O clima estava mais ameno naquela manhã, com o vento suave entrando pela janela da casa de Catnap. Ele e Dogday estavam jogando videogame no sofá, algo que havia se tornado um hábito entre eles. A competição, como sempre, estava a todo vapor, com Dogday tentando, em vão, se concentrar no jogo enquanto Catnap mantinha sua postura serena, mas completamente focada.
— Você tem que admitir, eu sou melhor nisso do que você — disse Catnap, com um sorriso discreto, enquanto derrotava Dogday mais uma vez.
Dogday soltou um grunhido, jogando o controle no sofá, derrotado. Ele inclinou a cabeça para trás, frustrado.
— Isso não é justo! Você joga como se não tivesse outra coisa pra fazer da vida — reclamou Dogday, mas com um sorriso no rosto.
Catnap deu de ombros, sem tirar os olhos da tela. Ele sabia que Dogday adorava provocar, mas a verdade era que ambos estavam se divertindo, independentemente do resultado. O riso sempre parecia surgir em momentos como esse, aliviando qualquer tensão.
De repente, Dogday se levantou de um salto, com uma ideia que claramente estava se formando em sua cabeça.
— Chega de videogame! — declarou ele. — Vamos fazer algo mais interessante. Tem uma coisa que eu vi na internet esses dias...
Catnap olhou para ele, curioso e desconfiado ao mesmo tempo. Dogday puxou o celular do bolso e começou a procurar algo, seus olhos brilhando com a empolgação característica.
— Olha só! — disse ele, virando a tela para Catnap. — Um desafio de equilíbrio. Quero ver você conseguir fazer isso comigo.
Na tela, havia um vídeo de duas pessoas tentando fazer uma postura complicada, em que uma levantava o outro segurando pelas mãos, com o corpo inclinado para trás. Parecia mais uma atividade de confiança do que de equilíbrio.
Catnap bufou, cruzando os braços.
— Você realmente acha que isso vai funcionar com a gente? — perguntou, visivelmente cético.
— Claro que sim! — Dogday insistiu, já puxando Catnap para se levantar. — Vamos lá, você confia em mim, não confia?
Catnap hesitou, mas acabou cedendo. Dogday sempre tinha um jeito de convencê-lo, mesmo nas ideias mais absurdas. Eles se posicionaram no centro da sala, de frente um para o outro. Dogday estendeu as mãos, e Catnap as segurou, tentando manter o equilíbrio enquanto os dois ajustavam suas posições.
— Vai com calma, Dogday — avisou Catnap, sentindo-se um pouco inseguro com a ideia de literalmente confiar seu peso nas mãos do outro.
Dogday, porém, estava mais confiante do que nunca.
— Relaxe, eu sou um ótimo suporte! — disse Dogday com um sorriso desafiador.
No começo, a tentativa de se equilibrar parecia desastrosa. Os dois riam cada vez que perdiam o controle e quase caíam. Dogday tropeçou uma vez, e Catnap quase caiu sobre ele, mas conseguiu se estabilizar a tempo. Ambos estavam ofegantes de tanto rir, mas Dogday não desistia.
— Mais uma vez, agora vai dar certo! — ele insistiu.
Dessa vez, quando Catnap começou a inclinar o corpo para trás, sentiu que o equilíbrio estava melhorando. Dogday segurou firme, e por um momento, parecia que o desafio ia ser um sucesso. Mas, antes que pudessem comemorar, Dogday deu um passo em falso e, em questão de segundos, eles caíram juntos no chão, rindo histericamente.
Catnap caiu de lado, mas Dogday, em sua tentativa de segurar o amigo, acabou caindo diretamente sobre ele. O impacto foi suave, mas a proximidade repentina os pegou de surpresa. Dogday ficou por cima de Catnap, seus rostos apenas alguns centímetros de distância. O riso parou instantaneamente, substituído por um silêncio carregado.
Dogday ainda estava sorrindo, mas havia algo diferente em seus olhos agora. Catnap também percebeu a mudança no ar, seu corpo ainda tentando se recuperar da risada, mas sua mente totalmente alerta para a situação em que se encontravam. Eles nunca tinham ficado tão próximos assim, não de forma tão inesperada.
— Você... tá bem? — perguntou Dogday, com a voz mais baixa do que o normal.
Catnap olhou diretamente para ele, sentindo o calor do corpo de Dogday próximo ao seu. Ele estava prestes a responder quando, sem querer, seus rostos se aproximaram mais ainda, como se o movimento fosse natural. E, então, aconteceu.
Foi rápido, um toque leve, QUASE sem intenção, mas foi o suficiente. Um selinho que durou menos de um segundo, como se fosse um acidente, mas que ambos sentiram.
Dogday piscou, surpreso, e logo em seguida se afastou um pouco, a expressão no rosto dele entre chocada e divertida.
— Acho que... isso não fazia parte do desafio, né? — disse Dogday, tentando quebrar a tensão com uma risada nervosa.
Catnap ficou imóvel por um momento, processando o que havia acabado de acontecer. Ele não era do tipo que se deixava abalar facilmente, mas algo naquele toque repentino mexeu com ele. Ainda assim, ele manteve a compostura, como sempre.
— Definitivamente não fazia parte — respondeu Catnap, com um tom meio sarcástico, embora sentisse seu rosto esquentar um pouco.
Dogday, percebendo que o clima podia ficar estranho, se levantou rapidamente, estendendo a mão para ajudar Catnap a se levantar também.
— Ei, pelo menos não caímos de cara no chão — brincou ele, tentando voltar ao normal.
Catnap aceitou a ajuda e se levantou, limpando a poeira da roupa. Apesar do sorriso que Dogday forçava, ambos sabiam que algo tinha mudado. O selinho, mesmo que acidental, havia deixado um rastro de dúvida, uma nova camada de sentimentos que antes estava escondida, mas agora era impossível de ignorar.
Mas, como sempre, nenhum dos dois estava pronto para falar sobre isso. Não ainda.
— Você ainda quer tentar o desafio de novo? — perguntou Dogday, de forma casual, como se nada tivesse acontecido.
Catnap olhou para ele por um segundo, vendo através da tentativa de Dogday de manter as coisas leves. Ele deu um meio sorriso, balançando a cabeça.
— Só se você prometer que da próxima vez vai ter mais equilíbrio — respondeu ele, aceitando o convite.
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Talvez o próximo capítulo seja mais "picante", embora seja meio curto, já que nunca fui bom escrevendo esse tipo de coisa
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Entre o Silêncio e o Caos (Catnap x Dogday)
FanfictionCatnap e Dogday são vizinhos completamente opostos. Enquanto um vive para a tranquilidade, o outro é movido pelo caos e pela diversão. O que começa como uma relação conturbada entre um amante da calma e um espírito livre logo se transforma em uma in...