capítulo 12

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Para quem costumava piscar rápido, Rebeca estava piscando devagar até demais. Seus olhos estavam presos na pele bronzeada de Simone, que vestia um maiô preto simples. Por alguma razão desconhecida por ela seus olhos gostavam do que viam.

As orbes cor avelã até tentaram fugir, mas não conseguiram ao pousarem em Rebeca. A garota usava um maiô verde florido, aberto nas costas, que sua mãe havia comprado para ela especialmente para a fisioterapia. Simone suspirou e negou com a cabeça, Rebeca de fato, era muito atraente, mas era Rebeca e, bem, além disso ainda era uma paciente.

- Vem, eu te ajudo. - Simone esticou os braços para Rebeca assim que Mateus a colocou na piscina junto com Simone.
A menor usou seu braços para enlaçar o corpo de Rebeca assim que a maior tinha todo seu corpo agora na água.

- Está mesmo quentinha! - Rebeca exclamou sorridente, envolvendo seus braços no pescoço de Simone.

- Eu disse. - Simone respondeu enquanto segurava a garota delicadamente. Rebeca possuía algumas lesões na pele, assaduras essas que se deviam ao tempo que passara na mesma posição na cama. Estavam quase curadas, pois agora que se mexia ela dormia em outras posições e as enfermeiras tratavam com perfeição seu caso, no intuito de sará-la urgentemente.

- Doem? - Simone perguntou apontando para as lesões da parte de trás das costas de Rebeca.

- Incomodam. - Rebeca confessou.

- Bem, se algo que eu fizer te machucar, por favor, preciso que me diga no mesmo momento, assim eu paro o que quer que eu esteja fazendo, tudo bem? - Rebeca assentiu. - Você aprendeu a nadar cachorrinho?

- Papai me ensinou. - Rebeca disse orgulhosa de si.

- Pode fazer isso agora? Eu segurarei seu corpo para não afundar, porque seus braços ainda estão fracos.

- Por que eu preciso fazer isso? - Rebeca questionou confusa.

- Porque os movimentos que fazemos na água exigem mais força de nós, mesmo que às vezes não pareça. - Simone explicou com maestria, vendo Rebeca afundar uma mão na água distraída. - Isso vai ajudar suas pernas a ficarem mais fortes.

- Si? - Rebeca chamou, retirando a mão que havia afundado na água e deslizando o dedo molhado pela vértice do nariz de Simone, rindo no momento seguinte.

- Por que fez isso? - Simone perguntou rindo.

- Não sei. O seu nariz é bonitinho.

- Simone, não temos tempo para brincar. - A voz rispida de Mateus interrompeu o momento.

Rosa estava apenas observando de longe, sentada em um dessas cadeiras de repouso.

- Desculpe. - Ela disse. - Nade cachorrinho para eu ver, princesa? - Pediu baixinho, vendo Rebeca olhar feio para Mateus antes de voltar seu olhar para Simone e começar a mover as pernas. - Isso. Agora não pare de fazer isso.

- Até quando? Dói um pouco. - Rebeca revelou, não conseguindo realizar devidamente os movimentos.

- Faça devagar e mantenha o ritmo para mim. - Simone pediu, segurando na cintura de Rebeca. A maior apoiou suas mãos nos ombros de Simone e fez os movimentos por longos minutos, mudando uma coisa ou outra conforme Simone ia instruindo.

- Si, estou cansada. - Rebeca reclamou, vendo Simone puxar seu corpo junto ao dela e sorrir.

- Hora de fazermos uma pausa. - Simone disse sorrindo, vendo Rebeca molhar sua mão na água igual antes e deslizar, vagarosamente, o dedo por seus lábios. - Meus lábios também são bonitinhos? - Brincou rindo.

Em um piscar de olhos - REBILESOnde histórias criam vida. Descubra agora