Lᥙᥒᥲ, neta da famosa Tia das Bebidas, era uma jovem conhecida no meio dos MCs de batalha, graças ao legado de sua avó, uma mulher admirada por muitos. Desde que ela começoua frequentar as batalhas de rima com sua vó, Luna sonhava em rimar na Batalha...
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LUNA LOPES
Barueri, SP | 22h33min, 10 de maio de 2024
Hoje era um dia especial, o aniversário da criancinha que eu mais amava: a Hi Wine. Ela era uma menininha cheia de energia, sempre correndo de um lado para o outro nas batalhas, com um sorriso contagiante que iluminava o ambiente. Com apenas 10 anos, Hi Wine já tinha se tornado uma figura icônica entre os MCs, e sua alegria e entusiasmo eram simplesmente irresistíveis.
Desde que a conheci, nos aproximamos muito, e isso me deixou realmente feliz. Eu me lembro de como a primeira vez que nos encontramos foi em uma das batalhas, onde ela estava com seu microfone de brinquedo, fazendo perguntas para os MCs como se fosse uma verdadeira repórter. Sua ousadia e confiança eram impressionantes para uma garotinha tão nova. A maioria dos vídeos que ela gravava era eu quem estava por trás das câmeras, capturando cada momento, cada risada e cada resposta divertida que ela conseguia dos artistas Era muito divertido ajudar a Hi Wine a gravar suas entrevistas. Ela sempre chegava na barraca da minha avó com aquele sorriso largo e um brilho nos olhos, pedindo minha ajuda com um jeito inocente e encantador. "Vem, Luna! Só preciso de você por um tempinho!", dizia ela, e eu não conseguia resistir. Era difícil não se deixar levar pela empolgação dela, que sempre transformava a gravação em uma grande aventura.
No entanto, a verdade é que "rapidinho" nunca durava tão pouco assim. Cada gravação se tornava uma jornada. Hi Wine tinha um talento natural para fazer perguntas que puxavam histórias divertidas dos MCs, e eu acabava me perdendo no momento. Ela sempre tinha uma nova ideia ou uma nova forma de abordar as entrevistas, fazendo com que eu parasse para ajustar a câmera ou esperar por um momento perfeito. Eu ficava lá, rindo e dando suporte, enquanto o tempo parecia voar.
Enfim, eu já estava atrasada para o aniversário dela, que começava às 20 horas. Agora eram quase 22, e eu estava a caminho. Não era exatamente minha culpa; a lanchonete, como sempre, havia me segurado. As coisas tinham estado um pouco mais tumultuadas do que o normal, e eu acabei me perdendo nas tarefas e atendimentos, sem perceber o tempo passar.
Quando cheguei à festa, percebi que realmente estava atrasada. A música animada ecoava pela sala e, para minha surpresa, vi que já estavam tirando fotos e a criançada estava reunida ao redor da mesa decorada, repleta de balões e um enorme bolo de aniversário. Um aperto no peito me invadiu ao perceber que talvez eu tivesse perdido os parabéns, e esse pensamento me deixou chateada. O que mais eu queria era estar ali para celebrar cada momento especial com a Hi Wine, especialmente essa ocasião tão significativa em sua vida.
A angústia me envolveu, porque sempre odiei chegar depois dos parabéns. Essa tradição de cantar e celebrar os anos de vida de alguém sempre foi especial para mim, e sentir que tinha perdido isso me deixou incomodada. Mas respirei fundo, lembrando que não era minha culpa. Eu realmente amava meu trabalho na lanchonete, e, embora estivesse desejando estar presente desde o início da festa, sabia que meu emprego precisava vir em primeiro lugar.
