Capítulo 1

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O Nascimento do Herdeiro

Era o ano 93 D.C. e a atmosfera na Fortaleza Negra estava carregada de expectativa e esperança. O Rei Jaehaerys, conhecido como o Conciliador, aguardava ansiosamente o nascimento de seu bisneto, Aemon II, um nome que carregava o peso da memória de seu amado filho falecido. Aemon II não era apenas um nome; ele era uma promessa de renascimento, um símbolo de que a linhagem Targaryen continuaria a brilhar como as estrelas no céu.

Quando o pequeno príncipe finalmente veio ao mundo, os sussurros de sua chegada ecoaram por todo o reino. Seus olhos, um fascinante violeta e o outro verde marcante, eram um reflexo da beleza da princesa Alissa, sua vó , e se tornaram uma marca distintiva que cativou todos que o viam. Jaehaerys não podia conter sua alegria ao afirmar que de Aemon II viria o príncipe prometido, o salvador que traria paz a Westeros, um futuro brilhante após tanta turbulência.

Naquela primeira noite, enquanto a lua iluminava o céu, algo extraordinário aconteceu. Um ovo, que havia sido mantido em segurança por gerações, começou a rachar dentro do berço do pequeno príncipe. Era o ovo do Grande Terror Negro, um dragão que havia sido guardado como um tesouro sagrado da Casa Targaryen. À medida que a casca se quebrava, uma luz dourada e quente emanava do interior, e todos na sala ficaram em silêncio, hipnotizados. Quando o dragão finalmente emergiu, com escamas negras e olhos brilhantes como brasas, a sala explodiu em aplausos e gritos de alegria. Era uma visão mágica, um sinal de que a linhagem Targaryen estava verdadeiramente viva e mais poderosa do que nunca.

Os dias se passaram, e a alegria inundava a Fortaleza Negra. Viserys e Aemma, os pais amorosos do príncipe, dedicavam-se a cuidar e proteger seu filho. Cada risada e cada momento compartilhado eram tesouros que aqueciam seus corações. O dragão, que recebeu o nome de Vermithrax, tornava-se uma presença constante, Voando alto pelos céus da Westeros, o jovem dragão Vermithrax tornava-se uma extensão da própria essência de Aemon II. A conexão entre os dois era palpável, quase mágica. Enquanto o príncipe crescia, também o fazia sua ligação com o dragão. As tardes eram passadas em longas caminhadas pelo jardim da Fortaleza Negra, onde Aemon II, com seus olhos bicolores brilhando sob o sol, se divertia em fazer pequenas travessuras enquanto Vermithrax o seguia, sempre atenta, como uma sombra protetora.

Os nobres da corte frequentemente se reuniam para admirar o pequeno príncipe e seu dragão, e o clima de esperança e amor que preenchia o castelo era inegável. Jaehaerys, em seu trono, observava com um sorriso satisfeito, convencido de que Aemon II seria o futuro que Westeros precisava, um líder que uniría as casas e restauraria a paz.

Contudo, como as nuvens que se acumulam antes de uma tempestade, uma sombra começou a se formar sobre a Fortaleza Negra. No terceiro dia após o nome do príncipe, quando as festividades ainda ecoavam nas paredes do castelo, Aemon II desapareceu. Um grito de desespero cortou o ar quando os pai, os servos e os nobres se deram conta de que a criança não estava mais em seu berço. O pânico tomou conta da fortaleza, e a busca começou.

Os corredores da Fortaleza Negra ecoavam com os chamados desesperados de "Aemon! Aemon!". Viserys e Aemma, atormentados pela angústia, não podiam acreditar que o seu querido filho havia sumido. O dragão Vermithrax, percebendo a agonia de seus pais, rugiu de desespero, suas asas enormes batendo contra as paredes do castelo, como se quisesse voar em busca do pequeno príncipe.

Os guardas e cavaleiros foram mobilizados rapidamente, e a busca se estendeu por todo o território. As florestas densas ao redor da fortaleza se tornaram um labirinto de incertezas, e cada sombra parecia esconder um mistério. Enquanto isso, rumores começaram a se espalhar entre os nobres:
Alguns diziam que Aemon II havia sido levado por criaturas das sombras que habitavam as florestas, outras afirmavam que ele fora sequestrado por inimigos da Casa Targaryen que desejavam desestabilizar o reino. As teorias se espalhavam como fogo em palha seca, alimentando o medo e a incerteza na corte. Os rostos dos nobres, outrora radiantes de alegria, agora estavam pálidos e preocupados, refletindo a gravidade da situação.

Viserys, em um acesso de desespero, decidiu montar em seu cavalo e liderar a busca pessoalmente, acompanhado por um punhado de cavaleiros leais. Aemma, embora consumida pela angústia, ficou na fortaleza, esperando por notícias e tentando manter a esperança viva em seu coração. Enquanto isso, Vermithrax, sentindo a dor de seu amigo e companheiro, voava em círculos sobre a floresta, seu rugido ecoando como um lamento, uma canção de tristeza que reverberava pelas árvores.

As horas se transformaram em dias, e a busca parecia infrutífera. A floresta, uma tapeçaria de sombras e luz, escondia segredos profundos e mistérios antigos. Os cavaleiros, armados e determinados, vasculhavam cada canto, mas as esperanças diminuíam a cada momento. O desespero começou a se instalar como uma nuvem ameaçadora sobre a fortaleza, e a ideia de que o pequeno príncipe poderia estar em perigo se tornava cada vez mais real.

Finalmente, em uma manhã nublada, enquanto a bruma se erguia dos campos, um dos cavaleiros avistou algo à distância, uma figura diminuta sentada sobre uma pedra, cercada por flores silvestres. O coração do cavaleiro disparou. Poderia ser o príncipe? Ele apressou-se em direção à figura, e quando se aproximou, seu coração se encheu de alívio. Era Aemon II, com um sorriso inocente no rosto, como se estivesse brincando em um sonho.

Mas o que o cavaleiro não viu era a presença oculta que cercava o menino. Um grupo de forasteiros, com olhares Astutos e com intenções obscuras, os forasteiros cercaram o cavaleiro, que lutou bravamente pela vida do príncipe. A batalha foi feroz, um tumulto de aço e coragem, mas a força numérica dos inimigos era esmagadora. Em meio ao caos, o cavaleiro teve que tomar uma decisão impossível: tentar salvar Aemon II custasse o que custasse, mesmo sabendo que a fortaleza estava a uma distância intransponível.

Naquele instante de desespero, ele avistou um pequeno barco ancorado na costa. Sem hesitar, agarrou o príncipe e juntos se lançaram ao mar, na esperança de escapar da ameaça que os perseguia. Contudo, o destino, que se revela em formas tão imprevisíveis, pregou-lhes uma peça cruel. Uma tempestade se formou repentinamente, as ondas se ergueram como monstros enfurecidos, e o barco, incapaz de suportar a fúria do mar, virou-se. O cavaleiro lutou contra as águas, mas a correnteza o arrastou, e ele perdeu de vista o pequeno príncipe, que desapareceu sob as ondas.

Quando as águas se acalmaram e o sol voltou a brilhar, o cavaleiro, exausto e desolado, foi resgatado por pescadores da costa. Eles não tinham notícias do príncipe e, após dias de busca infrutífera, o luto tomou conta da fortaleza. Um funeral foi realizado, com os nobres de luto, chorando a perda do jovem herdeiro, que parecia ter sido tragado pelo próprio oceano. Todos acreditavam que Aemon II estava morto, suas risadas agora apenas ecos nas memórias de quem o amava.

No entanto, o que ninguém sabia era que, do outro lado do mar estreito, o pequeno príncipe havia sido acolhido por uma antiga princesa, uma mulher de olhos sábios e coração generoso, que vivia em uma ilha de grande magia . Essa princesa, chamada Saera, acreditava que o menino era um bastardo perdido, um filho de alguma linhagem nobre que havia sido abandonado. Ao vê-lo seu coração se encheu de compaixão e esperança.

O legado do dragão Onde histórias criam vida. Descubra agora