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❌Aviso: Este capítulo contém gatilhos relacionados a temas de abuso emocional e físico. Se você é sensível a esses assuntos, recomendamos cautela ao continuar a leitura. .❌

Durante o jantar, o clima era tenso. Erick não trocou uma única palavra com Charlotte, o silêncio entre eles pesando mais do que qualquer discussão. Ele mal olhava para ela, e isso a deixava inquieta.

Enquanto isso, o pai dos meninos, José, estava estranho, seu olhar fixo em Lyle de uma forma que fazia o jovem se sentir desconfortável. A tensão era palpável, e Charlotte percebeu que algo estava errado, mas não sabia como perguntar. Lyle evitava o olhar do pai, franzindo a testa, como se tentasse entender o que estava acontecendo.

- A noite, quero que vocês tranquem as portas. Não quero ninguém andando pelos corredores. - Kitty disse, sua voz firme e direta.

Charlotte trocou um olhar com Lyle, que já parecia saber do que se tratava. Ele desviou o olhar, claramente desconfortável.

Erick, ainda mal-humorado, jogou uma olhada rápida para o pai e para Lyle antes de se voltar para o seu prato, evitando qualquer interação. Ele estava visivelmente chateado, e Charlotte se perguntava se o que tinha acontecido mais cedo entre eles

O que Charlotte não sabia era que o pai dos meninos tinha seus próprios segredos, algo obscuro que acontecia quando entrava no quarto de Lyle. Havia um motivo para as portas estarem trancadas à noite, um motivo que envolvia não apenas os irmãos, mas também a dinâmica que eles tinham com os pais.

A refeição terminou sem mais comentários, e a sensação de estranheza continuou a crescer. Quando todos se levantaram da mesa.

Charlotte subiu para seu quarto, trancou a porta e sentou-se na cama, o coração acelerado.
E

la esperou algumas horas, mas a ansiedade tomou conta dela. O silêncio só aumentava sua preocupação. Assim, decidiu que precisava sair do quarto, mesmo sabendo que Kitty havia pedido para que trancasse a porta. Levantou-se e, com passos hesitantes, atravessou os corredores escuros da casa.


Enquanto andava, começou a ouvir um pequeno barulho que parecia um choro. Intrigada, seguiu o som até a porta do quarto de Lyle. Ela se aproximou e, com a mão tremendo, encostou a orelha na porta para ouvir melhor. A voz de José era clara e autoritária:

- Engole o choro. Não vai doer mais.

O coração de Charlotte afundou. Ela não sabia exatamente o que estava acontecendo, mas a cena que se desenhava em sua mente a fez sentir um frio na espinha. Algo não estava certo, e ela não podia ignorar aquilo. O tom de voz do pai de Lyle a deixou inquieta. Havia um peso nas palavras dele, como se ele estivesse controlando uma situação

Com a adrenalina correndo em suas veias, Charlotte hesitou por um momento, mas a preocupação por Lyle a impulsionou a agir. Ela decidiu que precisava saber o que estava acontecendo. Respirando fundo, ela virou a maçaneta e abriu a porta, entrando no quarto sem pensar duas vezes.

A cena que encontrou a deixou em choque. Lyle estava sentado no chão, com a cabeça entre as mãos, e José estava em pé ao seu lado, olhando para ele com uma expressão que misturava desapontamento e frustração.

- O que está acontecendo aqui? - Charlotte perguntou, sua voz tremendo levemente.

Os dois homens se viraram para ela, e Lyle imediatamente levantou a cabeça, seus olhos vermelhos e inchados. Ele pareceu surpreso ao vê-la, como se sua presença o tivesse feito lembrar de algo importante. José, no entanto, não parecia contente com a interrupção.

- Saia daqui, Charlotte. Isso não é da sua conta. - José disse, sua voz dura.

- Desculpa, mas não vou sair! Lyle, o que está acontecendo?" - Charlotte insistiu, avançando em direção a ele.

Lyle olhou para ela, seu olhar implorando por ajuda, mas também cheio de medo. Ele hesitou em responder, e nesse momento, Charlotte percebeu que algo muito sério estava acontecendo, algo que envolvia não apenas a dinâmica entre eles, mas a relação complicada que os meninos tinham com o pai.

- Por favor, Lyle, me diga o que está acontecendo! - ela pediu, desesperada.

Lyle respirou fundo, mas antes que pudesse falar, José interrompeu novamente:

- Você não deveria estar aqui, Charlotte. Vá para o seu quarto!

José estava sem camisa, e Charlotte notou que sua calça estava sem cinto, o que apenas aumentou sua sensação de desconforto na situação. Lyle estava apenas com uma camisa, sua expressão de desespero visível enquanto ele olhava entre Charlotte e seu pai.

Assim que José ajustou suas calças, Charlotte sentiu seu coração acelerar, sabendo que algo terrível havia acontecido. Ele a encarou com um olhar intenso e autoritário.

- Amanhã, bem cedo, terei uma conversa com você, Charlotte. - disse José, sua voz fria e impositiva.

Com isso, ele saiu do quarto, deixando Charlotte e Lyle sozinhos. A porta se fechou atrás dele, e o silêncio que se seguiu foi esmagador. Charlotte se virou rapidamente para Lyle, seu coração batendo descontroladamente.

- Lyle, o que aconteceu? Você está bem?" - perguntou, preocupada.

Lyle, com a cabeça baixa, não respondeu de imediato. Ele parecia perdido em seus próprios pensamentos, as lágrimas escorrendo pelo seu rosto.

- Charlotte, por favor, saia daqui. - ele disse finalmente, sua voz embargada. - Só vai... vai para o seu quarto.

- Não, eu não vou embora sem saber o que aconteceu. Você pode me contar, eu posso ajudar.

- Nao, Não pode, Charlotte! Você não entende. Isso não é algo que você pode ajudar. Apenas saia! - ele a empurrou levemente, como se a distância pudesse aliviar a dor que ambos sentiam.

Charlotte sentiu uma mistura de frustração Como poderia deixar Lyle passar por isso sozinho? Mas ao mesmo tempo, via que ele estava tão vulnerável, que talvez ela não tivesse escolha.

- Está tudo bem, Lyle. Apenas respire. Estarei aqui quando você estiver pronto para conversar. - ela disse, tentando acalmá-lo.

Ele a encarou, sua expressão refletindo dor e confusão.

- Eu só... eu só preciso de um tempo. Vá, por favor.

Com relutância, Charlotte deu um passo para trás, saindo do quarto e fechando a porta atrás de si. Seu coração doía por Lyle, mas sabia que não poderia forçá-lo a falar.

Na escuridão do corredor, sua mente girava em torno do que havia visto e ouvido. O que realmente acontecia na casa dos Menendez? O que José estava fazendo com Lyle?

Ela se dirigiu para o seu quarto, trancando a porta novamente.

𝐴 ℎ𝑎𝑝𝑝𝑦 𝑒𝑛𝑑𝑖𝑛𝑔?Onde histórias criam vida. Descubra agora