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No dia seguinte, o sol entrava pela janela do quarto de Charlotte, mas a tranquilidade da manhã logo foi interrompida. O coração dela disparou quando a porta se abriu e José entrou, trancando-a atrás de si com um clique ensurdecedor.

- Bom dia, Charlotte. - ele disse com um sorriso que não alcançava seus olhos, sua expressão era fria e calculista.

- O que você está fazendo aqui, José? - perguntou ela, a voz tremendo.

- Precisamos conversar. - ele se aproximou, sua presença era opressiva, como uma sombra que se estendia pela sala. - Você viu algo ontem à noite que não deveria.

Charlotte engoliu em seco, seu instinto a alertava sobre o perigo da situação.

- Eu... eu não vi nada. Eu não quero problemas.- respondeu, tentando manter a calma.

José se inclinou mais perto, seu olhar intenso.

- Ouça bem, Charlotte. Se você disser qualquer coisa sobre o que viu, se tocar nesse assunto com Lyle ou Erick, eu vou destruir a reputação da sua família. - ele acariciou o rosto dela com um toque que deveria ser suave, mas soou ameaçador.

- Não faça isso...

- E Lyle... e Erick? Eu vou garantir que eles se arrependam de cruzar meu caminho.- Você não quer que isso aconteça, certo?

Ela sentiu um frio na espinha, as palavras dele eram como facas, cortando qualquer ideia de segurança que ela tinha.

- Quero que você mantenha a boca fechada. - ele respondeu, sem desviar o olhar. - Se você fizer isso, tudo ficará bem. Mas se não… bem, você já sabe o que eu sou capaz.

- Por favor, não faça nada com eles. - disse Charlotte, tentando controlar a voz. - Eu não vou dizer nada.

José soltou uma risada seca, como se estivesse se divertindo com o medo dela. Ele passou a mão no ombro dela, e Charlotte se encolheu novamente. O toque dele era insuportável.

- Bom saber que você entende. Não é difícil, não é? Apenas mantenha a boca fechada e tudo ficará bem. Mas eu estarei de olho em você.- ele se afastou um pouco, mas o olhar dele ainda era ameaçador.

Charlotte assentiu lentamente, ainda sem acreditar no que estava acontecendo. A pressão em seu peito aumentava, e as lágrimas ameaçavam escapar de seus olhos. José se afastou, satisfeito por ter feito seu ponto.

Quando ele fechou a porta, Charlotte se deixou cair na cama, sentindo uma mistura de raiva e impotência. O que havia acontecido na casa dos Menendez era mais do que ela podia suportar.

Na sala, Lyle e Erick, que haviam percebido que José tinha entrado no quarto de Charlotte, trocavam olhares preocupados.

- O que você acha que ele está fazendo lá?- perguntou Erick, seu tom de voz era grave.

- Não sei, mas não parece bom. - respondeu Lyle, sua expressão tensa.

....

Charlotte tentou se recompor após a aterrorizante conversa com José. Quando finalmente se dirigiu para o café da manhã, seus pensamentos estavam confusos. A mesa estava arrumada, mas a atmosfera era tensa. Kitty estava sentada à cabeceira, com uma expressão preocupada. O cheiro de panquecas e bacon pairava no ar, mas Charlotte não conseguia sentir fome.

- Bom dia, querida.- Kitty disse, tentando forçar um sorriso. - Espero que você esteja com apetite.

Charlotte apenas acenou com a cabeça, ainda em choque com a conversa que tivera. Lyle e Erick chegaram em seguida.

𝐴 ℎ𝑎𝑝𝑝𝑦 𝑒𝑛𝑑𝑖𝑛𝑔?Onde histórias criam vida. Descubra agora