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Do lado de fora da sala do tribunal, Charlotte se sentou em um banco, o coração ainda acelerado com as emoções do depoimento. A sala estava cheia de murmúrios e vozes, mas tudo parecia distante para ela. Ela olhava para o chão, tentando processar tudo o que acabara de acontecer, quando a porta se abriu e Leslie apareceu.

— Charlotte! — a advogada chamou, rapidamente se aproximando. — Você está bem?

Ela assentiu, mas a expressão de Leslie a fez perceber que havia mais a ser dito.

— O que aconteceu? — perguntou Charlotte, a ansiedade crescendo.

Leslie respirou fundo, a preocupação evidente em seu olhar. — Os Menendez terão um segundo julgamento. Eles não serão libertados após esse. A situação é mais complicada do que imaginávamos.

Charlotte sentiu seu estômago se revirar. — O que você quer dizer com isso? Eles estão em uma prisão?

— Sim, e isso significa que precisamos trabalhar rápido. O que você viu e testemunhou é fundamental para o caso, mas a luta não acabou — explicou Leslie, suas palavras claras e diretas.

— Eles... eles não vão ficar livres? — perguntou Charlotte, a voz tremendo.

Leslie balançou a cabeça. — O sistema é complicado, Charlotte. Os Menendez precisam de mais apoio, e precisamos garantir que a verdade chegue até as pessoas que podem fazer a diferença.

—  Eu não posso acreditar que eles estejam passando por isso. Eles só se defenderam. Isso é tão injusto!

Leslie assentiu. — Exatamente. E é por isso que você é tão importante agora. Vamos precisar de você para o próximo julgamento, e seu testemunho será crucial.

Charlotte engoliu em seco, sentindo o peso da responsabilidade sobre seus ombros. — Estou disposta a ajudar, mas não sei se consigo fazer isso de novo.

— Você é mais forte do que pensa. Nós vamos trabalhar nisso juntas, e estarei ao seu lado — Leslie garantiu, com um olhar encorajador.

— Ok, eu vou fazer isso — disse Charlotte, sua voz agora firme. — Eu vou lutar por eles.

Leslie sorriu, aliviada. — Isso é o que eu queria ouvir. Vamos nos preparar para o que vem a seguir.

— Você tem alguma ideia de quando será esse segundo julgamento? — perguntou Charlotte, tentando manter a calma.

— A data ainda não foi definida, mas Precisamos nos preparar para isso — respondeu Leslie, enquanto saíam do tribunal e atravessavam o estacionamento.

Charlotte olhou ao redor, o peso da situação a atingindo. Ela se lembrava dos Menendez, do que eles haviam passado e do vínculo que tinham. A ideia de que eles estivessem enfrentando mais um julgamento a deixava angustiada.

— E se eu não conseguir lembrar de tudo? — ela disse, a preocupação evidente em sua voz.

Leslie parou e a encarou. — Charlotte, você não está sozinha nisso. Vamos fazer ensaios, revisar cada detalhe. É normal sentir-se nervosa, mas você tem uma história a contar e precisa se concentrar nela.

Charlotte assentiu, mas a ansiedade ainda a consumia. Elas entraram no carro e Leslie começou a dirigir em direção ao escritório. Charlotte olhou pela janela, observando as ruas passarem. Sua mente estava ocupada com memórias e a urgência de proteger os Menendez.

— Você ainda tem contato próximo  com eles? — Leslie perguntou, quebrando o silêncio.

— Sim, eu… eu abracei eles antes de sair — Charlotte respondeu, lembrando-se dos olhares de tristeza nos rostos de Erick e Lyle. — Eles estavam tão abalados. Eu só queria poder ajudá-los mais.

— E você vai — Leslie disse, confiante. — Seu depoimento pode mudar tudo. A verdade precisa vir à tona.

Chegando ao escritório, elas se instalaram em uma sala de reuniões. Leslie começou a explicar o que aconteceria a seguir, preparando Charlotte para o próximo julgamento e como ela poderia se preparar emocionalmente.

— Vou precisar que você me conte tudo novamente — Leslie pediu. — Cada detalhe que você lembra do que aconteceu, e tudo que viu. Não podemos deixar nada escapar.

Charlotte respirou fundo e começou a falar, relembrando os momentos mais difíceis. A dor da situação se manifestou, mas ela sabia que precisava ser forte. Enquanto contava sua história, a determinação crescia dentro dela.

Depois de algumas horas, Leslie parou e olhou para Charlotte com um semblante sério. — Lembre-se de que, quando estiver no tribunal, algumas perguntas podem ser difíceis. Eles podem tentar desestabilizar você.

Charlotte assentiu, sua mente focada. — Eu sei. Não posso deixar que eles manipulem a verdade.

Exatamentedisse Leslie, orgulhosa. — Você está fazendo um ótimo trabalho. Agora, vamos descansar e nos preparar mentalmente. Precisamos de você em sua melhor forma.

Enquanto Charlotte se levantava para ir embora, uma onda de alívio e determinação a envolveu.

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Assim que Charlotte entrou no quarto de hotel a sensação de alívio Sentou-se na cama e, enquanto olhava para o teto, seu telefone começou a tocar repetidamente. Eram seus pais, insistentemente tentando entrar em contato.

Ela hesitou, mas finalmente atendeu a chamada. A voz da mãe ecoou, ansiosa.

— Charlotte! Onde você está? Estávamos preocupados! Por que você não está em casa?

— Mãe, eu estou em um hotel — respondeu Charlotte, tentando manter a calma. — eu vou voltar pra casa logo mais.

— Longe de casa? Por que não nos disse? Nós precisamos saber o que está acontecendo! Você não pode simplesmente… — sua mãe começou a se exaltar, mas Charlotte a interrompeu.

— Mãe, eu preciso de espaço. Tudo isso é muito estressante para mim. só quero ficar em paz por um tempo, sem problemas e sem estresse.

Uma pausa se seguiu, e Charlotte pôde ouvir sua mãe suspirando do outro lado da linha. — Charlotte, nós só queremos o melhor para você. Mas não podemos ajudar se você não nos diz o que está acontecendo.

— Eu sei, mas não posso lidar com isso agora. Por favor, apenas confie em mim. Eu só preciso de tempo — Charlotte implorou, a voz tremendo um pouco.

— Tudo bem… — a mãe finalmente disse, a frustração ainda perceptível em seu tom.

Charlotte desligou e se recostou na cama, sentindo o peso da pressão se aliviar um pouco. O hotel era um refúgio temporário, e ela estava determinada a aproveitar esse tempo para se preparar para o que viria a seguir.

Ela se levantou, andou pela sala e parou na janela, observando o movimento da rua. Enquanto as pessoas passavam, Charlotte refletiu sobre a sua vida.

seu telefone tocou. Era Lyle. Ele estava estressado, a voz dele transparecendo a tensão que sentia dentro da prisão.

- Charlotte!- ele exclamou, sua voz ecoando pelo telefone. -Como você está? Isso tudo está uma loucura. Estamos todos nervosos aqui!

-Oi, Lyle,-respondeu Charlotte, tentando transmitir tranquilidade.- Estou bem, E você, como está? Como vocês estão se sentindo?

- É difícil ficar concentrado aqui. Mas a gente tenta se manter firme.-ele disse, um pouco mais calmo.

-Charlotte sorriu ao ouvir a preocupação na voz dele. -Estou me preparando o melhor que posso.

- Você sempre foi a mais forte entre nós- Lyle respondeu, um tom de carinho em sua voz.-Só… não se esqueça de cuidar de si mesma, tá? Não precisa carregar todo o peso nas costas.

- Eu sei, obrigada, Lyle. Farei o possível. Vamos conseguir isso juntos.

Depois de alguns minutos de conversa, eles se despediram. Charlotte desligou o telefone sentindo-se um pouco mais leve, mas ainda assim ansiosa.

𝐴 ℎ𝑎𝑝𝑝𝑦 𝑒𝑛𝑑𝑖𝑛𝑔?Onde histórias criam vida. Descubra agora