CHARLIE BUSHNELL
As luzes do auditório brilhavam com uma intensidade que quase ofuscava, e a excitação na sala era palpável. A primeira convenção oficial da série *Percy Jackson* estava prestes a começar, e, pela primeira vez, estaríamos frente a frente com os fãs que fizeram parte da nossa jornada desde o início. Eu podia sentir o peso da expectativa no ar.
Ao meu lado, Amélia e Dior riam de algo que eu não tinha ouvido, os rostos iluminados por um entusiasmo genuíno. A amizade delas tinha crescido muito nos últimos tempos, e, por mais que eu me sentisse feliz por ver Amélia se aproximando de alguém como Dior, que era a alma carismática do elenco, algo em mim não podia evitar uma pontada de ciúmes. Mas eu mantive isso enterrado – afinal, amizade era algo que todos nós precisávamos no meio da tempestade da fama.
— Você está nervoso, Charlie? — Amélia me perguntou, virando-se pra mim com um sorriso que parecia iluminar o ambiente mais do que as luzes artificiais.
— Nervoso? Talvez um pouco — admiti, passando a mão pelo cabelo em um gesto automático. — Mas, vendo você tão tranquila, acho que posso relaxar também. — Meu tom era brincalhão, mas a verdade é que o simples fato de tê-la por perto já me deixava mais calmo.
Amélia sorriu de volta, mas foi Dior quem me salvou de um momento possivelmente embaraçoso.
— Relaxa, vai ser incrível! Esses fãs te adoram. Olha só, estão praticamente gritando seu nome antes de começarmos.
Dior estava certa. Do outro lado das cortinas, o murmúrio crescente do público era impossível de ignorar. Sabíamos que eles estavam lá por todos nós, mas, de alguma forma, eu ainda me surpreendia com o carinho que os fãs demonstravam – especialmente em relação a Amélia e ao nosso possível *ship*. Tudo isso ainda parecia um pouco surreal para mim.
Quando finalmente fomos chamados ao palco, o som que nos atingiu foi ensurdecedor. Aplausos, gritos e aquela energia inconfundível de pura empolgação. Eu podia ver nos rostos ao meu redor que o sentimento era compartilhado. Amélia estava radiante, Dior parecia no seu ambiente natural, e o resto do elenco seguia em fila, se acomodando nos assentos alinhados em frente à plateia.
As primeiras perguntas foram dirigidas a nós como um grupo: “Como foi filmar as cenas de batalha?” “Qual a parte favorita de trabalhar com o elenco?” Respostas surgiam de todos os lados, e cada um de nós tentava, à sua maneira, transmitir o quanto essa experiência tinha sido especial.
Mas o momento mais interessante veio quando as perguntas individuais começaram. Um fã levantou a mão, olhando diretamente para Amélia. “Amélia, como foi interpretar uma filha de Atena? Você sentiu alguma pressão em retratar uma personagem tão forte e inteligente?”
Amélia sorriu, claramente emocionada com a pergunta. Ela sempre foi muito apaixonada pela personagem, e eu sabia que essa era uma parte importante de quem ela se tornava enquanto filmava.
— Foi incrível. Atena é uma deusa que exige respeito, e interpretar Emma, sua filha, foi um desafio que me fez crescer como atriz. Eu queria garantir que ela fosse mais do que apenas uma guerreira. Ela é inteligente, estratégica, mas também tem um lado humano que eu queria explorar.
Eu podia ver Dior assentindo com a cabeça, admirada pela resposta de Amélia, e isso me fez perceber o quanto as duas estavam conectadas. Dior sempre foi uma pessoa muito comunicativa, e, nos bastidores, ela parecia ter se tornado a melhor amiga de Amélia, a ponto de compartilharem tudo.
E então, veio uma pergunta que eu sabia que inevitavelmente surgiria. Um fã, com um sorriso travesso no rosto, olhou diretamente para mim e Amélia:
— Charlie, como foi filmar as cenas com a Amélia? Vocês têm uma química incrível na tela! Vocês já... sabem, ficaram mais próximos fora do set?
A sala explodiu em risadas e gritos animados. Amélia e eu trocamos um olhar cúmplice, algo que vinha acontecendo com frequência ultimamente.
— Bem, comecei, rindo, acho que nossa química é mérito do roteiro e da direção... mas, sim, a gente se deu muito bem desde o início. Somos uma grande família, afinal.
Amélia assentiu, sua expressão divertida, mas eu podia ver uma leve cor em suas bochechas. Ela complementou:
— Charlie é um ótimo colega de trabalho, e acho que a conexão entre nossos personagens surgiu naturalmente.
Dior, ao lado de Amélia, murmurou algo que fez Amélia rir e me lançar um olhar enigmático. Havia um laço claro entre elas agora, algo que eu respeitava, mas que também me fazia refletir sobre como o tempo no set estava mudando a dinâmica entre todos nós.
À medida que a convenção continuava, as perguntas se tornavam mais pessoais, mais profundas. “Como a série mudou suas vidas?” “O que vocês esperam do futuro de seus personagens?” Cada resposta era uma chance de nos conectarmos mais com os fãs e, honestamente, de refletirmos sobre como nossa vida tinha virado de cabeça para baixo em tão pouco tempo.
Eu observava Amélia e Dior trocando olhares e risadas, e percebi que elas tinham se encontrado em meio ao caos. A amizade delas era algo genuíno, e, por mais que eu sentisse algo além da amizade por Amélia, eu sabia que Dior era uma parte importante da vida dela agora. Amizades como aquela, no nosso mundo, eram raras e preciosas.
Quando a convenção chegou ao fim, saímos do palco com o coração cheio. Os fãs estavam radiantes, e nós também. Tinha sido uma tarde incrível, e o que mais me marcou foi perceber o quanto todos nós, de alguma forma, estávamos conectados – seja pelo amor à série ou pelas relações que construímos uns com os outros.
No caminho de volta para os bastidores, Amélia me cutucou com o cotovelo, um sorriso brincando nos lábios.
— Viu só? Não foi tão ruim, né?
Eu sorri de volta, sentindo que ela estava certa.
— Definitivamente não. Na verdade, foi uma das melhores partes de todo esse processo.
E enquanto ela se afastava para conversar com o pessoal, algo dentro de mim dizia que a verdadeira aventura ainda estava apenas começando.
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LONDON GIRL • Charlie Bushenell
Fanfic"Onde descobrimos que o amor pode estar mais perto do que imaginamos."