Capítulo 4: história do Rafael

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Capítulo 4: história do Rafael

Rafael estava sentado no chão do seu quarto, rodeado por um emaranhado de roupas e fotos. A luz suave da tarde filtrava-se pelas cortinas, mas ele se sentia sufocado na escuridão de seus pensamentos. O silêncio era ensurdecedor, e ele não conseguia afastar a sensação de frustração que o consumia.

“Que merda! Eu odeio ser policial,” ele desabafou, olhando para o teto. “Eu queria ser um modelo de  dia  e de noite um mafioso, ia ser da hora! Eu ia amar comandar a máfia italiana!” A ideia de ser alguém diferente, de viver uma vida onde poderia se expressar livremente, era tentadora. Ele sonhava em pisar nas passarelas, em ser admirado não pela força da lei, mas pela beleza e carisma que possuía.

Mas, claro, seu pai nunca deixaria. A imagem do pai advogado, sempre tão correto e cheio de expectativas, pairava sobre ele como uma nuvem pesada. Desde pequeno, Rafael sentia a pressão de ser o filho perfeito, de seguir os passos do pai. “Você deve se dedicar ao direito, meu filho. É um caminho respeitável, é o que a nossa família espera de você,” as palavras do pai ecoavam em sua mente, uma lembrança constante que o prendia a um destino que não escolheu.

A falta que sua mãe fazia era como um buraco negro em seu coração. Ele se lembrava dela, sua risada, seus conselhos e a forma como sempre o incentivava a seguir seus sonhos. “Você pode ser o que quiser, Rafael,” ela dizia, com um sorriso caloroso que iluminava até os dias mais sombrios. Mas essa voz se calará muito cedo, e com a morte dela, ele perderá não apenas uma mãe, mas sua maior defensora.

Rafael passou a mão nos cabelos  , frustrado. O peso da vida o esmagava, e o sentimento de inadequação o perseguia. “Talvez eu devesse ter fugido para São Paulo, tentar a sorte como modelo... mas não, eu me tornei o que meu pai queria. Um maldito policial!”

No entanto, sua mente não conseguia deixar de pensar em um certo General. A imagem de Renan, forte e imponente, invadia seus pensamentos como um feitiço. O olhar penetrante, a aura de poder e a vulnerabilidade que ele percebia nas entrelinhas; tudo isso despertava algo dentro dele que ele não entendia completamente. “Por que eu não consigo parar de pensar nele?”

Ele se levantou e começou a andar de um lado para o outro, as palavras ressoando na cabeça. “Como pode ser que eu esteja me apaixonando por alguém do outro lado da lei? Ele é o dono do morro, o inimigo! O que eu estou fazendo?”

A batalha interna era exaustiva. Rafael desejava libertar-se das amarras que o prendiam ao passado, mas ao mesmo tempo, o medo de desagradar seu pai e enfrentar as consequências de seus sentimentos por Renan o mantinham em um estado de paralisia. Ele queria ser livre, explorar essa nova possibilidade, mas o preço da liberdade parecia alto demais.

“E se... e se eu me jogasse nisso? E se eu deixasse tudo para trás e seguisse o que sinto?” ele murmurou para si mesmo, a ideia soando tentadora. “Mas e se isso acabar mal? E se eu perder tudo, até mesmo a chance de ser aceito de novo pelo meu pai?”

Rafael sentou-se na cama, a cabeça entre as mãos. O conflito entre o desejo e a responsabilidade o fazia sentir-se preso em uma prisão invisível, e ele sabia que a resposta para suas perguntas não viria facilmente. Mas, naquele momento, ele decidiu que precisava de uma mudança. Precisava enfrentar seus medos, não importava o que viesse a seguir.

“Eu não posso viver assim. Eu não sou apenas um policial. Eu sou Rafael Costa, e tenho que descobrir quem sou de verdade.”

Com isso, ele fechou os olhos, buscando clareza, mesmo que ainda estivesse perdido. O que o futuro reservava, ele não sabia, mas a chama da esperança começava a brilhar, ainda que timidamente, em meio à escuridão.

Continua....

Aviso da autora

Essa história vai te gravidez masculina

Um deles 2 vai engravidar 🤫🥺🥰

Atração PerigosaOnde histórias criam vida. Descubra agora