15 - "Versão Latina da Geórgia"

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~Pov Amanda~

O dia estava passando em um borrão. 

Meus pensamentos continuavam a girar em torno da conversa que teria com Richard à noite.

Então, em meio a essa confusão mental, me dei conta de uma coisa importante: não posso deixar Luna sozinha no apartamento. Como eu esqueci algo assim? Peguei o celular e liguei para minha tia Júlia.

*LIGAÇÃO ON*

- Alô? - a voz doce da minha tia atendeu no terceiro toque.

- Oi, tia. Será que Luna pode dormir aí hoje? Eu... tenho um compromisso, e não vou conseguir levá-la comigo. - minha voz saiu apressada, nervosa. Eu sei que ela raramente diz não, mas ainda assim, o medo de complicar seus planos me incomodava.

- Claro, Amanda. Você sabe que ela é sempre bem-vinda. As portas estão sempre abertas pra vocês duas. - respondeu com a calma e a ternura de sempre, sem sequer hesitar.

Suspirei aliviada.

- Obrigada, tia. De verdade, eu agradeço muito. Vou levá-la assim que a aula dela acabar. - meu tom saiu mais tranquilo agora, sem o peso desse problema.

*LIGAÇÃO OFF*

Desliguei o telefone e notei que já estava quase na hora de buscar minha menina na escolinha. Tirei às pressas o avental, peguei a bolsa e caminhei até a porta da loja, pronta para seguir meu caminho.

- Onde você vai? - Maria Clara perguntou, assim que encostei a mão na maçaneta. Seu tom sendo uma mistura de curiosidade e uma pitada de diversão.

Virei-me, confusa. 

- Vou buscar a Luna, deixá-la  na casa da minha tia, e depois vou encontrar com Richard. - expliquei, como se fosse óbvio.

Ela riu baixinho, e percebi que havia algo mais por trás da pergunta.

- Não vai nem passar em casa antes de ir ao Mayer? - Ma arqueou uma sobrancelha, com um sorrisinho no canto dos lábios.

Franzi o cenho, tentando entender o por quê eu teria que passar em casa. O restaurante fica a uns 15 minutos, se passasse no apartamento, me atrasaria.

- Não... Não dá tempo. O Mayer é até pertinho da minha casa, mas como eu disse, ainda vou levar a Luna pra minha tia. - comecei a explicar, mas ela já sacudia a cabeça em desaprovação.

- Você vai pra um jantar com o Richard, tratar do futuro da sua filha... de pijama? - falou, segurando o riso, apontando para mim de cima a baixo.

Ah, merda!

Passei o dia tão preocupada com o que Richard pode querer conversar, com todas as questões envolvendo Luna, que nem me toquei de que ainda estou de pijama! 

O desespero começou a me tomar.

- Ah, merda, merda, MERDA! Eu não posso aparecer assim! Ele vai pensar que eu sou uma completa maluca, desnaturada! - o pânico na minha voz, e comecei a imaginar o jogador me olhando com aquela expressão cínica e divertida dele, enquanto eu aparecia no restaurante como se estivesse pronta para cair na cama.

Broken Heart | Richard RíosOnde histórias criam vida. Descubra agora