Eilish e Sn

"O que é isso, Eilish? Você ja aprontou alguma coisa?"

Após o show, enquanto a equipe começava a se dispersar, SN se aproximou do grupo que se dirigia às vans e carros particulares. A tensão entre ela e Billie ainda era perceptível, mas SN manteve seu semblante profissional. Enquanto todos se organizavam, ela finalmente quebrou o silêncio, chamando a atenção de Billie, que estava mais para trás, conversando com Finneas.

"Billie," SN disse com firmeza, mas sem perder a gentileza. "Você pode vir comigo? Eu aluguei um carro. Precisamos conversar."

Billie parou, surpresa. Ela não esperava que SN fosse abordá-la ali, no meio de todo o caos pós-show. A ideia de estarem a sós, sem a equipe, sem distrações, fez seu coração acelerar. "Claro," ela respondeu com um aceno rápido, seu tom ligeiramente ansioso, mas esperançoso.

A equipe que cuidava dos transportes foi rapidamente informada da mudança de planos, desviando a atenção dos paparazzi e fãs que sempre tentavam seguir a van oficial. Enquanto a van com o restante da equipe seguia para o hotel, SN e Billie pegaram outro caminho, a bordo do carro alugado por SN. A separação dos veículos foi um golpe estratégico, evitando que o carro de SN fosse seguido.

Dentro do carro, o ambiente estava silencioso, o som leve do motor preenchendo o vazio enquanto SN dirigia com o olhar focado na estrada. Billie, sentada ao lado, mal conseguia relaxar. A ansiedade pela conversa que estava prestes a acontecer a fazia sentir uma mistura de medo e esperança.

"Você disse que quer conversar..." Billie começou, sua voz quase um sussurro, enquanto olhava de soslaio para SN, que não tirava os olhos da estrada.

SN respirou fundo, sem responder de imediato. Ela parecia estar organizando os pensamentos, esperando o momento certo para falar. Ao virarem em uma rua mais tranquila, longe do trânsito e do barulho das cidades, SN finalmente quebrou o silêncio, mas com cautela.

"Quero, sim. Mas vamos com calma. Tem muita coisa pra ser dita, e não quero que nada fique mal interpretado de novo."

A tensão no ar ainda era palpável, mas algo naquele momento parecia diferente. Estar a sós, sem a pressão imediata do trabalho, dava a ambas a chance de, talvez, finalmente colocar as coisas em seus devidos lugares.

SN parou o carro em uma rua qualquer, com um fluxo constante de carros, mas ainda tranquila o suficiente para que não fossem incomodadas. Ela ajustou o banco, respirou fundo e se virou completamente para Billie, decidida a encarar a situação de frente. Billie, que já estava visivelmente nervosa, sabia que aquele momento era crucial. Com os olhos brilhando de emoção contida, começou a falar.

"Eu... eu sinto muito," Billie disse, a voz falhando. "Essa semana foi um pesadelo. Tudo o que aconteceu, como isso mexeu comigo... e com você. Eu não estava conseguindo me concentrar nos shows, e sabia que as coisas estavam desmoronando. Não queria que isso nos afetasse assim." Ela parou, engolindo em seco, lutando contra as lágrimas. "Eu nunca quis que você se sentisse desrespeitada ou insegura. Eu só... me perdi no meio disso tudo."

Billie tirou o celular do bolso e colocou no colo de SN, um gesto simbólico, mostrando que não havia nada a esconder. Ela a olhou com uma sinceridade desarmante, buscando qualquer sinal de entendimento nos olhos de SN.

SN, firme, encarou Billie. A frustração ainda estava presente, mas sua postura era mais controlada agora, madura. "Billie, essa situação me frustrou mais do que você imagina. Eu estava completamente entregue a nós duas, e aí vejo uma mensagem como aquela... De alguém que claramente não respeita o espaço de outra pessoa. Ela vê o que você anda postando sobre nós. Sabe que há algo entre você e alguém e, e mesmo assim, manda algo desse tipo? Isso me chateou profundamente. Aliás o que vocês estavam fazendo?"

Billie começou a abrir a boca, mas SN ergueu a mão, pedindo silêncio por mais um momento. "Eu entendo que você é Billie Eilish. As pessoas te desejam, claro. Mas, se você quer algo sério, como a gente conversou que queria, tem que se dar ao respeito. Tem que colocar limites. Não vou ser uma qualquer pra você. Eu sou sete anos mais velha e, acredite, se tiver que pular fora disso, eu vou. Vai ser difícil, mas não impossível. E eu não vou aceitar menos do que respeito e reciprocidade."