Capítulo 3

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Na tapeçaria intricada da história da Casa Targaryen, cada fio é entrelaçado com tragédias, amores e reviravoltas que moldam o destino dos personagens. O funeral do príncipe Aemon, envolto em luto e desespero, ecoou pelas câmaras do palácio de Pedra do Dragão, marcando um momento de profunda dor para a família real. A perda do jovem príncipe não foi apenas uma tragédia pessoal, mas um golpe à esperança que a Casa Targaryen havia nutrido em tempos de conflito e incerteza.

Após o funeral, a dor e a solidão se tornaram companheiras constantes do dragão que Aemon deixara para trás. Um ser magnífico, de escamas reluzentes e olhos profundos como a noite, o dragão, que havia sido acorrentado em um ato de proteção, sentiu a ausência de seu mestre. Não demorou muito para que as correntes, que simbolizavam não apenas a prisão física, mas também a tristeza que envolvia a morte do príncipe, fossem quebradas. Com um rugido que reverberou por toda a ilha, ele alçou voo, desaparecendo nas brumas do horizonte. Desde então, a criatura nunca mais foi vista, como se tivesse levado consigo as esperanças não cumpridas de Aemon.

Anos se passaram e, em meio à dor e à perda, nasceu a princesa Rhaenyra. A alegria que ela trouxe foi como um sopro de ar fresco em um reino sufocado pela tristeza. Cada risada e cada choro da pequena princesa eram ecos de um futuro que parecia promissor, um antídoto para os anos tempestuosos que haviam se seguido à morte do pequeno príncipe. Contudo, a sombra da perda sempre estava presente, como um lembrete constante das fragilidades da vida. A morte do príncipe Baelon, uma nova ferida aberta no coração da família, fez com que a alegria da nova vida fosse entremeada com a dor da saudade.

O rei Jaehaerys, buscando um novo herdeiro, designou Viserys como seu sucessor, e a história da Casa Targaryen continuou a se desenrolar com mais tragédias.

A morte da Rainha Aemma Arryn foi um momento decisivo que não apenas moldou o destino da Casa Targaryen, mas também lançou uma sombra sobre os corações dos que permaneceram. A dor de Viserys, um rei já sobrecarregado pela perda, tornou-se um catalisador para a mudança. Em busca de consolo e de um novo começo, ele se casou com Alicent Hightower, uma jovem que, embora fosse uma conselheira próxima, logo se tornaria uma figura central em uma intriga que mudaria o curso da história.

Com Alicent, o rei teve quatro filhos: Aegon, Aemond, Helaena e Daeron. Cada um deles representava não apenas a continuidade da dinastia Targaryen, mas também o início de um conflito feroz entre duas facções, cada uma reivindicando o direito ao trono. Rhaenyra, a herdeira legítima, viu sua posição ameaçada por essa nova prole. A rivalidade entre Rhaenyra e seus meios-irmãos alimentou um fogo de ciúmes e ambições que se tornaria uma força destrutiva em Westeros.

Na mesma noite em que o príncipe Joffrey Velaryon nasceu, um novo filho de Rhaenyra, a tensão estava em alta. Rhaenyra sempre foi uma figura complexa, dividida entre o amor por seus filhos e a necessidade de reivindicar seu lugar. O nascimento de Joffrey, que é muitas vezes associado à linhagem Velaryon, trouxe à tona questões sobre legitimidade e lealdade, especialmente em um reino onde a coroa e o sangue sempre foram entrelaçados em um jogo mortal.

E então, na escuridão daquela noite enigmática, Viserys teve um sonho poderoso e perturbador. Em seu sonho, ele se viu reunido com seu amado filho Aemon, que havia falecido tragicamente. Aemon, um jovem de notável bravura e talento, era um reflexo das esperanças que Viserys tinha para o futuro da dinastia. No sonho, a conexão entre pai e filho transcendeu a morte, e o rei sentiu que, a qualquer custo, deveria encontrá-lo. Essa visão não era apenas um desejo de reencontro, mas também uma carga emocional que pesava sobre sua alma.

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