Capítulo 4- Entre destinos e revelações.

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A semana passou voando. Na sexta, convidei alguns colegas do trabalho para jantar na minha casa, em comemoração ao sucesso da minha primeira semana. Sai da escola e fui direto para casa, organizar tudo. Logo começaram a chegar, e, como sempre, Marina foi a última. Seu estilo único a destacava de todos os outros — ela estava deslumbrante. Jantamos, bebemos, dançamos e nos divertimos até não podermos mais. Lá pelas quatro da manhã, as pessoas começaram a ir embora, restando apenas eu e Marina. O clichê do momento era inevitável: só nós duas e a playlist mais aleatória do mundo, até que tocou uma música melosa e romântica. Demos risada, e, de forma impulsiva, a tirei para dançar. Abraçadas, senti seu calor e sua respiração próxima.

Ela sussurrou no meu ouvido: "Vamos com calma... Dessa vez, vai dar certo." Seus lábios roçaram meu rosto, e o beijo que ela me deu foi delicado, mas cheio de promessas. Ao se despedir, insisti que a levasse para casa, mas ela preferiu chamar um carro de aplicativo, já que eu tinha bebido. Fiquei observando-a partir, e, depois que o carro sumiu de vista, entrei para dentro e fui dormir, com o coração aquecido pela possibilidade de algo entre nós.

No sábado, acordei tarde, já que à noite haveria uma festa com os meus amigos. Por volta das 15h, após receber uma mensagem de bom dia de Marina, organizei a bagunça que sobrou da noite anterior. "Como está?", ela perguntou. Eu respondi, sorrindo para a tela, sentindo o calor de sua presença, mesmo à distância. Depois, me preparei para a noite.

Mais tarde, já na festa, encontrei minha tia e algumas amigas dela. Ela me apresentou a todas, exceto uma, que ainda não havia chegado. Quando essa amiga finalmente apareceu, meu coração quase parou: era Marina. Não pude evitar o sorriso e, ao abraçá-la, sussurrei: "O destino não desiste de nós... e eu também não." O abraço foi mais forte e duradouro do que o habitual, e, a partir daí, a noite foi mágica. Nós duas curtimos como se o amanhã não existisse, como se estivéssemos dançando ao som de uma trilha invisível que só nós duas ouvíamos.

Quando a festa chegou ao fim, convidei todos para dormirem na minha casa. Minhas amigas ficaram no quarto das crianças, minha tia e suas amigas no quarto de visitas. Marina iria embora de carro de aplicativo, mas não conseguiu pedir a corrida. Falei para ela dormir lá também. Só restava o meu quarto, e eu já estava me preparando para dormir no sofá, quando ela brincou: "Pode dormir aqui. Eu sei me comportar." Rimos, e, cansadas como estávamos, deitamos e logo adormecemos.

Acordei no meio da madrugada, abraçada a ela. Levantei rapidamente, com uma sensação estranha no estômago. Corri para o banheiro com um forte enjoo. Marina veio atrás, batendo na porta, preocupada. "Está tudo bem?", ela perguntou. Quando saí, expliquei que era só enjoo, mas me senti estranha. Voltamos para a cama, e, ao primeiro gole de café na manhã seguinte, corri para o banheiro de novo. Foi aí que minha tia e minhas amigas sugeriram algo que eu nem tinha considerado: "Você está grávida?"

A ideia me atingiu como um soco. Sim, fazia um mês e pouco que eu havia terminado com meu namorado. Minha amiga foi até a farmácia buscar um teste, e, enquanto esperávamos o resultado, senti a mão de Marina apertando a minha com força. "Tudo vai ficar bem", ela disse, seus olhos me transmitindo uma calma que eu não sentia. Quando os dois pontinhos apareceram, a realidade desabou sobre mim: eu estava grávida. Do meu ex. E apaixonada pela mulher ao meu lado.

Mandei uma mensagem para minha família, pedindo para nos encontrarmos na casa da minha avó. Preparei uma caixa com o teste e um sapatinho de bebê para contar a novidade. No caminho, pedi para Marina ficar no carro um pouco mais quando chegássemos. Eu precisava conversar com ela.

"Eu sinto muito", comecei, com o coração apertado. "Eu estraguei o que estávamos construindo... Não era para ser assim."

Ela balançou a cabeça e, com aquele sorriso sereno, respondeu: "Nada foi estragado. Só mais uma vida veio para tornar essa história ainda mais linda." Lágrimas encheram meus olhos enquanto ela se inclinava e me beijava. Aquele beijo era a confirmação de que, mesmo com a confusão, ela estaria ao meu lado.

Entramos na casa da minha avó, e minha família já estava com olhares curiosos, como se esperassem que eu e Marina tivéssemos reatado. Expliquei que ainda estávamos nos conhecendo novamente, sem pressa. Entreguei a caixa para minha mãe. Ela a abriu, e, ao ver o teste e o sapatinho, seus olhos brilharam de surpresa e alegria. Eu ainda precisava fazer o exame de sangue para confirmar, mas todos já estavam celebrando. O almoço foi cheio de risadas e abraços.

Na hora de ir embora, levei minha tia e suas amigas para casa. Quando chegou a vez de Marina, ela me deu um beijo antes de sair do carro, sorrindo daquele jeito que fazia meu coração derreter. "Eu ainda te amo", pensei. E faria de tudo para que nós duas desse certo.

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⏰ Última atualização: Oct 13 ⏰

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