Capítulo 4

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Na ilha de Artena, onde o horizonte se encontrava com o azul profundo do céu, o jovem Aemon se entregava a um treinamento intenso. A brisa salgada do mar acariciava seu rosto enquanto ele duelava contra cinco cavaleiros, cada um deles um adversário habilidoso e determinado. O som do metal se chocando ecoava pela costa, ressoando como um hino de bravura e determinação.Aemon, destemido e ágil, movia-se com a graça de um dançarino e a ferocidade de um dragão , cada golpe refletindo não só suas habilidades, mas também o peso de um legado que carregava em seu coração.

À sombra das montanhas que cercavam a ilha, Vermitrhax, o imponente dragão negro, repousava com suas escamas brilhando sob o sol. Embora os anos de separação tivessem sido duros, a conexão entre o dragão e seu cavaleiro era inquebrantável. Em seu profundo instinto, Vermitrhax sabia que Aemon precisava dele. Ele havia vagado por três longos anos, enfrentando tempestades e a solidão das vastas terras, tudo em busca do príncipe que havia sido seu melhor amigo e companheiro. Quando finalmente se reencontraram, o momento foi mágico; um relance profundo e cheio de entendimento foi suficiente para restaurar a antiga ligação entre eles, como se o tempo não tivesse passado.

Entretanto, a alegria do reencontro foi ofuscada pela sombra do passado . Aemon, ao contar à sua mãe sobre sua jornada e sobre os horrores que enfrentou — a traição que quase lhe custou a vida e a necessidade de se esconder — viu a dor refletida no rosto dela. Ela, dilacerada pela ideia de ter perdido o filho, lutou contra a vontade de trazê-lo de volta à segurança da fortaleza. Mas Aemon estava decidido; ele sabia que retornar seria perigoso, pois os inimigos ainda espreitavam nas sombras, prontos para atacar a qualquer momento.

Assim, o jovem príncipe tomou uma decisão corajosa. Ele permaneceria ao lado de seus pais de coração, aqueles que o amavam profundamente, mas continuaria a preparar-se para o que estava por vir. Ele mergulhou nos estudos, não apenas na arte da guerra, mas também na sabedoria que um rei deve possuir.

Aemon, o príncipe de coração indomável, dedicava suas horas não apenas a aperfeiçoar suas habilidades de combate, mas também a entender a complexa tapeçaria que era a política e a liderança. Em cada treino, cada golpe desferido contra os cavaleiros, ele não se via apenas como um jovem lutador, mas como um futuro rei — um líder que deveria ser mais sábio do que forte, mais astuto do que temerário.

Aemon passava longas horas na biblioteca da ilha, cercado por tomos antigos e pergaminhos empoeirados que falavam de reinos perdidos, de dinastias gloriosas e das lições que a história oferecia. Ele estudava os grandes líderes do passado, aqueles que tinham conseguido unir reinos e aqueles que falharam miseravelmente em suas ambições. Ele absorvia tudo: a arte da diplomacia, a importância de alianças estratégicas e a necessidade de entender o coração de seu povo. Cada página virada era como um passo em direção ao seu destino, uma preparação para o momento em que ele teria que se levantar e lutar não apenas com espada, mas com palavras e sabedoria.

Enquanto isso, Vermitrhax, seu fiel dragão, observava tudo. O dragão negro não era apenas uma besta imponente; ele carregava a sabedoria de eras, a memória de batalhas antigas e a compreensão de uma conexão profunda com seu cavaleiro.Aemon sabia que a visão da Dança dos Dragões — uma batalha épica entre dragões e seus cavaleiros que poderia abalar os alicerces dos reinos — era uma possibilidade que pairava sobre eles como uma sombra. Ele estava determinado a evitar que essa visão se tornasse realidade. A guerra entre dragões poderia significar a ruína e a destruição, não apenas de terras, mas de corações e laços familiares.

Preparando-se para a iminente tempestade, Aelion começou a treinar não só em combate, mas também em estratégias de guerra e táticas de liderança. Ele reunia os cavaleiros da ilha, ensinando-os a lutar em unidade, a se protegerem mutuamente, e a valorizar a vida acima da glória. Ele queria que cada um deles entendesse que a verdadeira força estava na união.

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