"SN.. você pode me ouvir?"

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Billie quase não acreditou no que viu. O movimento sutil dos dedos de SN era o primeiro sinal de que ela estava saindo da inconsciência. Seu coração disparou, e ela segurou firme a mão de SN, sem saber se deveria chamar por ajuda ou esperar.

"SN... você pode me ouvir?" Billie murmurou, a voz baixa, cheia de esperança.

Os olhos de SN tremeram sob as pálpebras fechadas, e por um momento, Billie prendeu a respiração, rezando para que ela despertasse. O quarto permaneceu em silêncio, com apenas o som dos monitores e a respiração estável de SN preenchendo o espaço.

Billie não conseguia se mexer, incapaz de desviar o olhar de SN, esperando por outro sinal. Minutos se passaram, e quando ela pensou que talvez tivesse imaginado o movimento, SN mexeu novamente, desta vez com mais firmeza. Sua mão se apertou levemente contra a de Billie, e um gemido suave escapou de seus lábios.

"SN?" a voz de Billie quebrou, os olhos se enchendo de lágrimas enquanto observava SN tentando abrir os olhos.

SN piscou lentamente, como se o ato de acordar fosse um enorme esforço. Quando seus olhos finalmente se abriram, mesmo que apenas parcialmente, Billie sentiu o ar escapar de seus pulmões.

"SN, eu tô aqui," Billie sussurrou, apertando a mão dela. "Você está no hospital, mas está tudo bem agora."

SN virou a cabeça levemente em direção à voz de Billie, tentando focar a visão. Sua expressão era confusa, os olhos semicerrados enquanto tentava entender onde estava. "Billie?" A voz dela saiu fraca, quase inaudível.

"Sim, sou eu," respondeu Billie com um sorriso de alívio, enxugando as lágrimas que escorriam por seu rosto. "Você se machucou nos bastidores, mas vai ficar bem. Todo mundo está torcendo por você, tá?"

SN piscou lentamente, processando as palavras de Billie. O cansaço estava evidente em cada movimento, mas o fato de ela estar acordada era tudo que Billie precisava naquele momento. A sala parecia menos sufocante, o ambiente menos frio.

Billie não queria pressioná-la com perguntas ou forçar qualquer conversa. Só queria que SN soubesse que não estava sozinha. "Você não tem ideia de como fiquei preocupada... Eu nem consegui fazer o show direito."

SN tentou sorrir, mas foi mais um movimento de lábios cansados do que uma expressão real. "Desculpa," ela murmurou, a voz rouca.

Billie riu entre lágrimas. "Não, você não tem que se desculpar, só... obrigada por estar bem. Você não faz ideia de como me deixou desesperada."

O silêncio caiu sobre elas por um tempo, mas não era desconfortável. SN parecia exausta demais para falar, e Billie estava feliz apenas por estar ao lado dela, observando-a recuperar lentamente a consciência. Quando o médico entrou para verificar SN, confirmou que o despertar era um bom sinal e que a recuperação parecia seguir no caminho certo, ainda que ela precisasse de bastante repouso.

Billie se afastou um pouco para deixar o médico fazer seu trabalho, mas permaneceu no quarto, observando cada movimento de SN com cuidado.

Algumas horas depois, Billie estava sentada em uma cadeira no corredor do hospital, recostada na parede, quando Finneas chegou com duas xícaras de café. Ele entregou uma a Billie, sentando-se ao lado dela.

"E então?" ele perguntou, sabendo que a preocupação ainda pairava no ar.

"Ela acordou," Billie respondeu, sua voz carregada de alívio. "Ainda está fraca, mas abriu os olhos, falou comigo. Eu nem sei descrever o que senti... parece que tudo ficou mais fácil, sabe?"

Finneas sorriu para a irmã, sentindo o peso sair de seus ombros ao ouvir a notícia. "Isso é ótimo, Billie. Acho que você pode finalmente respirar um pouco."

Billie assentiu, tomando um gole do café e sentindo a tensão de seu corpo diminuir um pouco. "Ainda não consigo relaxar totalmente até que ela esteja bem de verdade, mas saber que ela acordou... já é algo. Só espero que a recuperação dela seja rápida."

"Ela é durona, Billie. Vai ficar bem." Finneas a tranquilizou, e Billie sabia que ele estava certo, mas uma parte de si ainda se preocupava, ainda temendo o que poderia acontecer.

Ela olhou para o celular, notando várias mensagens de sua equipe e de fãs enviando apoio. Nos últimos dias, as redes sociais estavam em chamas com especulações sobre quem tinha se machucado, e a preocupação com o estado de Billie também era evidente.

"Você viu o que os fãs estão dizendo?" perguntou ela, mostrando a Finneas alguns dos comentários e mensagens de carinho.

"Sim, eles estão preocupados com você também, não só com a pessoa acidentada," ele disse, lendo as mensagens. "Acho que vão ficar felizes em saber que tudo está caminhando."

Billie sorriu, mas seu pensamento ainda estava no quarto de hospital, onde SN continuava descansando. "Eles não fazem ideia do quanto essa pessoa significa pra mim."

Mais tarde, já no final da noite, Billie voltou ao quarto de SN. Ela ainda estava descansando, mas com os olhos levemente abertos, observando as luzes suaves da sala. Billie entrou silenciosamente e se aproximou.

"Ei," ela sussurrou, sorrindo suavemente. "Como você está se sentindo?"

SN piscou lentamente, virando a cabeça em direção à voz de Billie. "Ainda... cansada," respondeu, a voz um pouco mais firme do que antes.

"É normal. Você passou por muito, mas o pior já passou. Eu vou ficar aqui com você até você estar pronta pra sair daqui, tá?"

SN tentou esboçar um sorriso, ainda que fraco. "Obrigada... por tudo, Billie."

Billie segurou a mão dela novamente, sentindo um calor confortável se espalhar por seu peito. "Você faria o mesmo por mim."

As duas ficaram em silêncio, o barulho suave do hospital ecoando ao redor delas. Embora ainda houvesse muito a se resolver, naquele momento, a presença uma da outra era tudo que importava.

Eilish e SnWhere stories live. Discover now