Capitulo 7

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No reino distante de Artena, onde as ondas do Mar Estreito acariciavam as areias douradas e as palmeiras dançavam suavemente ao vento, um jovem príncipe aguardava com ansiedade a chegada de um barco. Seus olhos, brilhantes como os mais preciosos cristais, fixavam-se no horizonte, onde o céu azul se encontrava com as águas profundas, esperando que o destino trouxesse mudanças para sua vida.

O barco, com suas velas brancas desfraldadas ao vento, finalmente apareceu, cortando as ondas com uma graça majestosa. Quando ele atracou, um homem alto e robusto, conhecido como Sor Harold, desembarcou. Seu porte imponente e a armadura reluzente refletiam a luz do sol, mas era a expressão em seu rosto que capturou a atenção do príncipe Aemon.

Assim que os olhares se cruzaram, Aemon sentiu um turbilhão de emoções. Sor Harold, um cavaleiro fiel e seu protetor, sempre fora uma figura constante em sua infância. Ele lembrava das aulas sobre honra e bravura, das tardes passadas em treinamento sob a tutela de Harold, que sempre acreditou que o pequeno príncipe poderia se tornar um grande cavaleiro. Mas hoje, ao ver as lágrimas descendo pelo rosto de seu amigo e mentor, Aemon percebeu que a mensagem poderia não ser tão simples quanto um retorno esperado.

"Príncipe Aemon, segundo do seu nome", Sor Harold se ajoelhou, a armadura fazendo um som metálico que ecoou na tranquilidade do porto. "Seu pai, o rei Viserys, pediu para trazer você de volta."

As palavras de Harold caíram como uma tempestade sobre o coração do jovem príncipe. O retorno a Westeros significava não apenas deixar para trás o reino que ele começara a considerar como lar, mas também confrontar o destino que o aguardava. O peso da responsabilidade, o chamado do sangue Targaryen, e as intrigas da corte se desenhavam à sua frente como uma tapeçaria rica e complexa, mas também cheia de perigos.

Aemon, por um momento, ficou paralisado. As memórias de sua infância em Porto Real.

A grande despedida no porto de Artena foi um espetáculo de emoções intensas e corações entrelaçados. O sol, despontando no horizonte, lançava suas sombras longas, como se o próprio tempo estivesse hesitando diante da gravidade do momento. Aemon estava cercado por sua família, os rostos marcados pela tristeza, mas também por um orgulho silencioso e profundo. Seus pais, o rei e a rainha, olhavam para ele com lágrimas nos olhos, sabendo que aquele era um momento inevitável. A dinastia Targaryen, com suas chamas e dragões, estava nas mãos do jovem príncipe, e a responsabilidade que lhe era confiada era imensa.

Enquanto Aemon se despedia de seus irmãos, sentia o peso da expectativa e da responsabilidade em seus ombros. Ele sabia que, ao retornar a Westeros, teria que enfrentar uma série de desafios que testariam não apenas sua coragem, mas também sua capacidade de liderar. A dinastia havia atravessado tempestades, e agora, a esperança de um futuro melhor repousava sobre ele. As lágrimas de seus irmãos misturavam-se a promessas silenciosas de que estariam sempre ao seu lado, mesmo que a distância se interpusesse entre eles.

"Você é um Targaryen", repetia sua mãe, envolvendo-o em um abraço apertado. "Carregue essa herança com honra e força. Lembre-se de quem você é." As palavras dela ecoaram em sua mente, um lembrete constante de que o sangue dos dragões pulsava em suas veias.

O rei de Artena, ciente do perigo que o filho adotivo enfrentaria, não o deixou partir sozinho. Ele convocou os bravos cavaleiros de seu reino, aqueles que tinham servido com lealdade e bravura. Com armaduras brilhantes e espadas desembainhadas, eles formaram uma escolta imponente, prontos para proteger o jovem príncipe em sua jornada. Entre eles, os assassinos sem rosto, figuras envoltas em mistério, eram um presente inesperado, mas essencial. Eles traziam consigo uma habilidade letal de se mover nas sombras, prontos para eliminar qualquer ameaça que pudesse surgir no caminho de Aemon.

Os curandeiros, com suas poções e conhecimentos ancestrais, também foram enviados.
Os curandeiros, com suas mãos hábeis e corações repletos de sabedoria ancestral, eram, de fato, uma dádiva dos deuses. Eles carregavam em seus sorrisos a esperança de dias mais luminosos, e seus olhares profundos refletiam o conhecimento acumulado por gerações em meio a ervas mágicas, poções curativas e segredos da natureza. Cada um deles era um canal entre o mundo humano e o divino, um elo que unia o sofrimento à cura, a dor à salvação.

em meio à agitação do porto, onde os ventos sopravam as últimas notas de despedida, os curandeiros se moviam com uma graça quase etérea. Vestidos em túnicas que pareciam dançar com a brisa, eles traziam consigo uma variedade de frascos e bolsas repletas de ervas e ingredientes raros. O aroma de lavanda e alecrim seguia seus passos, como um perfume que acalmava almas inquietas.

Um dos curandeiros, um homem de cabelos grisalhos e olhos que brilhavam como se refletissem estrelas, se aproximou de Aemon. "Lembre-se, jovem príncipe", disse ele, sua voz suave como um sussurro do vento, "a verdadeira força não reside apenas na espada, mas na capacidade de curar e compreender. Em tempos de guerra, é a compaixão que nos mantém humanos." Com um gesto sutil, ele ofereceu a Aemon uma pequena garrafa contendo um líquido dourado. "Isto é um elixir dos antigos, capaz de restaurar a vitalidade. Carregue-o com você. Nunca se sabe quando a vida exigirá de você um ato de cuidado."

O legado do dragão Onde histórias criam vida. Descubra agora