003 - Quem carrega ódio é quem se perde, não você.

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LUNA LOPES

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LUNA LOPES

Barueri, SP | 18h43min,
01 de maio de 2024

Hoje é o dia da semana que eu deveria estar pulando de alegria: segunda-feira, dia da tão esperada de mais uma batalha da Aldeia. O dia que sempre foi o meu favorito, um momento onde a praça se enche de energia, risadas e a rivalidade saudável dos MCs. No entanto, desta vez, a empolgação estava um pouco ofuscada. A verdade é que a semana que passou foi muito difícil, e eu ainda sentia o peso dos desafios que enfrentei na lanchonete da minha tia.

Nos últimos dias, as coisas não estavam fáceis. A lanchonete estava mais cheia do que o normal, e os problemas começaram a surgir. Uma das fritadeiras quebrou no meio do expediente, e nós tivemos que improvisar para atender a todos os clientes famintos que chegavam. Além disso, algumas das funcionárias tiraram folga repentinamente, e eu tive que me desdobrar para dar conta das tarefas.

Mas o pior de tudo nem foi isso; foi um episódio que me deixou realmente chateada. Um dia, enquanto eu estava na lanchonete, atendendo os clientes e tentando manter a boa energia, uma cliente decidiu que era o momento certo para me humilhar na frente de todos.

Ela parecia estar de mau humor desde que entrou, e quando eu fui atender seu pedido me tratou eternamente mal

Ela parecia estar de mau humor desde o momento em que entrou na lanchonete. Assim que passei por ela para perguntar se precisava de algo, o olhar dela era gelado, e a resposta que recebi foi apenas um grunhido. Quando finalmente fui atender ao seu pedido, a situação só piorou.

- Senhora, desculpe, mas não temos esse tipo de prato aqui no restaurante - expliquei com calma, tentando manter a educação, mesmo com a crescente frustração. Era a quinta vez que repetia isso, mas ela parecia não querer ouvir.

- Outros pratos? Quem se importa? Eu só quero o que pedi! - ela disparou, e a raiva na sua voz fazia com que os olhares de outras mesas se voltassem para nós. A situação já estava se tornando embaraçosa, e eu sentia o calor subir pelo meu rosto.

Tentei me concentrar, respirando fundo para não deixar a pressão me derrubar. A lanchonete estava cheia, e eu não queria causar um tumulto desnecessário.

- Sinto muito, mas o cardápio não inclui esse prato, e na verdade, a nossa lanchonete nunca teve esse prato no cardápio, senhora - respondi, ainda tentando manter a calma. O olhar dela, no entanto, mostrava que a minha explicação não fazia diferença alguma.

Minha voz tremia levemente, mas tentei não deixar que isso a visse. Ofereci uma alternativa, na esperança de que ela aceitasse, mas a resposta dela foi ainda mais cortante.

- Isso é inaceitável! Como vocês não têm algo tão simples? - ela disparou, com a voz tão alta que todos na lanchonete pararam para olhar. Algo tão simples? Ela literalmente tava pedindo um prato de um restaurante da zona sul quase, eu acho que ela nao precebeu que entrou em uma lanchonete e nao em um restaurante 5 estrelas. A vergonha queimava em meu rosto, e eu me senti exposta, como se cada palavra dela fosse um ataque pessoal.

𝑨 𝒏𝒆𝒕𝒂 𝒅𝒂 𝒕𝒊𝒂 𝒅𝒂𝒔 𝒃𝒆𝒃𝒊𝒅𝒂𝒔, Apollo mc. Onde histórias criam vida. Descubra agora