Cap 15

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  Octávio Ferraz

Assim que cheguei ao Hospital Central da cidade, percebi o movimento de pessoas importantes. Não havia muitos hospitais por aqui, mas esse era, com certeza, o mais caro.

Fui até a recepcionista.

— Oi - dei um sorriso forçado - Gostaria de saber informações sobre uma paciente, por favor

Ela me olhou com a boca aberta, sem piscar. Revirei os olhos e fingi uma tosse.

— Desculpe, senhor - ela se abanou com a mão me olhando - Como posso ajudar?

Mais uma vez revirei os olhos. Se tem uma coisa que eu não tolero é gente sem noção e devagar.

— Como eu disse, quero saber sobre uma paciente

— Certo - ela olhou para o computador - Qual o nome? E você seria...?

— Sou o professor dela. A escola me mandou porque já faz uns dias que ela não aparece - expliquei, e ela assentiu -

— Que escola boa essa, hein? - Ela me deu um sorriso, mas, ao notar minha cara fechada, voltou o olhar para o computador -

— Então, qual o nome?

— Emma - respondi, e logo lembrei que esqueci de pegar o sobrenome - Esqueci de anotar o sobrenome. Mas isso não é problema, né linda?

— Nenhum problema, dou um jeito.

Esperei enquanto ela verificava. Já estava ficando impaciente com a demora.

— Então? Onde ela está? Qual o quarto?

— Ela não está aqui moço, na verdade não tem ninguém com esse nome

— Como assim? A mãe dela disse que provavelmente ela estaria aqui, no Hospital Central.

— Eu verifiquei e não consta nada, mas se quiser tentar no hospital que fica a duas ruas daqui, é um hospital público, com um atendimento ruim. Pode ser que ela esteja lá.

Não respondi nada e saí de lá o mais rápido possível. O pai dela, padrasto, sei lá, parece ter dinheiro, pela escola onde ela estuda e pelo bairro onde mora. Então por que diabos ele a levou para o pior hospital da cidade? Espero que ela esteja bem.

[...]

A recepcionista tinha razão, o hospital era péssimo, com portas caindo aos pedaços e muita gente misturada. Se ele a trouxe para cá, foi para esconder alguma coisa, esses mortos de fome fariam qualquer coisa por dinheiro.

Entrei e, como imaginava, a parte de dentro era ainda pior.
Não havia uma recepcionista disponível, e várias pessoas estavam espalhadas, algumas até deitadas no chão.

Olhei em volta e vi um enfermeiro entrando numa sala, então fui atrás dele.

— Com licença - ele se virou assustado e me olhou - Preciso de ajuda para encontrar uma pessoa.

— Desculpe senhor, mas você precisa esperar na fila como todo mundo ali - ele respondeu se virando para a porta, mas eu entrei na frente dele.

— Posso passar?

— Claro! - fingi dar espaço e, quando ele foi sair, eu o empurrei para dentro e fechei a porta -

— O QUE É ISSO? SOCORR... - assim que ele viu minha arma apontada para ele, parou de gritar -

— Vou ser rápido, Preciso achar uma pessoa que está aqui dentro e, dependendo da situação, tirá-la daqui. Te dou 10 mil pra isso, eu poderia te matar, mas, sinceramente, isso só me traria problemas.
Consegue fazer isso, né, meu amigo?
- encarei o mesmo -

— S-sim, claro que sim, senhor... - ele tremia todo.

— Ótimo.
Ela se chama Emma, é uma garota jovem, de 17 anos, provavelmente trazida por um homem mais velho, pai ou padrasto - Ele me olhou assustado.

— Tem certeza disso? Ele fica em cima da garota o dia inteiro e só vai embora à noite. - Então ela estava aqui mesmo, desgraçado...

— Claro que tenho, ela é minha mulher.
Se alguém descobrir, juro que te mato.

— Vai dar certo, relaxa - ele disse, se levantando -
Ele sai às 21h e volta às 6h da manhã.

— É tempo suficiente - olhei pro relógio e vi que faltava uma hora -
Na verdade, não é! Quero que dê um jeito de tirá-lo de lá, AGORA.

— Eu acho que... - eu mexi na arma, e ele estremeceu -
Acho que é possível, já volto.

Dei passagem e o deixei sair. Logo depois, mandei uma mensagem para os meninos, dizendo para ficarem atentos, pois eu poderia precisar deles.

Só espero que a Emma esteja bem! Eu deveria ter estranho aquele dia quando eu a ameacei
corta- lá e ela não ter esboçando reação alguma, provavelmente ela vem sofrendo a muito tempo sozinha por causa desse verme, já passei por isso, e é horrível ver alguém que deveria te proteger maltratar você.

O que estão achando amigas ?

A mulher do Caos Onde histórias criam vida. Descubra agora