Capítulo 10

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Anelise

— Sinto muito, Anelise. Não posso ajudar. — a chamada é encerrada.

É a quinta ligação que faço e recebo a mesma resposta. Liguei para os amigos do meu pai na esperança de que pudessem fazer alguma coisa para ajudar, mas os que atenderam simplesmente negaram.

Estou no hospital aguardando notícias da minha mãe, ainda assim tento fazer o que posso em relação a prisão do meu pai. Sinto que estou falhando em ajudar mesmo que não seja minha responsabilidade. Eles me deram tudo, sempre foram pais amorosos e presentes, agora me sinto inútil por não poder fazer nada.

Estou uma pilha de nervos com a garganta seca por mais que já tenha bebido uns três copos de água. As mãos estão trêmulas, m'al consigo segurar o celular.

Na tevê da recepção a notícia que passa é a m'aldita prisão. Foco na fala da repórter e o nó da garganta aumenta.

— Estamos em frente ao 13° DP aguardando a chegada do ex-tenente coronel do BFEM.
Roberval Vasconcelos está sendo detido por fazer parte de um esquema criminoso onde facilitava a entrada de drogas no país.
Segundo alguns entrevistados que optaram por não se identificar, o tenente mantém contato direto com o criminoso mais procurado do país, o líder da facção PLT, Ghost, ou fantasma como alguns preferem chamar. Ninguém sabe quem é esse homem e o tenente pode ser a peça chave para chegar até o criminoso.

De repente os camburões param e as câmeras voltam para eles. Os repórteres se aglomeram ao redor e bombardeiam meu pai com perguntas assim que ele sai algemado.

"Roberval, o que tem a dizer em sua defesa?"

"Tenente, pode nos dizer quem é Ghost?"

"Sua esposa e filha também participam desse esquema?"

"Tenente uma palavrinha….

"Tenente por favor…

"Uma palavra, Tenente…"

Ele passa reto sendo empurrado pelo policial para entrarem na delegacia.

" Como vocês viram, Roberval não quis se pronunciar. Ficaremos aqui aguardando o desenrolar do caso. Eu sou Lídia Batista e esse é o Rio Sereno em Ação."

Estou perplexa com as afirmações. Meu pai se quer sabe quem Ghost é. Como eles podem afirmar que os dois são comparsas?

Então a ficha de que Dominic poderia ajudar cai, porém tenho certeza que ele não faria já que para isso teria que revelar sua identidade. Ou não teria?

— Anelise Vasconcelos? — A voz do médico me tira dos devaneios.

Limpo as lágrimas que insistem em cair, e vou até ele. O homem de meia idade me olha com pena, tenho um pressentimento de que ele traz notícias ruins.

— Venha comigo, por favor.
Acompanho o médico até seu consultório, ele mostra a cadeira e pede para que eu me sente, mas no estado em que estou sentar seria pior.

— Sua mãe está sedada neste momento e ficará alguns dias no hospital. — começa — Fizemos alguns exames Anelise, e lamento informar, mas o câncer voltou e está mais agressivo.

— Não! — Levo a mão à boca impedindo que um soluço saia.

Sento na cadeira para não cair, já que minhas pernas perderam as forças.

— O câncer estava parcialmente em remissão, ainda existia células cancerígenas no organismo da paciente. E vocês passaram por várias situações estressantes no último mês. — o médico continua a explicar — Consequentemente a imunidade de sua mãe abaixou o que permitiu que as células cancerígenas se multiplicassem. 

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⏰ Última atualização: Oct 15 ⏰

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