Capítulo 8

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Na penumbra dos aposentos reais, onde as sombras dançavam nas paredes adornadas com tapeçarias que contavam histórias de glória e tragédia, o rei Viserys Targaryen, um homem marcado pelo peso das coroas e pelas cicatrizes da perda, encontrou um vislumbre de esperança. A notícia que chegou através do pergaminho de Sor Harold era como um raio de sol rompendo as nuvens pesadas que ensombravam seu coração.

A morte de Lady Laena, sua prima, deixara um vazio imenso na casa Targaryen. O luto ainda pesava sobre a fortaleza de Driftmark, onde o eco da perda ressoava nos corredores.

Viserys, sentado em seu trono, com o olhar perdido nas profundezas de suas memórias, sentiu uma onda de emoções. Naquele instante, a dor da perda se dissipou, dando lugar a um calor inesperado. O retorno do príncipe Aemon, seu amado filho, era uma bênção que ele não ousava esperar. As lágrimas que brotaram de seus olhos não eram apenas um lamento, mas uma celebração do que poderia ser: a união da família, a continuidade do legado Targaryen.

Quando o príncipe Aemon finalmente cruzou os portões de Driftmark, uma energia vibrante parecia preencher o ar. Ele não era mais o menino que partira, mas um jovem homem moldado pelas experiências e desafios que o mundo lhe impusera. Seu semblante era firme, mas seus olhos brilhavam com a luz da saudade e da determinação.

Os habitantes da fortaleza, que costumavam ver o rei Viserys envolto em uma névoa de melancolia, foram surpreendidos ao testemunhar uma mudança. O riso e a alegria, que há tanto tempo pareciam excluídos do reino, retornaram ao semblante do rei. Ele se moveu com uma leveza que muitos não acreditavam ser possível.

Quando o rei Viserys Targaryen desembarcou em Driftmark, a brisa do mar parecia sussurrar promessas de reconciliação e renovação. O aroma salgado do oceano misturava-se com a fragância das flores que floresciam nos jardins da fortaleza, um contraste entre a dor e a beleza que permeava aquele momento. Os olhares curiosos dos nobres e servos se fixaram no rei, que, com uma energia inesperada, caminhava em direção ao barco que trazia seu filho de volta ao lar.

A cena era digna de uma balada épica: o rei, vestido em suas vestes reais, com os cabelos grisalhos caindo suavemente sobre os ombros, parecia mais um pai do que um monarca. E ali, diante dele, estava Aemon, um jovem que havia enfrentado tempestades e desafios, mas que agora se destacava sob a luz do sol, como um farol de esperança.

Quando Viserys avistou Aemon, seu coração disparou e o tempo pareceu congelar. Com um grito de alegria e alívio, ele desceu do barco com uma rapidez que surpreendeu até mesmo a ele mesmo. E, ao alcançar seu filho, lançou os braços ao redor dele, envolvendo-o em um abraço apertado que falava mais do que mil palavras. As lágrimas escorriam pelo rosto do rei, misturando-se à alegria do reencontro. Era como se, por um breve momento, todas as tragédias e perdas que havia enfrentado evaporassem, dando lugar a um amor puro e incondicional.

Os nobres e servos que testemunhavam a cena estavam perplexos. Alguns murmuravam entre si, intrigados com a intensidade da emoção que emanava daquele encontro. A incredulidade pairava no ar como uma névoa, pois muitos não haviam esperado que o príncipe Aemon retornasse dos mortos, ou mesmo que retornasse de fato. O rei, que há tanto tempo carregava o peso da tristeza e da responsabilidade, agora parecia rejuvenescido, iluminado pela presença de seu filho.

Quando finalmente Viserys pronunciou o nome de Aemon, a revelação caiu como uma onda sobre aqueles que observavam. O príncipe estava de volta! A incredulidade se transformou em euforia, e sussurros de surpresa e alegria.

A atmosfera em Driftmark estava carregada de emoções conflituosas, como um céu antes de uma tempestade. Rhaenyra Targaryen, com seu espírito forte e indomável, sentia uma onda de incredulidade e esperança ao mesmo tempo. O irmão que ela pensava ter perdido para sempre, Aemon, agora estava diante dela, vivo e saudável, desafiando todas as expectativas e temores que a acompanhavam durante os anos de separação e dor.

Os olhos de Rhaenyra brilharam com lágrimas não derramadas enquanto observava a cena do reencontro entre Viserys e Aemon. Uma parte de seu coração gritou de alegria, uma explosão de amor fraternal que parecia transcender o tempo e as mágoas passadas. Mas, ao mesmo tempo, uma sombra de preocupação se instalou em sua mente. Aemon não era apenas seu irmão; ele era também um potencial rival pelo trono que tanto desejava. O retorno dele significava que as intrigas da corte e os jogos de poder se tornariam ainda mais complicados.

Enquanto seus outros meio-irmãos observavam com olhares desconfiados e hesitantes, Rhaenyra percebeu que a dinâmica familiar havia mudado. Eles cresciam em um mundo onde as alianças eram construídas e destruídas em um piscar de olhos. Aemon, que havia estado ausente durante boa parte de suas vidas, era um desconhecido para muitos deles. A desconfiança pairava no ar, como um odor azedo, enquanto as vozes sussurrantes da corte murmuravam sobre lealdades e traições.

A rainha, por sua vez, observava de longe, um turbilhão de emoções a consumir seu coração. Ela sabia que a volta de Aemon não apenas reavivava laços familiares, mas também ameaçava os planos que havia cuidadosamente arquitetado para seu filho, Aegon. O trono de ferro, aquele símbolo de poder e ambição, parecia agora mais distante do que nunca. As peças do tabuleiro estavam mudando, e ela sentia que a posição de seu filho poderia estar em risco.

A rainha ponderava sobre o que a volta de Aemon significava para o futuro de sua família. Com um novo jogador na mesa, as regras do jogo mudariam

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