"Eu ouvi que elas iam oficializar algo igreja? Eu escutei um amém?"

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A atmosfera no quarto do hotel estava carregada de emoções. Billie se esforçava ao máximo para cuidar de SN, que estava se recuperando do acidente. Ela arrumava o quarto com uma dedicação quase obsessiva, organizando cada detalhe, desde as roupas espalhadas até os remédios que SN precisava tomar. Billie parecia não se importar em sacrificar sua própria energia; sua única preocupação era garantir que SN estivesse confortável e bem cuidada.

"Vem cá, você precisa comer," Billie dizia, levando um garfo à boca de SN, que, mesmo relutante, acabava aceitando a comida. Era um gesto carinhoso, mas SN sentia que Billie estava se esforçando demais. "Você não precisa fazer tudo isso, Billie. Eu consigo me virar," SN tentava protestar, mas a insistência de Billie a deixava sem palavras.

"Eu não estou fazendo nada de mais. Só quero que você fique bem," Billie retrucava, sem abrir mão de sua posição de cuidadora. E assim continuavam, entre risadas e discussões sobre quem deveria fazer o quê.

Naquela noite, enquanto discutiam sobre os livros que cada uma estava lendo, a exaustão tomou conta de Billie. A discussão acabou se tornando uma troca de risadas suaves, e logo Billie se viu com os olhos pesados, adormecendo ao lado de SN, que ainda estava acordada, mas com o coração aquecido pela presença de Billie ao seu lado.

Depois de algumas horas, SN acordou lentamente. Sentiu um pouco de tontura, mas a angústia de ficar sozinha no quarto a impulsionou a se levantar devagar. Ela se dirigiu à cozinha do hotel para pegar um copo d'água. Assim que abriu a geladeira, o barulho foi o suficiente para acordar Billie, que, com seu cérebro sempre alerta, se levantou rapidamente da cama.

"O que você está fazendo?" Billie perguntou, a preocupação transparecendo em sua voz.

"Só estou pegando água, Billie. Está tudo bem," SN respondeu, tentando se mostrar capaz.

Billie, no entanto, não estava convencida. "Você não deveria estar fazendo nada sozinha! Deixa que eu cuido disso," ela disse, com um tom autoritário.

SN revirou os olhos, mas percebeu que a insistência de Billie não era apenas preocupação, mas uma demonstração do quanto ela se importava. Era carinhoso, mas também um pouco sufocante. Naquela noite, enquanto a chuva caía lá fora, a sensação de angústia crescia em SN. Ela não queria ficar presa em quatro paredes, mesmo que estivessem ali juntas.

"Vamos até a varanda," Billie sugeriu, vendo a chuva pela janela. "Eu posso tocar violão e você me conta sobre o seu livro."

"Ok, mas só se você prometer não fazer nada," SN respondeu, um sorriso no rosto.

Billie, com um brilho no olhar, arregalou os olhos. "Prometo. Vou só tocar e escutar você."

Elas se acomodaram na varanda. Billie ajeitou a poltrona com várias almofadas para que SN pudesse se sentar confortavelmente. SN observou cada movimento de Billie e não conseguiu conter um sorriso, achando tudo extremamente fofo.

Sentadas ali, com a chuva caindo ao redor, a conexão entre elas parecia se aprofundar. A vulnerabilidade de SN estava exposta, e, em um momento de emoção, Billie se virou para ela.

"Eu não sei como viver sem você, SN," ela confessou, a voz trêmula de sinceridade. "Você faz tudo parecer mais fácil, mais bonito. E eu andei pensando, vamos oficializar o que temos? Quero que você seja minha namorada." — Billie disse sem rodeios.

SN ficou sem palavras, sentindo o coração acelerar. "Billie, eu..."

"Por favor," Billie interrompeu, segurando a mão de SN. "Quero fazer isso acontecer, quero que nós duas possamos viver isso."

SN sorriu, sentindo um calor se espalhar por seu corpo. "Tá bem, eu aceito" ela respondeu, a voz firme agora, enquanto se inclinava pra beijar Eilish.

Billie a beijou e sorriu de volta soltando um "te amo" aos sussurros e uma expressão de alívio e alegria iluminava seu rosto. Em seguida, ela pegou o violão e falou: "Quer pedir uma música? Aproveite que não é todo mundo que tem o privilégio de um show particular". SN revirou os olhos e sorriu, pedindo que Billie tocasse "Your Power".

Enquanto Billie cantava, as gotas de chuva pareciam dançar ao redor delas, e, naquele instante, tudo se encaixou. Elas estavam ali, vulneráveis e fortes, em um novo começo, unidas não apenas pelo amor, mas por tudo que tinham enfrentado juntas.

Eilish e SnWhere stories live. Discover now