capítulo 10

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- Quando uma pessoa sofre um acidente, sua primeira reação é fechar os olhos. - O médico começou a explicação de forma mansa. - Ela provavelmente fez isso no acidente. O cérebro de Rebeca reteve essa informação, então quando o corpo dela acha que ela está em perigo, ele automaticamente faz seus olhos tremerem daquela forma.

- Mas isso não pode se tornar nada perigoso? - Simone perguntou temerosa.

- Não, é apenas uma espécie de pequena sequela. - Ele respondeu. - Afeta sua área emocional, então é bem provável que quando ela se sinta envergonhada, com medo, raiva, enciumada ou fora de sua zona de conforto, isso aconteça.

- Oh, graças a Deus. - Simone disse mais aliviada.

- Às vezes pode ser que isso não aconteça, mas provavelmente vai acontecer com bastante frequência. - Ele disse. - Não apresenta nenhum perigo para a saúde, ela só vai precisar aprender a lidar com isso.

- Certo. Muito, muito obrigada Doutor. De verdade. Eu nem dormi de preocupação. - Simone disse cruzando os braços, afinal estava um pouco frio aquela hora da madrugada.

- Você realmente se preocupa com ela, hm? - Ele disse sorrindo de forma terna e Simone assentiu.

- Sim. Ela é especial. - Simone respondeu. -

- Tudo bem, senhorita. Agora vá descansar, amanhã vocês terão um longo dia. - Simone assentiu e desejou um boa noite para o médico antes de entrar e fechar a porta.

- Me conta uma história? - Rebeca perguntou bocejando assim que viu a menor e Simone assentiu, pegando sua blusa de moletom e a colocando, pois estava frio.

A menor, ao ver Rebeca dar leves batidas na cama indicando que ela deveria voltar para lá, subiu na cama e sentiu Rebeca se aconchegar no calor de seu corpo.

- Frio? - Simone perguntou ao ver os pelinhos de seu braço eriçados e Rebeca assentiu.

Na mesma hora Simone retirou o moletom que havia acabado de vestir e colocou em Rebeca, voltando a se deitar e sentir Rebeca se acomodar em seu corpo novamente.

- Melhorou?

- Sim. - Rebeca disse baixinho. Simone assentiu e começou a acariciar as costas de Rebeca, iniciando outra história. Em poucos minutos Rebeca já dormia. Simone suspirou e se permitiu olhar para ela. A garota era tão linda, tão doce; de forma alguma merecia ter perdido tanto tempo de vida.

A menor dormiu algum tempo depois, sentindo a respiração quentinha e ritmada de Rebeca tocar a pele de seu pescoço.

[...]

- Simone? -- A voz de Rosa fez Simone abrir os olhos lentamente, apenas para ver o sorriso da mulher.

Seus olhos analisaram o próprio corpo: Estava enganchado ao de Rebeca. A maior tinha uma perna entre as de Rebeca e seu rosto estava afundado em seu pescoço. Um braço de Rebeca abraçava Simone possessivamente enquanto os de Simone se mantinham, um sobre as costas da maior e o outro em sua cintura.

- Bom dia, dona Rosa. - Ela disse se espreguiçando. - Que horas são?

- Bom dia, querida. São oito da manhã. - Ela respondeu gentilmente, enquanto Simone se esquivava vagarosamente de Rebeca para não acordá-la. - O doutor me disse o que houve pela noite. Você não deve ter dormido nada.

- Não se preocupe comigo. - Simone replicou. - O importante é que ela está bem.

- Sim. Ela deu muito trabalho?

- De forma, alguma. Rebeca é um amor. - Respondeu sinceramente. - Eu vou dar uma passada em casa apenas para pegar um uniforme limpo e comer algo. Uma da tarde passo aqui para irmos juntas para a fisio, tudo bem?

Em um piscar de olhos - REBILESOnde histórias criam vida. Descubra agora