Cap 3

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Emma Avelar

Segunda | 06:00

Eu já tinha me despertado de uma noite péssima de sono, era sempre assim. Eu mal dormia a noite.
Levantei e sai do quarto da Ella indo pro meu, escutei algumas conversas na cozinha, provavelmente era a minha mãe e o nojento.

Escolhi a mesma roupa que a maioria das vezes eu usava.
Uma calça masculina do uniforme, já que pra minha má sorte, ás meninas usavam apenas saias no colégio, então implorei pro diretor me deixar ir de calça, como sempre tive ótimas notas e nunca dei problema ele deixou.
Juntamente vesti a camisa do uniforme, com uma blusa preta de frio, que havia capuz.

Sempre me visto assim, não gosto de chamar atenção, e não quero que vejam meus machucados.

Logo depois de me arrumar, desci pro andar de baixo. Eu ia passar direto mas a minha mãe me chamou.

— Querida, já vai? Não vai tomar café ?
- ela disse me olhando sorrindo -

— Sim mãe, estou atrasada.
Tenho prova hoje e não posso me atrasar.
- falei dando o sorriso mais forçado do mundo.

— Que pena amor, ontem cheguei tarde do jantar das minha amigas, você estava dormindo com a Ella, foi tudo bem né ?
- ela olhou sorrindo e meu olhar foi pro Xavier, o mesmo arqueou a sobrancelha -

— Claro! Porque não seria mamãe, apenas me deitei com a Ella porque senti saudades.
- dei mais um sorriso forçado -

— Que bom Emma, eu e seu pai temos um jantar importante hoje à noite, não se atrase.
- era sério isso? -

— Mamãe será que eu poderia ficar em casa hoje? Não acordei me sentindo bem.

— Claro que não Emma, não escutou sua mãe ?
O jantar é importante! Agora venha aqui me dar um beijo como uma boa garota
- ele me olhou dando aquele sorriso nojento, me fazendo congelar -

— Está tudo bem filha? Venha aqui despedir dos seus pais meu amor.
- ela me chamou, me fazendo segurar o ar fortemente -

— Claro.
- foi até ela e dei um beijo na mesma, e virei para aquele porco e me inclinei para fazer o mesmo, ele ainda soltou um suspiro -
— Até mais
- eu saí de lá quase correndo batendo a porta -

Eu saí de lá o mais rápido possível, deixando lágrimas caírem.

Eu me odeio por ter que viver isso! Essa vida de merda não é justa! Eu não sei mais o que fazer.

[...]

Assim que cheguei na escola, fui direto pra minha sala. Eu não tinha amigas, mas tinha um colega chamado Adrian, desde que eu cheguei na cidade, ele é o mais perto que tenho em questão de amizade.

— bom dia morena, chegou atrasada hoje em,
tá tudo certo?
- o Adrian parou na frente da minha mesa -

— bom dia Adrian, claro está sim.
- abri um meio sorriso pro mesmo -

— sua mãe te falou do jantar? Vai ser lá em casa
Espero que possa ir, vou gostar muito.
- o Adrian era filho do prefeito, amigo do Xavier -

— Ela comentou, provavelmente irei sim.
- dei um sorriso pra ele -

logo em seguida a professora entrou, fazendo todos se sentarem, mas pude escutar um borburinho na parte de trás da sala, onde o Adrian senta.

— Porque sempre fica conversando com á esquisita, ela é estranha, não tem amizade com ninguém.
- eu escutei a risada da mesma, e dos outros idiotas, aquela era a Cloe, uma loira que era mais rodada do que tudo na escola, e que obviamente não gostava de mim -

— Te garanto que ela consegue ser bem melhor que você.
- escutar aquilo do Adrian, me fez escapar um sorriso sincero -

Aquele comentário da Cloe e de qualquer outra pessoa não me abalava, eu passava coisa muito pior que isso, um comentário ruim ou outro sobre mim, não faz diferença.

Estão gostando amigas?

A mulher do Caos Onde histórias criam vida. Descubra agora