Eilish e Sn

"Esse é o meu trabalho"

O dia do vigésimo show começou com uma energia intensa, mas Billie ainda se recuperava da comemoração da noite anterior pelas primeiras semanas da tour. A mistura de excitação e ressaca deixava seu corpo meio pesado, mas a adrenalina da turnê a mantinha alerta. Enquanto se preparava para o ensaio, SN entrou na sala com uma expressão séria.

— Billie, precisamos falar sobre aquela parte do show. O tempo está muito longo e precisamos reduzir um momento. Você pode me acompanhar?

Billie sorriu, sua mente ainda turva pelas bebidas da noite anterior.

— Claro, mas você sabe que eu não consigo resistir a um bom momento de improviso, não é? — ela respondeu, piscando para SN.

SN revirou os olhos, mas uma leveza em seu tom indicava que ela não se deixaria abalar facilmente.

— Isso não é sobre improviso, Billie. É sobre manter a dinâmica do show. Vamos, preciso que você preste atenção.

Enquanto caminhavam pelo corredor entre os palcos, Billie começou a sentir a tensão no ar, e não apenas pela discussão sobre o show. Com um olhar provocativo, ela se aproximou de SN, balançando a cabeça.

— Ah, SN, você sempre tão séria. O que eu preciso fazer para ver um sorriso nesse seu rosto?

SN manteve a postura profissional, mas sentiu um frio na barriga.

— Você precisa se concentrar. Este é um trabalho, Billie.

O flerte estava no ar, e Billie não estava disposta a deixar passar a chance de provocar um pouco mais. Assim que SN passou por ela, Billie, em um impulso, virou-se de repente. O impacto foi imediato: seus corpos colidiram com força, e a proximidade quase resultou em um selinho.

O mundo pareceu parar por um segundo, a intensidade entre elas carregando o ar com eletricidade. Billie, com um sorriso travesso, encarou SN.

— Olha só, estamos mais próximas do que eu pensei. Isso é um bom sinal, certo?

SN se afastou rapidamente, recuperando-se da surpresa.

— Ugh, Billie! Você está fedendo a bebida! — ela exclamou, com a seriedade voltando à sua voz. — Se não tomar um banho, não vai conseguir me convencer a fazer nada.

Billie riu, o calor da provocação deixando-a ainda mais ousada.

— Ah, mas quem disse que não posso ser irresistível com um pouco de álcool no sangue?

SN, cruzando os braços, respondeu com desdém.

— Irresistível? Você só está fazendo papel de ridícula. Mas se você quiser se distrair, tudo bem.

Billie inclinou-se um pouco mais perto, com um brilho desafiador nos olhos.

— E você, por outro lado, parece estar cheirando a flores. Que perfume é esse? É de deixar qualquer um encantado.

SN hesitou por um momento, surpresa com o elogio, mas logo se recuperou.

— Não é da sua conta. E não adianta tentar mudar de assunto, precisamos resolver isso.

Enquanto SN se afastava, Billie a observou partir, a tensão ainda vibrando entre elas. A provocação estava apenas começando, e Billie sabia que, apesar da insistência de SN em manter as coisas profissionais, essa batalha de vontades era apenas uma questão de tempo.

SN se afastou, ainda com a sensação da colisão entre seus corpos pulsando em sua mente. Para dissipar a confusão que a envolvia, decidiu se sentar na arquibancada vazia, longe da agitação do backstage. A visão do palco, agora imerso em sombras, a ajudava a pensar. Mas a imagem de Billie, sua ousadia e o olhar provocativo, não saíam de sua cabeça.

O que foi aquilo? — pensou SN, massageando as têmporas. Ela está só se divertindo ou realmente está interessada?

Ela precisava focar. Estava ali para garantir que tudo ocorresse perfeitamente e não podia se deixar levar por um momento de fraqueza. Mas a presença de Billie era como uma tempestade, desafiando seu controle e suas regras. E, para piorar, era inegável que a garota tinha "um molho", uma energia que atraía as pessoas, mesmo as mais resistentes.

SN lembrou-se de sua ex-namorada, que também havia se deixado levar por essa "magnetismo". Na época, ela havia se divertido com o jeito despretensioso e provocador da ex, mas isso não significava que SN quisesse repetir os mesmos erros. Billie é só uma criança, pensou, mas sua mente estava cheia de confusão. Por que a ideia de desafiar a Billie Eilish estava tão intrigante?

Enquanto SN tentava colocar os pensamentos em ordem, a risada de Billie ecoou em sua mente. Era uma risada que prometia tanto desafio quanto diversão, e isso a deixava inquieta. Quem ela pensa que é? SN se perguntou. Não é possível que eu esteja aqui, pensando na Billie Eilish.

Depois de alguns minutos, SN levantou-se da arquibancada e decidiu que precisava se reorientar. Precisava manter a cabeça no lugar e ignorar o que aconteceu. Mas, enquanto caminhava de volta, não pôde deixar de pensar em como aquela interação tinha sido diferente de tudo que já vivera. A intensidade, o desafio, e a química que parecia pulsar entre elas eram novos e desconhecidos.

Assim que entrou no corredor, viu Billie se preparando para o ensaio. A energia que a cercava era palpável. SN tentou ignorá-la, mas a curiosidade e a provocação de Billie a atraíam de volta, como um imã.

Billie percebeu a expressão pensativa de SN e não perdeu a oportunidade.

— O que foi, SN? Já está arrependida de ter me chamado? — provocou, com um sorriso travesso.

SN parou, sua determinação renovada.

— Não sou do tipo que se arrepende de desafios, Billie. Só espero que você consiga se concentrar antes do show. Não estamos aqui para brincadeiras.

Billie se aproximou, um brilho malicioso em seus olhos.

— Quem sabe um pouco de diversão não ajude a relaxar? Você precisa de um pouco disso, SN.

SN tentou se manter firme, mas a provocação de Billie era uma tentação irresistível.

— Você só quer me tirar do sério, não é?

— Pode ser, mas quem não gosta de um bom jogo? — respondeu Billie, inclinando-se um pouco mais perto, a tensão no ar aumentando novamente.

SN respirou fundo, tentando recobrar a compostura. Isso não pode continuar assim.

— Vamos, Billie. Concentre-se. Temos um show para fazer. E eu não vou te deixar desviar do foco.

Billie sorriu, sabendo que ainda tinha um desafio pela frente.

— Mas, SN, você sabe que eu sou ótima em me distrair.

SN, observando a leveza e a ousadia de Billie, não pôde deixar de pensar que, mesmo sendo uma criança em muitos aspectos, a garota tinha algo que a fazia se destacar. Mas ela precisava manter a distância, por mais difícil que fosse.

— Ótimo, então me impressione. Faça o que você sabe fazer de melhor e vamos nos concentrar no que realmente importa.

Billie a observou, a provocação ainda nos olhos, e SN sabia que, embora quisesse manter a situação sob controle, essa batalha estava longe de acabar.