eles deixaram você ficar morando com a gente, Soph — Yumi disse jogando o seu tronco para frente, era nítido como que não queria que a amiga partisse.
Lamentei a cena alisando o meu avental por debaixo da mesa, eu já sabia que Sophie iria partir, mas algo me dizia que esse caminho era o melhor para ela. Fazia algum tempo que eu não conseguia visualizar Sophie se tornando uma mulher neste solo, assim como algo me dizia que a sua partida não seria para sempre.
