LUNA LOPES
Barueri, SP | 20h44min,
23 de maio de 2024Infelizmente, para minha profunda tristeza, Tavín estava expondo todos os meus podres para a minha avó enquanto ela preparava uma bebida para ele. Meu desejo de matá-lo aumentava a cada segundo, porque além de ele estar contando minhas vergonhas, eu ainda ficava presa na lembrança do beijo que poderia ter rolado se não fosse por culpa dele.
Bom, lá estava eu, na Batalha da Aldeia, ajudando minha avó na barraca dela enquanto as batalhas aconteciam no palco da praça.
— E para piorar, a mula do Tavín estragou o beijo que sua neta tanto queria! — disse Bask, surgindo do nada, como se tivesse brotado do quinto dos infernos. Ele estava todo animado, que era bem estranho, por ser o bask e, por um momento, me perguntei se ele tinha algum conceito de noção, porque pelo visto, nem ele e o tavin tinham.
Minha avó se virou para mim, com um olhar incrédulo nos olhos.
— Posso saber por que você não me contou sobre esse quase beijo, mocinha? — minha avó perguntou, um sorriso malicioso estampado no rosto enquanto eu passava a mão pelo meu rosto, tentando esconder a mistura de vergonha e frustração.
— Vó, não tem muito o que falar — respondi, suspirando. — O Tavín apareceu chamando eu e o apollo, bêbado, e atrapalhou, é isso. Você sabe como ele é, sempre tem que aparecer na hora errada.
Minha avó riu, balançando a cabeça, como se estivesse se divertindo com a minha situação.
Eu apenas dei de ombros, tentando disfarçar o quanto aquela conversa mexia comigo. Era como se, ao minimizar o assunto, eu pudesse evitar a dor que ele trazia. Mas, no fundo, eu sabia que não era bem assim.
Minha avó continuou preparando as bebidas com a calma de quem já viu de tudo na vida, mas, sem nem levantar o olhar, soltou:
— Vai fugir da realidade até quando, hein? — A pergunta saiu tranquila, mas tinha um peso que caiu direto no meu peito.
Eu franzi o cenho, cruzando os braços.
— O quê? — perguntei, fingindo não entender, embora soubesse exatamente sobre o que ela estava falando.
Ela deu um leve sorriso de canto, como se já soubesse exatamente a confusão que eu carregava por dentro. Continuou mexendo nas garrafas, preparando uma caipirinha com a destreza de quem já fez isso a vida inteira.
— Você sabe do que eu tô falando, Luna. — Ela limpou as mãos no avental e se apoiou na bancada, me encarando. — Ficar se escondendo do Apollo e fingindo que nada aconteceu não vai resolver nada. Você ta fugindo dele, querida. Você está fazendo desde aquela noite. — Ela me olhou de soslaio — Você acha que se esconder dele vai resolver alguma coisa? Vai te proteger de sentir o que já tá aí, ó — ela apontou levemente para o meu peito com a colher de pau, e logo voltou a fazer oque estava fazendo novamente.
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𝑨 𝒏𝒆𝒕𝒂 𝒅𝒂 𝒕𝒊𝒂 𝒅𝒂𝒔 𝒃𝒆𝒃𝒊𝒅𝒂𝒔, Apollo mc.
Fiksi PenggemarLᥙᥒᥲ, neta da famosa Tia das Bebidas, era uma jovem conhecida no meio dos MCs de batalha, graças ao legado de sua avó, uma mulher admirada por muitos. Desde que ela começoua frequentar as batalhas de rima com sua vó, Luna sonhava em rimar na Batalha...