Capítulo 03- Fiz algo errado?

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No final do torneio , eu já estava cansada de tanto ficar de pé, andar de um lado para o outro e entrar em dois torneios para observar. Estava indo para casa, havia acabado de avisar ao Robson que fosse até lá para encontrar comigo, quando senti meu braço sendo puxado para dentro de alguma sala escura.

~ O que- comecei a falar alto, mas senti uma mão na minha boca.

~ Shh, não grita! - sussurrou me encostando na parede.

Meu coração acerelou na mesma hora, minha respiração ficou desregulada. Diana havia me dito duas palavras e eu estava com as pernas bambas.

"Fátima,você tem namorado! Isso é tão errado!" meu subconsciente gritava.

- Vou tirar minha mão, mas você não pode gritar, ok? – assenti lentamente, ela estava tão perto que eu conseguia sentir a respiração dela batendo no meu rosto junto com o cheiro doce de seu perfume.

Ela abaixou a mão e eu continuei no mesmo lugar, temendo que ela se afastasse, porque por mais que fosse extremamente errado, eu estava gostando daquela aproximação.

Em silêncio, continuamos daquela forma, uma das mãos dela descansava no meu quadril enquanto a outra ainda segurava meu braço. Estava tudo absolutamente escuro, a única luz
que entrava era uma fresta por debaixo na porta.

~ O que você está fazendo? – perguntei num sussurro.

~ Eu soube que Robson te pediu em namoro. - Não era uma pergunta, ela estava afirmando.

~ Sim. Pediu.

- Ah, Fátima , se você soubesse como Robson é um verdadeiro idiota, você nunca teria aceitado.

~ Tão idiota que foi você quem traiu ele, né? – falei um pouco mais alto e sem pensar, ela se afastou bem rápido tirando as mãos quentes da minha pele.

Suspirei em desaprovação, não queria que ela parasse de me tocar.

~ Foi isso que ele te contou? - perguntou, eu conseguia ouvir ela andando de um lado para o outro. - Eu já deveria saber que o Robson iria jogar a culpa do nosso casamento ter acabado toda encima de mim. - ela esbarrou em alguma coisa fazendo barulho de metais caindo no chão, meu primeiro impulso foi esticar o braço e segura-la para que não caísse. - Idiota e mentiroso. Você está namorando um idiota e mentiroso. - ela se livrou do meu contato voltando a andar

~ Eu não quero ficar aqui e te ouvir falar dele. Estou com ele, gostando ou não, isso não é decisão sua. Ou isso tudo é porque você ainda é apaixonada por ele e quer me fazer desistir- ela me interrompeu.

~ Apaixonada por ele? - perguntou incrédula. - Eu tenho juízo, Fátima - ela riu me empurrando levemente e me encostando na parede mais uma vez. Estávamos bem mais próximas que o permitido. - Só pra você saber, Robson me traiu primeiro, mais de uma vez e com mais de uma pessoa.

~ Talvez você tivesse merecido. - sussurrei provocando-a.

Não era a coisa mais sensata a se fazer, mas eu amava ver Diana extremamente brava a ponto de perder o controle.

~ Você é uma idiota, sem noção! - ela gritou, as paredes deram um eco enorme mas mesmo assim ela continuou falando. - Vocês dois se merecem, foram feitos um para o outro, o mundo não gira em torno de vocês não, sabia?

Diana  falava, falava, falava e gritava, andava de um lado para o outro extremamente irritada. E por mais que eu estivesse amando vê-la daquele jeito, não podia deixar que ela continuasse, qualquer pessoa poderia entrar a qualquer momento, eu não fazia a menor ideia de onde estávamos.

~ Cala a boca, DIANA -Pedir . Na verdade, mais mandei do que pedi.

~ Nada de "cala a boca, Diana", você vai me ouv...

Eu a  interrompi, não dá maneira convencional, colocando a mão na boca dela ou pedindo para que ficasse em silêncio. De uma maneira inusitada.

Em um impulso, segurei o rosto dela e como se fosse um ímã, nossos lábios se chocaram um contra o outro.

Diana não relutou um segundo sequer, imediatamente colocou as mãos na minha cintura juntando nossos corpos, adentrei os dedos nos fios lisos e macios do cabelo dela enquanto eu aproveitava meus cinco minutinhos de coragem insana.

Naquele momento, surpreendentemente, eu não pensava em nada. Nem meu namorado que provavelmente estava batendo na porta da minha casa, eu sequer me lembrava que existia uma namorado.

Tínhamos um ritmo tão perfeito que me assustava, tudo ali se encaixava. As mãos dela adentrando a minha blusa, arranhando levemente minha barriga, como nossas línguas brigavam por domínio, eu queria que aquele momento durasse para sempre. Mas de um segundo para o outro, eu interrompi e me afastei. Minha respiração estava descontrolada e minhas mãos tremendo.

~ Fiz algo errado? – perguntou preocupada

~ O que foi que eu fiz? - sussurrei passando as mãos no cabelo e jogando para trás.

~ Fátima ... - ela me chamou passando a mão pelo meu braço mas eu fui rápida em me desvencilhar do toque dela.

~ Isso não deveria ter acontecido. - foi a última coisa que murmurei antes de abrir a porta e sair.

Diama - A ex do meu atual Onde histórias criam vida. Descubra agora