Eilish e Sn

"Estamos monitorando de perto"

Quando Billie e Finneas chegaram ao hospital, o ambiente silencioso e frio aumentou a ansiedade de ambos. Billie estava quase sem fôlego, com o coração disparado, e Finneas, embora calmo por fora, estava preocupado com o estado emocional da irmã. Eles se dirigiram à recepção, onde Billie perguntou com urgência:

"Estou aqui para ver alguém da minha equipe que foi trazido recentemente. SN... Ela se acidentou nos bastidores de um show."

A recepcionista olhou para o computador e assentiu calmamente. "Ela foi levada para observação no quarto 304. Só familiares podem entrar, mas talvez você consiga autorização com o médico responsável."

Antes que Billie pudesse protestar, uma enfermeira apareceu no corredor, reconhecendo-a. "Billie Eilish?!" A voz da enfermeira era calma, mas sua expressão indicava a gravidade da situação. "Eu vou levá-la para ver a situação da sua amiga. Siga-me."

Billie e Finneas acompanharam a enfermeira pelos corredores brancos, o som dos passos ecoando pelo chão de azulejo. Cada passo parecia uma eternidade para Billie, que mal conseguia pensar direito, exceto em SN, desacordada e sozinha naquele quarto.

Quando chegaram ao quarto, um médico saiu, revisando alguns papéis. Ele olhou para Billie, notando a tensão em seu rosto.

"Ola, Billie. SN sofreu um traumatismo craniano devido à queda. Felizmente, ela está estável agora, mas ainda está inconsciente. Estamos com a melhor equipe e estão todos monitorando de perto."

Billie respirou fundo, aliviada por SN estar estável, mas a angústia de vê-la naquele estado permanecia. "Eu... posso vê-la?", perguntou com a voz quase inaudível, lutando contra as lágrimas que estavam à beira de cair novamente.

O médico assentiu. "Pode, mas por favor, seja breve. Ela precisa de descanso, e ainda estamos aguardando os resultados de exames adicionais."

Billie entrou devagar no quarto, Finneas ficou do lado de fora para dar espaço. O coração dela disparou ao ver SN ali, deitada na cama, com tubos de oxigênio e monitores bipando de forma constante. O cabelo de SN estava desalinhado, um curativo cobria parte de sua testa, e sua expressão, mesmo adormecida, parecia de alguém que havia lutado uma batalha.

Aproximando-se da cama, Billie sentiu o chão desaparecer sob seus pés. As lágrimas que ela vinha segurando começaram a cair silenciosamente enquanto observava SN. Ela segurou a mão dela com delicadeza, o calor da pele de SN a confortando minimamente.

"Eu tô aqui, tá?" Billie sussurrou, com a voz embargada. "Você vai ficar bem... Você tem que ficar bem." A voz dela falhou, mas ela continuou, mesmo sabendo que SN provavelmente não poderia ouvi-la. "Eu não sei o que faria sem você agora... Então, por favor... volta logo."

Ela ficou ali por mais alguns minutos, sentindo o peso de cada segundo, tentando encontrar forças para manter a calma. Finneas entrou discretamente, observando a irmã. Ele colocou a mão no ombro de Billie, lembrando-a do tempo.

"Billie, precisamos deixá-la descansar. A equipe médica vai cuidar dela. Vamos voltar depois."

Relutante, Billie soltou a mão de SN, olhando-a uma última vez antes de se virar para sair. O médico garantiu que entrariam em contato assim que houvesse qualquer atualização no quadro de SN.

Enquanto eles voltavam para o carro, Billie estava em silêncio, tentando processar tudo. O misto de medo, culpa e tristeza parecia esmagador. O telefone de Billie vibrava constantemente com mensagens da equipe e de fãs, preocupados com o que havia acontecido. As teorias continuavam se espalhando, mas a única coisa que importava para Billie era SN.

No caminho de volta ao hotel, Finneas tentou acalmá-la. "Ela vai ficar bem, Billie. SN é forte."

Billie apenas assentiu, ainda com os olhos fixos na janela, vendo as luzes da cidade passarem em um borrão. "Eu sei que ela é forte", disse, com a voz ainda fraca. "Mas é difícil... não estar lá por ela agora."

Ao chegarem ao hotel, Billie não conseguiu dormir. A imagem de SN, vulnerável naquela cama de hospital, a assombrava. Ela se deitou, mas a mente estava longe. Por fim, após algumas horas de rolar na cama, pegou o celular e começou a digitar uma mensagem para SN, mesmo sabendo que ela não poderia responder:

"Eu estive lá hoje e vi você. Sei que não pode me ouvir agora, mas vou estar por perto até você ficar bem. Todos estão torcendo por você. Eu também... mais do que você imagina."

Suspirando, Billie apertou "enviar" e deixou o celular de lado. Mesmo no silêncio do quarto, o peso da ausência de SN a deixava sufocada. Tudo o que ela queria era que ela acordasse, saudável e com aquele sorriso sarcástico de sempre. Mas até que isso acontecesse, tudo parecia incerto e vazio.