Eilish e Sn

"Você me deixa vulnerável de propósito?"

As ruas de Manchester estavam tranquilas naquela noite. A brisa fria batia de leve enquanto SN e Billie caminhavam lado a lado, os sons da cidade quase abafados pela tensão elétrica que ainda existia entre elas. Billie tinha as mãos enfiadas nos bolsos do casaco, seus ombros levemente encolhidos, mas a mente ainda presa no que aconteceu minutos antes no quarto.

SN, por outro lado, estava relaxada. Seu sorriso ainda era visível no canto dos lábios, como se estivesse saboreando o desconforto de Billie e a certeza de que tinha o controle da situação. "E então," ela começou, quebrando o silêncio, "pronta para provar que não é só conversa, Eilish?"

Billie virou o rosto, lançando um olhar afiado para SN, mas sabia que não tinha muito o que dizer. Ela revirou os olhos, tentando manter o controle. "Você adora me provocar, né?" A voz de Billie estava mais baixa agora, quase um resmungo, mas não conseguia esconder o sorriso que acompanhava suas palavras.

"Ah, eu sei que você gosta," SN respondeu casualmente, enfiando as mãos nos bolsos também enquanto olhava para a rua à frente. "Afinal, você nunca desiste." Ela lançou um olhar de lado para Billie, sua expressão desafiadora. "Ou estou errada?"

Billie parou de andar por um segundo, balançando a cabeça. "Você é impossível," disse com uma risada suave, como se tentasse aliviar a tensão entre elas. Mas o desafio nos olhos de SN fez seu coração bater mais rápido.

"Impossível ou irresistível?" SN respondeu, provocando ainda mais enquanto caminhava mais devagar, encurtando a distância entre elas. Billie sentiu o impacto daquela pergunta. Não sabia como responder, então desviou o olhar, um leve rubor aparecendo em seu rosto.

"Por que você sempre faz isso?" Billie perguntou, tentando mudar o foco da conversa enquanto voltava a andar. "Você adora me deixar sem palavras, não é?"

SN parou por um segundo, ponderando a pergunta antes de dar de ombros, ainda sorrindo. "Talvez eu só goste de ver você sendo você mesma. Sem poses, sem controle," ela disse, sua voz mais suave dessa vez.

A resposta pegou Billie de surpresa. Ela parou novamente, encarando SN de frente, sua expressão agora mais séria. "Você me deixa vulnerável de propósito?"

SN deu um meio sorriso, mas não respondeu de imediato. Em vez disso, ela parou, se virando completamente para Billie. "Talvez eu só queira que você pare de lutar tanto contra o que tá sentindo, Billie." A voz dela era firme, mas havia algo mais por trás de suas palavras, algo mais profundo.

Billie ficou quieta, processando o que SN tinha acabado de dizer. Por um momento, o silêncio entre elas era quase ensurdecedor. SN deu um passo à frente, mas não foi agressiva, só firme. "A questão é... você tá pronta pra isso?"

Billie respirou fundo, sentindo a tensão se acumulando em seu peito. Ela sabia que havia algo ali, algo inegável entre as duas, mas a ideia de se render completamente ainda a deixava assustada. "Eu... não sei," confessou, sua voz mais baixa agora, quase um sussurro.

SN assentiu, não pressionando mais. "Tudo bem," ela disse, voltando a caminhar ao lado de Billie. "A gente tem tempo. Não tô com pressa."

A noite seguiu tranquila, e embora a tensão entre elas ainda estivesse lá, havia um entendimento silencioso. SN sabia quando recuar, e Billie, mesmo que frustrada com sua própria incerteza, sentiu-se grata por isso.

Quando voltaram para o hotel, SN se virou para Billie antes de entrarem. "Quer continuar o jogo de cartas outro dia?" ela perguntou, provocando apenas o suficiente para manter o clima leve.

Billie riu, finalmente relaxada, e balançou a cabeça. "Você é louca, sabia?"

"Você gosta," SN respondeu com um sorriso largo, acenando com a cabeça antes de se despedir.